Cinthia Ribeiro tem muitos pontos a seu favor, mas precisa tomar decisões rápidas para ter uma base de respeito e fazer um governo que deixe suas “impressões digitais” na capital Por Edson Rodrigues A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro precisa escolher um caminho que a leve a um grupo político que tenha força e raízes no próprio Tocantins, para, a partir do próximo ano, começar a construção efetiva de seu governo e imprimir a marca de sua administração, se pretende ter chances em uma hipotética reeleição. Cinthia tem a seu favor o poder, o tempo e o baixo índice de rejeição junto ao eleitorado, ao mesmo tempo em que tem contra si a falta de uma base política, o principal ingrediente para construir o alicerce de uma candidatura à reeleição com potencial e competitividade. Além disso, Cinthia ainda tem tempo de devolver a capital aos expoentes tocantinenses da área administrativa, já que Marcelo Miranda instalou a “república de Goiás” no seu último governo e Amastha naufragou junto com a “república do Paraná”, que ditava as regras na sua administração. Ao trazes seus principais auxiliares de Brasília, a prefeita da Capital não percebe que, além de incorrer nos mesmos erros citados acima, ele é uma prefeita que não foi eleita. Assumiu o cargo com a renúncia do titular, ou seja, ela está no cargo com os votos dados a Carlos Amastha. Marcelo e o próprio Amastha, na “hora do vamos ver”, não tiveram como contar com votos vindos dos seus principais auxiliares, pois eram todos de fora. Imagine a situação se Cinthia, que não tem como saber quem votou em Amastha por causa dela? Cinthia ainda não sabe por qual partido irá concorrer à eleição, já que rompeu com PSDB do senador Ataídes Oliveira, mas, ao mesmo tempo, sabe que precisa de um partido forte, que garanta a legenda e um bom tempo de rádio e TV para sua candidatura. Se agir diferente do exposto acima, dificilmente Cinthia Ribeiro terá chances de se reeleger. É preciso observar que, certamente, em 2020 a eleição em Palmas será em dois turnos, pois serão mais de cinco candidatura a pulverizar os votos e as chances de algum dos postulantes conseguir mais de 50% dos votos. Isso representa, também, que as coligações proporcionais não irão acontecer, o que implica na eleição dos que, simplesmente, receberão mais votos. RECEITA A receita para uma boa campanha inclui, obrigatoriamente, uma legenda com boa estrutura partidária, um bom tempo de rádio e TV, bastante dinheiro do fundo partidário e parceria com outros partidos que tenham bons candidatos a vereador. Quem não tiver esses ingredientes à mão já no início da campanha, não conseguirá se um dos dois concorrentes do segundo turno. Para conseguir esses ingredientes no “mercado político”, Cinthia precisa de um bom interlocutor, um bom articulador político, que não tenha pretensões de disputar nenhum cargo, nem pessoas muitos próximas a si com intenções eleitorais, para que permaneça isento de qualquer “contaminação” na condução do processo, que seja ficha-limpa, com conhecimento e vivência política em Palmas e no Estado, capaz de abrir e manter um diálogo com a Câmara Municipal, Assembleia Legislativa e Palácio Araguaia, e ter acesso ao Congresso Nacional. Pessoas assim não são fáceis de se encontrar, mas, efetivamente, existem. Basta saber procurar!