Cresce a importância da visita da senadora e ministra ao Tocantins, no próximo dia 13, para a definição do futuro político do Estado e do PMDB
Por Edson Rodrigues
A semana que terminou neste sábado, 09, terminou com um grande ponto de interrogação no cenário político do Tocantins. O não comparecimento de Kátia Abreu, como ministra da Agricultura, na abertura da Agrotins, a maior feira de agropecuária do Norte do País quebrou a tradição da presença do ministro da pasta em todas as inaugurações do evento. E logo quando a ministra é tocantinense!
Apesar de não ter comparecido, a ministra fez questão de lutar pela liberação de recursos federais essenciais para a realização do evento. E aí? Qual o real posicionamento de Kátia Abreu??
Formadores de opinião locais garantem que Kátia mais perdeu que ganhou ao não comparecer a um evento tão importante para o estado que a elegeu senadora, pois, a despeito de sua ausência, bancos federais, empresas e autarquias, como o Sebrae, estão participando ativamente do evento, movimentando milhões de reais em financiamentos, convênios e grandes negócios.
A questão é quem, antes, achava que a ausência de Kátia seria uma afronta ao governador Marcelo Miranda, hoje sabe que sua presença não foi possível por ela estar trabalhando ativamente para a aprovação, no Senado, do ajuste fiscal, a pedido da própria presidente Dilma.
Outra informação relevante é que Kátia estará no próximo dia 13 no Tocantins, para o lançamento do MATOPIBA, grande ação governamental de incentivo à produção de grãos nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e que, nessa visita, estão agendadas conversações para finalizar sua reaproximação com Marcelo Miranda.
Marcelo Miranda
O governador Marcelo Miranda, com sua forma humilde e sempre aberta para o diálogo de governar, vem ajustando as contas do Tocantins, abrindo conversações e fechando acordos com o funcionalismo público estadual e, principalmente, desmanchando as armadilhas deixadas pelo governo anterior, principalmente em relação ao destravamento de recursos públicos federais – vide projeto Rio Formoso – renegociando a inadimplência junto ao governo federal. Ações como essa, já garantiram a simpatia de boa parte da oposição na Assembleia Legislativa, pois vem possibilitando que o Estado fomente um fundo financeiro para poder dar contrapartidas em investimento federais, primordiais para tirar o Tocantins do atoleiro financeiro.
Mesmo com todo esse trabalho, é nítido que esse afastamento com Kátia Abreu influencia bastante negativamente para o relacionamento com o governo federal.
Se Marcelo Miranda não conseguir, pelo menos, um acordo de aparências, meramente institucional, com Kátia Abreu, seu governo seguirá enfrentando turbulências cada vez mais significativas, aumentando as “avarias” em seu governo.
Não havendo essa reaproximação, o atual cenário sombrio para o governo do estado tomará forma nas eleições municipais de 2016, pleito para o qual Kátia Abreu já tem seus planos em pleno andamento, faltando poucos detalhes para a definição de um grupo que atuará em todas as frentes de batalha, capitaneados pelo PL, partido recém criado por Gilberto Kassab, que atrairá várias lideranças de peso nos 139 municípios do Estado, incluindo prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e candidatos afins. No grupo, figurará, também, o PSD, que é uma sigla forte no Estado e tem em Irajá Abreu, seu presidente estadual e, por fim, o próprio PMDB, do qual Kátia já é a atual presidente e detém todo o poder, com o aval do vice-presidente da República, Michel Temmer.
Essas três legendas se agregarão e vão fazer de tudo para trair outras e sob o comando de Irajá e Iratã Abreu, serão uma frente política forte , com poder para causar grande impacto nas eleições.
PACTO
Boa parte dos líderes políticos tocantinenses garante que Marcelo e Kátia são os principais líderes políticos da atualidade no Tocantins e que devem se acertar, pelo bem do povo tocantinense, mas que, mesmo com esse acerto saindo, nada será como antes, como nos tempos da eleição, em que ambos trabalharam com harmonia e união para se elegerem.
Caso haja um pacto, mesmo que apenas de aparências entre Marcelo e Kátia, o governador do Tocantins terá que cortar na própria carne e entregar para Kátia “a cabeça” de alguns de seus principais companheiros, para que pessoas do grupo político de Kátia Abreu ganhem espaços no governo. Essa falta de espaços para o grupo de Kátia, aliás, foi o grande motivo dos desentendimentos entre os dois, dias antes da posse.
Será que Marcelo Miranda está disposto a sacrificar companheiros de primeira hora por um pacto crucial para a governabilidade do Tocantins?
Só o tempo dirá!
Novidades de Brasília
Vem de Brasília uma notícia que pode influenciar no andamento de todo esse imbróglio entre Marcelo e Kátia.
Segundo uma fonte de dentro da cúpula nacional do PMDB, a intervenção por tempo indeterminado no Diretório Estadual do PMDB do Tocantins, está perto de seu fim.
A ideia é que o Diretório Estadual crie uma comissão provisória com prazo de até o mês de novembro, convocar eleições em todos os diretórios municipais. Isso porque, segundo nossa fonte, quase a totalidade dos diretórios e comissões do PMDB no Tocantins estão com suas vigências vencidas, o que invalida toda e qualquer decisão tomada por eles.
Com a criação das novas comissões provisórias, as eleições dos diretórios ganham validade e poderão, efetivamente, revitalizar o partido no Tocantins, lembrando que a divisão de forças entre Marcelo e Kátia nos diretórios, está na casa dos 60% sob o comando de Kátia e 40% dominados por Marcelo.
Só os próximos capítulos dessa novela poderão dar noções dos próximos movimentos nesse tabuleiro.
Quem viver, verá!