Edson Rodrigues
O governador Marcelo Miranda inicia esta semana com um fôlego a mais em seus embates internos na busca pelo comando do PMDB estadual. Seu governo conseguiu uma certa tranquilidade administrativa, conseguindo debelar a maioria dos focos grevistas através de muita negociação e habilidade de alguns dos seus secretários, principalmente Samuel Bonilha, da Saúde, faltando apenas aparar as arestas com o Sindicato dos Professores, de onde já há sinais de entendimento ante a forma democrática com que os assuntos vêm sendo tratados.
Outro fato que deve esquentar ainda mais a semana, é o convite vindo do Palácio do Planalto para que Marcelo Miranda participe do lançamento em Brasília, na próxima quarta-feira, ás 10h da manhã, no próprio Palácio do Planalto, do lançamento de um grande projeto agrícola, o Matopiba, envolvendo investimentos e incentivos á produção de grãos nos estados dos Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Idealizado pela senadora e ministra da Agricultura Kátia Abreu, deverá proporcionar uma alta de 7,90% em sua produção de grãos. O que permitirá a região formada pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, ser responsável por 9,7% da produção de 201,5 milhões de toneladas previstas no Brasil. Segundo o setor produtivo na região do Matopiba, além do clima favorável e do perfil dos produtores, o conglomerado dos quatro Estados possui ainda áreas que podem legalmente ser abertas.
A soma da área destinada aos grãos entre os quatro Estados deverá crescer 4,37% na safra 2014/2015 no comparativo com a safra 2013/2014, saltando de 7,322 milhões de hectares para 7,642 milhões de hectares, de acordo com as estimativas da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Em termos de produção o salto é de 18,107 milhões de toneladas para 19,539 milhões de toneladas.
Deve-se enfatizar que o convite à Marcelo Miranda veio do \palácio do Planalto e o governador do Tocantins, a despeito de sua disputa pelo controle do PMDB tocantinense com Kátia Abreu, vai comparecer acompanhado do seu secretário estadual da Agricultura, Clemente Barros.
Enquanto isso, a maioria dos membros da Comissão provisória, formada por Leomar Quntanilha, Derval de Paiva e Oswaldo Reis, se reuniu com a deputada federal Josi Nunes e decidiram convocar a eleição do Diretório Estadual do partido para o próximo dia 15. Kátia Abreu foi convidada para essa reunião, mas não compareceu. A ideia é tentar chegar a um consenso com a senadora e ministra, mas, se isso não acontecer, o confronto entre as partes será inevitável, já que, apesar de afirmar estarem seguindo o regimento interno do partido, eles sabem que estão indo de encontro com a decisão do Diretório Nacional, que colocou o PMDB estadual sob intervenção por tempo indeterminado.
A partir daí, ninguém sabe o que pode acontecer.
FUSÕES SÃO INGREDIENTE A MAIS NO CALDEIRÃO POLÍTICO
O Paralelo 13 esteve hoje com a deputada Dorinha Seabra, cujo partido, o DEM, está em processo de fusão com o PTB, do deputado estadual Eduardo Siqueira Campos e presidido por José Geraldo.
Dorinha afirmou que a democracia será a palavra de ordem dessa fusão, com a participação de todos no processo e que, a princípio, o partido será oposição ao governo Dilma Rousseff em nível nacional, mas que o posicionamento em nível estadual será decidido em assembleia.
Outra fusão que promete colocar pimenta no caldo político é a do PPS com o PSB. Basta lembrar que o presidente do PPS é o deputado estadual Eduardo do Dertins, que está em Brasília, negociand a fusão e o presidente do PSB é o atual prefeito de Gurupi, Laurez Moreira e que os dois não se bicam há tempos, o que pode fazer o caldo desandar. Ou não.
NOSSAS CONSIDERAÇÕES
O que se pode afirmar com a maior clareza e certeza possível, é que quem está fora das negociações e articulações, deve ficar quieto e manter-se como observador, pois os amigos de hoje, podem ser os adversários de amanhã.
Outra certeza é que o posicionamento de Kátia Abreu nessa história toda, é uma grande incógnita.
O caldeirão político tocantinense vai ferver e a sucessão municipal de 2016 começará a entrar em ebulição a partir de outubro, quando termina o prazo para as mudanças partidárias.
Enquanto isso, em Brasília, a reforma política dificilmente sairá em maio, como esperam o mais otimistas. Os muitos interesses de bancadas devem permitir, no máximo, o fim das coligações proporcionais.
De qualquer forma, a semana promete ser uma das mais interessantes e importantes da história política do Tocantins. E só que viver, verá!