PAPA SE REÚNE COM VÍTIMAS DE PEDOFILIA NA FILADÉLFIA

Posted On Segunda, 28 Setembro 2015 06:59
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Francisco prometeu punição para todos os culpados

 

No último dia de sua viagem aos Estados Unidos, o papa Francisco se encontrou com um grupo de cinco vítimas de pedofilia - três mulheres e dois homens - por parte de membros do clero, de suas famílias ou de professores.   

A reunião aconteceu na manhã no domingo (27), no seminário São Carlos Borromeo, na Filadélfia, e cada uma das pessoas estava acompanhada de um parente ou de alguém de confiança. Também participou o arcebispo de Boston, cardeal Sean Patrick O'Malley, que é presidente da comissão para a tutela dos menores instituída pelo Pontífice. Jorge Bergoglio escutou a história das vítimas, disse algumas palavras para todas e depois conversou com elas separadamente.    

Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, o Papa expressou sua "dor e vergonha" pelas feridas provocadas por membros do clero e renovou seu compromisso para que todas as pessoas que sofreram abusos sejam tratadas com justiça e para que todos os culpados sejam punidos.   

O encontro durou cerca de meia hora e terminou com uma bênção de Francisco. Em seguida, ele se reuniu com bispos que participam do VIII Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia, e exprimiu "vergonha" pelos casos de pedofilia. "Esses crimes não podem ser mantidos em segredo por tanto tempo. Prometo que todos os responsáveis por abusos sexuais contra menores serão punidos", disse.   

Desde que chegou aos EUA, no dia 22 de setembro, o Pontífice mencionou a pedofilia na Igreja em ao menos duas ocasiões. Na primeira delas, em Washington, ele elogiou o combate dos bispos norte-americanos contra crimes de abuso. Na segunda, em Nova York, ele também disse sentir "dor e vergonha" pela recorrência desse tipo de caso no catolicismo.

 

Reunião privada foi confirmada por Francisco, que confessou "vergonha" e pediu fim de "segredo" em volta de casos

Veja aqui as suas principais fala a respeito do tema até então considerado tabu na Igreja, Francisco confessou “vergonha” por ver que “pessoas que tinham a seu cargo o cuidado terno desses pequenos os tenham violado e causado danos profundos”

 

“Lamento-o profundamente. Deus chora”, declarou.

O Papa sustentou que os “crimes e pecados de abusos sexuais a menores não podem ser mantidos em segredo durante mais tempo”.

Nesse sentido, comprometeu-se a uma “zelosa vigilância” da Igreja Católica “para proteger os menores”.

“Prometo que todos os responsáveis vão prestar contas”, prosseguiu.

Francisco disse depois que os sobreviventes de abusos se tornaram “verdadeiros arautos de esperança e ministros de misericórdia”, 

“Humildemente, devemos a cada um deles e às suas famílias a nossa gratidão pela sua imensa coragem para fazer brilhar a luz de Cristo sobre o mal do abuso sexual de menores”, insistiu.

Esta quinta-feira, em Nova Iorque, o Papa tinha recordado a “vergonha” dos casos de abusos sexuais envolvendo membros do clero e instituições eclesiais nos Estados Unidos da América, durante um encontro de oração com religiosos.

“Sei que vós, como corpo sacerdotal, diante do povo de Deus, sofrestes muito num passado não distante suportando a vergonha por causa de muitos irmãos que feriram e escandalizaram a Igreja nos seus filhos mais indefesos”, disse, na homilia da celebração de vésperas, em espanhol, na Catedral de São Patrício.

Dois dias antes, Francisco elogiou a resposta da Igreja Católica nos Estados Unidos aos “momentos obscuros” que viveu recentemente, numa referência indireta aos casos de abusos sexuais.

“Que tais crimes nunca mais se repitam”, declarou, numa homilia proferida perante os bispos norte-americanos, na Catedral de São Mateus, em Washington.

A intervenção sublinhou a “coragem” com que estas situações foram superadas, sem evitar “humilhações e sacrifícios”, tendo como prioridade recuperar “a credibilidade e a confiança requerida aos ministros de Cristo”.