Porto Nacional, independente das ações positivas e negativas oriundas poder público, federal, estadual e municipal, caminha firme em direção a um desenvolvimento qualitativo e consolidado, isso graças a sua condição de polo desenvolvimentista e principalmente por sua privilegiada logística, uma das melhores do Estado do Tocantins. É neste setor que devemos pagar um pesado preço se a comunidade local e regional não se mobilizar contra o marasmo das autoridades constituídas que nada estão fazendo para construir uma nova ponte ligando as duas margens do lago na cidade portuense.
Por Edson Rodrigues
Construída no final da década de 1970, a ponte que ligava as duas margens, na época rio Tocantins, em Porto Nacional, foi fruto de um projeto arquitetônico suíço, com pilares encravados no leito e vigas sobrepostas a eles. O material arenoso e a brita usada na estrutura não foram os adequados e por isso o desgaste e as rachaduras começaram aparecer ainda no final de década de 1990, momento em que realizado um trabalho paliativo de recuperação, o que deu uma sobrevida àquela já condenada estrutura.
Passaram se os anos e a economia regional se desenvolveu, principalmente com a chegada do agronegócio que trouxe os grande caminhões a pesadas máquinas e se estabeleceu um fluxo diuturno, onde o vai e vem do pregresso feriu de morte esta velha e combalida ponte. Agora, interditada e liberada somente para 30 mil quilos brutos (o caminhão somado à carga), ela, a cada dia que passa, nas atuais condições, torna-se um grande transtorno para o escoamento da grande produção que é gerada em toda região que tem Porto Nacional como polo logístico.
As mentiras
No período eleitoral, nas duas últimas eleições, estadual e municipal, importantes lideranças políticas, de todas as cores partidárias, levantaram a bandeira da construção de uma nova ponte em Porto Nacional. Até a fotografia de uma “maquetizinha” circulou na mídia, dando conta da beleza arquitetônica da obra. Tudo mentira, tudo enganação. Os discursos, recheados de promessas não passaram de palavras soltas no ar, na busca de votos e do poder pelo poder.
Recentemente um representante governista esteve em Porto Nacional, momento em que foi lançado o PAM - Plano de Assistência aos Municípios, e do alto do palanque, recheado de prefeitos desta região, ele disse que no máximo em 15 dias, a partir daquela data, realizaria o processo licitatório para escolher a empresa que iria construir a ponte. Uma nova e cabeluda mentira, uma deslavada tentativa de enganar a comunidade portuense, que é inteligente, culta e guerreira nos seus propósitos e na defesa dos interesses coletivos.
A verdade
A verdade é uma só: não há nenhum projeto em andamento para a construção da ponte em Porto Nacional. Além do que, no orçamento do Estado para o exercício de 2014, não há recursos destinados para esta obra. E tem mais: não existe nenhuma emenda parlamentar no orçamento da União destinada para a construção da ponte sobre o lago em Porto Nacional. Além disso, o PAC - Plano de Aceleração do Crescimento, nas versões I e II não contempla a execução das obras deste importante corredor logístico.
Segundo apuramos, autoridades governistas estão elaborando estudos no sentido de preparar um projeto de execução para ser apreciado pelo Governo Federal, para daí se estudar a viabilidade da liberação destes recursos. O outro caminho que estes “estudiosos” estão propondo é a busca de capital externo para a obra. Ou seja, buscar dinheiro emprestado em instituições financeiras internacionais, usando as condições de endividamento do Estado do Tocantins. Este processo demanda tempo, e na maioria das vezes até governos, neste caso Porto Nacional e suas demandas não pode mais esperar.
As ruas nos espera
Pelo visto somente resta ao povo de Porto Nacional e de toda região a mobilização em favor da imediata construção desta ponte. É chegada a hora das entidades de classe, das lideranças políticas, principalmente dos senhores vereadores, vestirem a camisa do desprendimento partidário e ideológico e assim unir forças para cobrar, e cobrar com ousadia, com coragem, mostrando às autoridades constituídas da necessidade de se buscar mais rapidamente possível os recursos necessários para este fim. O que não se pode é aceitar passivamente a enganação que até agora sustenta os discursos de muitos destes que se dizem representantes desta centenária comunidade. As ruas nos espera e é lá que vamos fazer ouvir a nossa voz e o fazer valer o nosso voto.