CANDIDATOS TERÃO DESAFIO A MAIS PARA IDENTIFICAR PREFEITOS E LIDERANÇAS QUE AGREGAM VOTOS

Posted On Domingo, 25 Fevereiro 2018 22:47
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Com a diminuição do “voto de cabresto”, nem sempre ter o apoio de determinado prefeito significa ter a maioria dos votos no município

 

Por Edson Rodrigues

 

Como já havíamos alertado anteriormente, a eleição de 2018 será uma das mais difíceis e diferentes para os candidatos que colocarem seus nomes à apreciação e avaliação dos eleitores.

 

Muita coisa mudou com o advento das redes sociais e com o aumento da circulação de informações do mundo atual.  Os “chefões políticos” locais, agora, não passam de ilusão. Não existem mais “donos” de colégios eleitorais.  O chamado “voto de cabresto”, hoje, não passa de 10% em qualquer município e, para piorar, quanto maior for o município, quanto mais bem informada for sua população, menor será o quociente de votos de cabresto.

 

Basta analisar a própria instituição família.  Hoje, ninguém vota em um candidato qualquer porque o pai, a mãe ou o irmão o escolheu.  Dentro de uma família padrão, composta por quatro pessoas, podem existir quatro votos diferentes.

 

Obviamente, continua a influência dos lideres comunitários e o direcionamento feito por eles para um candidato específico, que tenha serviços prestados à sociedade.  Esses líderes são os elos entre o cidadão e os vereadores, e sempre promovem uma interação benéfica aos políticos.

 

Mas, quando se chega aos prefeitos, esse relacionamento com os líderes comunitários já não é tão próximo, depende,sempre, dos vereadores de cada região da cidade.

 

APOIO X PREJUÍZO

Logo, um candidato a governador, senador, deputado federal ou estadual que esteja se fiando no apoio de um prefeito qualquer, pode estar correndo o risco de passar vexames, pois são poucos os prefeitos que conseguem ter nas mãos toda a população da cidade que administra.  Sempre há esta ou aquela comunidade que não está satisfeita com o Executivo Municipal por não ter sido contemplada com obras ou por promessas de campanha não cumpridas.

 

É bem verdade que a maioria dos prefeitos não tem culpa pelas ausências de suas administrações em alguns pontos importantes na vida da cidade, pois receberam “heranças malditas”, prefeituras falidas, endividadas, empréstimos não pagos e sucateamento, que se conseguirem remediar ainda em 2018 estarão no lucro.

Dessa forma, os candidatos a governador precisam estar atentos ao vincularem votos advindos de alguns prefeitos como certeza.  São poucos os prefeitos tocantinenses em condições de participar de caminhadas, participarem de comícios ou, simplesmente “colocar a cara a tapa”.

 

No rol dos prefeitos menos indicados a servirem de cabos eleitorais aos candidatos, estão aqueles que transformaram suas administrações em negócios familiares, empregando parentes e cargos-chave, da mesma forma que estão os administradores municipais que trouxeram “estrangeiros” – de outras cidades e até de outros estados – para desempenhar as funções mais importantes em seus governos.

 

Esses prefeitos já foram “manjados” pelos cidadãos e não têm o menor moral junto ao eleitorado em termos de transferência de votos.

 

Há casos de prefeitos que não conseguem garantir nem mesmo os votos do seu secretariado e dos vereadores que o apóiam, pois, cada um tem o seu candidato, independente de pertencer a este ou àquele grupo político.

 

É ilusão, portanto, achar que apoio incondicional de prefeito é sinal de muitos votos.  Muitas vezes, pode ser sinal de prejuízo.

 

Por outro lado, há alguns prefeitos que tem avaliações positivas de suas gestões.  São administradores municipais que detém, em média, 22% dos votos de seu município que podem ser transferidos para seus apoiados, variando para mais ou para menos, de acordo com o tamanho do município.

 

Mas, de qualquer forma, é aconselhável que os candidatos a governador observem bem as pesquisas para ter certeza de que vale a pena ter o apoio do prefeito “x” ou do prefeito “y”, pois, como falamos, há alguns que serão bons cabos eleitorais, mas outros podem desandar em “portas na cara” e xingamentos e até “ovos podres” durante as caminhadas.

 

Deve-se prestar atenção, também, em líderes comunitários, religiosos e ex-prefeitos que, em alguns municípios têm muito mais relevância política que os próprios prefeitos.

 

LEGISLATIVO ESTÁVEL

Pelo panorama atual, com muitos pré-candidatos a deputado estadual com fichas pregressas nada recomendáveis, ex-prefeitos com pendências no TCE, TCU, CGU, bens bloqueados pela Justiça e outros “contratempos”, não vemos como pode haver muitas mudanças no Legislativo Estadual, apenas algo em torno dos 30% de renovação.

 

Dos oito deputados federais, pelo menos quatro deles têm reeleição praticamente garantida, ressaltando que César Hallum não concorrerá à reeleição, partindo para uma disputa pelo Senado e a deputada Dorinha Seabra está inelegível aos olhos da Lei, segundo a jurisprudência do TSE em relação aos parlamentares condenados por colegiado.  Dorinha, infelizmente, foi condenada sem cometer delito, mas por ter sido ordenadora de despesa, enquanto secretária estadual da Educação, que teve destinação diferente do esperado.  Infelizmente, o Tocantins, o Brasil e a sociedade perdem uma das melhores parlamentares na área educacional.

Portanto, ao nosso ver, pelo menos quatro vagas no Congresso Federal serão preenchidas por novos nomes, o que representa 50% de renovação.

 

Já para o Senado, ainda é cedo para se fazer uma avaliação, pois é facultado ao eleitor o direito de escolher dois senadores e, fazer qualquer tipo de análise, agora, seria temeroso, até porque ainda não há uma definição em relação à definição das chapas majoritárias, quem vai disputar o Senado ao lado de qual candidato ao governo.

 

O certo é que, mesmo sendo dois votos para senador, dificilmente o governador eleito ou com maior número de votos no primeiro turno conseguirá eleger seus dois candidatos ao Senado, mas é altamente provável que consiga a eleição de um dos postulantes a senador da sua chapa.

 

Esse, por enquanto, é o nosso posicionamento atual, após acesso a várias pesquisas e enquetes encomendadas por vários partidos para consumo próprio, e analisando o histórico das eleições passadas.  É certo, apenas, que teremos um segundo turno.

 

A partir de abril, quando teremos um quadro mais definido, poderemos ter mais dados para formar o provável panorama definitivo, em nível de candidaturas, chapas e chances de cada um.

 

Até as cenas dos próximos capítulos!!!