Marcelo Odebrecht delata à PF: Toffoli é o “amigo do amigo do meu pai”

Posted On Sexta, 12 Abril 2019 07:43
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Revista revela que o ex-executivo teria pago propina ao então chefe da AGU para poder operar uma usina hidrelétrica em Rondônia

 

Por Carlos Estênio Brasilino

Em mais uma delação premiada que fez à Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-presidente da construtora Odebrecht Marcelo Odebrecht teria revelado novos codinomes que estariam na lista do “departamento de propinas” da empresa. Nessa terça-feira (9/4), o ex-executivo entregou à PF mais um apelido, que, caso seja verídico, pode colocar em polvorosa o cenário jurídico-político: “Amigo do amigo do meu pai”, que, segundo o delator, trata-se do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. São informações da revista Crusoé.

 

O codinome “Amigo do meu pai” já tinha sido revelado anteriormente pela Lava Jato e seria ao ex-presidente da República Lula da Silva (PT), atualmente preso em Curitiba, condenado pela Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. “Meu pai” identificaria Emílio Odebrecht, pai de Marcelo.

 

Usina no rio Madeira
Segundo a revista, o nome de Dias Toffoli aparece em tratativas de ex-executivo da Odebrecht quando ele era advogado-geral da União (AGU), em 2007, no segundo governo Lula.

 

Umas das negociatas com a AGU, revela a Crusoé, teria sido para a construtora vencer a licitação para erguer e operar a usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia. Dias Toffoli atuava nas ações na Justiça sobre o leilão.

A Operação Lava Jato quer que a procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, avalie se é o caso de abrir investigação contra o presidente do STF.

 

A Crusoé afirma que procurou, nesta quinta, o presidente Dias Toffoli, a quem perguntou que tipo de relacionamento ele manteve com os executivos da Odebrecht na época em que chefiava a AGU e, em especial, quando a empreiteira tentava vencer o leilão para das usinas no rio madeira. Até a publicação da matéria, diz a revista, o ministro ainda não havia se manifestado.