O retrovisor político conta muitas histórias de palanques pesado que acabaram pesando mais que o valor dos nomes e grupos políticos envolvidos, e acabaram naufragando em eleições importantes em Palmas. O Observatório Político de O Paralelo 13 vem acompanhando as articulações e o desejo comum das várias pré-candidaturas em ter o maior número de “líderes”, sem pesar o lado negativo, que é o confronto de ideologias e, o mais importante, a memória dos eleitores que sabem, muito bem, quem não se bica com quem e qual movimento visa apenas o poder pelo poder, e não uma conjunção de forças políticas imbuídas de fazer o melhor pelo povo. Por Edson Rodrigues O caso mais recente foi o naufrágio da candidatura de Marcelo Lelis à prefeitura da Capital, que vinha vitoriosa até poucos dias antes da eleição, quando a União do Tocantins, coligação partidária que sempre deu sustentação às eleições da família Siqueira Campos e seus aliados, que já era a maior da história do Tocantins, com um sem número de partidos e candidaturas a prefeitos e vereador, espalhados pelo Estado, seguindo os ditames do Palácio Araguaia decidiu trazer para junto de si seu maior adversário histórico, o MDB, com um candidato a vice-prefeito. O povo não “engoliu” a manobra e a “amizade oportunista” tirou uma vitória certa de Marcelo Lelis, alavancando o, então desconhecido – e último colocado nas pesquisas de intenção de voto – Carlos Amastha, a uma vitória surpreendente. E é exatamente essa história que tende a se repetir, com uma ou mais pré-candidaturas à prefeitura de Palmas nas eleições municipais de 2023. A menos de 16 meses para a eleição, não há novidades na construção das candidaturas majoritárias de Palmas, apenas articulações, tentando aglutinar o máximo de forças ao redor de cada uma delas. Os palanques já se horizontam pesados como a “Arca de Noé” ou o Titanic, com superlotação, sobrepeso e outros inconvenientes muito além do limite e da paciência dos eleitores. Eleitores que na última eleição, de 2022, mostraram que não são mais os mesmos, desavisados ou desinformados, que trocavam votos por favores ou botijões de gás. O eleitorado, hoje, é muito mais consciente e capaz de avaliar candidatos, candidaturas, planos de governo e, o mais importante, quem está realmente interessado em governar para o povo e não para os seus interesses políticos ou pessoais. E as pré-candidaturas, até agora, são apenas arremedos de projetos, sem conteúdo, sem propostas e sem lastro político. ARCAS EM CONSTRUÇÃO Chamamos de Titanic, no título, mas as pré-candidaturas atuais podem ser, tranquilamente, chamadas, também, de “Arcas de Noé”. As articulações apontam para um verdadeiro vale-tudo, em que não há restrições para nenhum tipo de “animal político”, de nenhuma corrente ideológica ou partidária, independente de ser de esquerda, direita ou de centro, desta ou daquela crença religiosa, radical ou moderado. O que importa é “botar pra dentro”. Tudo pelo poder e pela vitória, sem se importar com o “balanço das ondas” que vem pelo voto do povo, muito menos com os ventos fortes da opinião pública, dos formadores de opinião, do empresariado, do agronegócio e, por que não, da própria mídia, muito mais independente e astuta que em tempos passados. A mídia, aliás, pode ser a mão que afaga e o punhal que descortina negociatas, colocando ou tirando “icebergs” do caminho do Titanic. TODO CUIDADO É POUCO Há um vácuo político imenso tomando forma na indecisão das pré-candidaturas a prefeito até mesmo em relação ao “ser ou não ser”. Isso decorre, também, da influência dos grandes líderes políticos do Estado ainda não terem definido quem irão apoiar. Estamos falando, inclusive, do governador Wanderlei Barbosa, maior e mais forte cabo eleitoral das eleições de 2024, que ainda não deu nenhum sinal de apoio a nenhuma das pré-candidaturas, e da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, o segundo maior cabo eleitoral, que também não se manifestou. Não está descartado que os dois maiores líderes políticos de Palmas apoiem uma mesma candidatura, talvez uma que nem foi colocada no tabuleiro sucessório, e preencham esse vácuo político, saciando o desejo dos eleitores indecisos. Por isso, todo cuidado é pouco para os que desejam ser candidatos a prefeito de Palmas, seja na composição e planejamento de suas candidaturas, seja na busca por aliados, que pode acabar pesando o palanque e levando o Titanic – ou a Arca de Noé, como queira – para o fundo de um abismo impossível de ser vencido. Fica o alerta geral!