Ontem dia 03, em reunião com os presidentes eleitos do PT no último Processo de Eleições Diretas (PED) do partido, o ex-presidente Lula pediu paciência e cuidado nas negociações eleitorais dos Estados para não prejudicar a prioridade dos petistas: a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atual, Dilma Rousseff, em reunião hoje, dia 04, na capital paulista, para definir a equipe que coordenará sua campanha à reeleição em 2014. A ideia é fazer a primeira reunião de organização ainda este ano, segundo afirma fonte do PT, ouvida pela reportagem do Correio do Brasil. A presidenta participou da sessão solene do Conselho Universitário da Universidade Federal do ABC para entrega do título Doutor Honoris Causa ao ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo.
De antemão, os nomes já definidos são o do ministro da Educação, Aloizio Mercadante; do presidente nacional do PT, Rui Falcão; do chefe de gabinete da Presidência, Giles Azevedo, além do próprio Lula e do publicitário João Santana. Quem também entrou para a equipe foi o deputado estadual Edinho Silva, presidente estadual do PT de São Paulo, por uma escolha direta da presidenta. Há duas semanas, quando almoçavam juntos por ocasião de uma homenagem ao ex-presidente João Goulart, Lula perguntou à Dilma quem ela gostaria que integrasse a coordenação da campanha, ao que ela respondeu, prontamente:
– Quero o Edinho.
O convite foi anunciado por Mercadante, após ligar para o presidente do PT paulista e confirmar a escolha de Dilma. Edinho, cujo nome era defendido por Lula para ocupar a Secretaria Nacional de Organização do PT, foi imediatamente incorporado ao grupo. Ele participou das reunião com Lula, Dilma, Mercadante, Azevedo, Falcão e as direções do PP e PMDB no final de semana e tem opinado nos rascunhos da estratégia de campanha.
Embora Dilma e Lula não tenham definido quem protagoniza o quê, o desenho inicial será traçado em uma primeira reunião de organização, ainda esta semana mas a morte do governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), um dos nomes mais admirados do PT, na terça-feira, obrigou a presidente a mudar os planos.
Outra novidade será o anúncio, nas próximas horas, do ex-ministro da Comunicação Franklin Martins no lugar da atual ministra, Helena Chagas, na equipe de campanha. Ainda segundo a fonte, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deverá ser o único remanescente dos “três porquinhos”, como ficou conhecido o núcleo duro da campanha de Dilma em 2010 que contava com José Eduardo Dutra e Antonio Palocci.
Alianças estaduais
Em um pedido direto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos dirigentes estaduais do PT, eleitos no Processo de Eleições Diretas (PED), em novembro, a legenda tentará reproduzir nos Estados, ao máximo, a aliança nacional com o PMDB. Lula adiantou, durante reunião em São Paulo, que a prioridade do PT no ano que vem é a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
A orientação do ex-presidente é para que os Estados tomem cuidado na hora de definir as estratégias para não atrapalhar aliança nacional. O conselho foi dado a 24 presidentes recém-eleitos de diretórios estaduais do partido. O presidente do PT, Rui Falcão, que também participou do encontro, reiterou que o apoio prioritário é para Dilma.
– Não é que eles (PMDB) tenham que apoiar nossos candidatos, eles têm que apoiar a Dilma – esclareceu.
No Rio, esta determinação enfraqueceu a posição do senador Lindbergh Farias (RJ), que tenta viabilizar sua candidatura ao governo do Estado, contra a candidatura de Luiz Pezão, do PMDB. Ele teria uma conversa com Lula nesta segunda-feira, mas o encontro foi desmarcado após a notícias da morte do governador Marcelo Déda.
Lula saiu mais cedo do encontro e fez um informe rápido sobre a reunião de sábado na Granja do Torto com a cúpula peemedebista. Durante sua fala, o ex-presidente também fez críticas ao PMDB. Disse que o partido não se esforça para apoiar o PT em alguns Estados, como Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. O ex-presidente também ressaltou que entende realidades locais como a do Rio de Janeiro e tratou a candidatura no Estado como legítima.