A operação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira, 30 de maio, que teve como um dos alvos o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), exige de todos: imprensa, instituições e sociedade responsabilidade, prudência e, acima de tudo, compromisso com os fatos Por Edson Rodrigues Autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a 9ª fase da Operação Sisamnes apura um suposto vazamento de informações sigilosas do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eduardo é citado na investigação por, supostamente, ter repassado dados de uma apuração a Thiago Marcos Barbosa, advogado e sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos). O prefeito se pronunciou publicamente após a ação. Relatou que os agentes da PF agiram com profissionalismo e respeito durante o cumprimento da ordem judicial em sua residência. Eduardo reiterou que não é investigado por atos de sua gestão. “Não sou objeto de nenhuma investigação. A questão é um suposto vazamento de informação. Não tenho fonte no STJ, não tenho informação privilegiada. Se tivesse, saberia que haveria uma operação. Apenas indiquei um advogado, que me representa há mais de dez anos, ao sobrinho do governador”, afirmou. Diante dos fatos, é necessário reafirmar um princípio fundamental: investigações devem seguir seu curso com independência, sem pressões externas ou condenações antecipadas. O Tocantins já testemunhou, no passado recente, casos que recomendam cautela. A exemplo do ex-governador Marcelo Miranda, que foi preso, exposto nacionalmente, mas que, ao final, não teve contra si qualquer condenação. O próprio juiz do caso declarou que não encontrou nos autos elementos que configurassem crime. Outros nomes da política tocantinense, como Carlos Amastha, Sandoval Cardoso e Mauro Carlesse, também foram alvos de julgamentos precipitados antes mesmo de qualquer decisão judicial definitiva. O problema do pré-julgamento é que ele fere a democracia, distorce a realidade e mina a confiança nas instituições. É papel da imprensa informar, mas também é dever do jornalismo ético zelar pela presunção de inocência e evitar a espetacularização de investigações, especialmente quando não há condenações. É preciso, ainda, separar o indivíduo da instituição que representa. Até o momento, não há qualquer indício de que essa operação esteja ligada à Prefeitura de Palmas ou a atos da atual gestão. Tentativas de vincular esse episódio à administração municipal ignoram os fatos e criam narrativas que não se sustentam. A gestão Eduardo Siqueira, nos primeiros 100 dias, tem sido marcada por ações reconhecidas pela população: investimentos no transporte coletivo, na saúde, na infraestrutura e na melhoria dos espaços públicos. Vazamento de informações Em tempos de redes sociais, onde a velocidade supera a apuração, é comum que versões se sobreponham aos fatos. Mas há também outro ponto a se observar. Decisões judiciais sigilosas, como a que motivou a operação de sexta-feira, chegaram a ser divulgadas com exclusividade por determinados veículos, antes mesmo de serem oficialmente conhecidas. Quando o que se investiga é justamente um vazamento de informações, esse tipo de divulgação seletiva levanta questionamentos legítimos sobre a coerência e os critérios de exposição pública. Vazamentos seletivos também comprometem a integridade do processo. O Observatório Político de O Paralelo 13, com 38 anos de experiência jornalística no Tocantins, reforça seu compromisso com a verdade, com o equilíbrio e com a Justiça. A democracia se fortalece quando o tempo da apuração é respeitado e quando o julgamento é feito nos autos, e não nas manchetes apressadas ou nos tribunais paralelos da internet. É hora de refletir. Dar tempo ao tempo. E permitir que a verdade, como sempre, prevaleça. E também é hora oportuna para os palmenses fazerem uma reflexão sobre os primeiros 100 dias da gestão Eduardo Siqueira e sonharem com quatro anos de resgate e desenvolvimento.