Ação penal que tramita em Brasília e tem Eduardo Cunha como réu envolve uso irregular de recursos tocantinenses em investimento
Por: Edson Rodrigues
O investimento dos recursos do IGEPREV em um Hotel do candidato a presidência da República dos EUA, Donald Trump, está sendo investigado pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal e há a suspeita da participação do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha. Outra suspeita é de que teria havido pagamento indevido de comissões e vantagens a terceiros, no Tocantins.
Em maio de 2015, o atual presidente do Igeprev-TO, Jacques Silva, apresentou o relatório de uma sindicância realizada nas aplicações feitas pelo instituto entre 2011 e 2014. Este documento já apontava irregularidades na aplicação no fundo LSH, que recebeu R$ 35 milhões no dia 7 de agosto de 2014. A sindicância apurou que o então presidente do Igeprev, Francisco Flávio Sales Barbosa, autorizou a aplicação contrariando parecer do Comitê de Investimentos, que já apontava riscos elevados. Com isso, o Igeprev-TO passou a possuir 15,36% do fundo LSH.
Outro detalhe interessante apontado pela sindicância é que a aplicação não obedeceu a orientações da Política de Investimentos, que apontava a necessidade de credenciamento prévio das instituições envolvidas. Assim, ficou concluído que a aplicação não buscou beneficiar o Igeprev-TO, já que todos os cuidados necessários não foram seguidos pelo ex-presidente Francisco Flávio Sales Barbosa.
O relatório que apurou esta e dezenas de outras aplicações que apontaram prejuízos superiores a R$ 300 milhões já contabilizados e aplicações temerárias de mais de R$ 1 bilhão foi entregue a diversas instituições para as providências legais.
Segundo as investigações, recursos do IGEPREV foram usados em outros investimentos de vários fundos suspeitos de serem podres, além da compra de um casarão, no porto do Rio de Janeiro, por mais de R$ 500 milhões, em uma área tombada como centro histórico, sem nenhum valor venal, em uma plantação de eucalipto, na construção de um centro comercial em Brasília, tocada pela Odebrecht que, até hoje, não teve nenhuma parede levantada.
DELAÇÕES DA CÚPULA DA ODEBRECHT
Com o acordo de delação premiada do presidente da ODEBRECHT, e mais de 200 executivos da empresa, teme-se que não sobrará pedra sobre pedra. O que poderá vir à luz será o esclarecimento da venda da SANEATINS, por quanto foi e onde estão ou foram investidos os recursos.
DIRIGENTES SINDICAIS
Enquanto o nome do Tocantins corre à solta nas manchetes negativas, os dirigentes sindicais do Estado bem que poderiam aproveitar a falência gradativa da greve deflagrada de forma covarde contra o povo do Tocantins, e correr à Brasília, para a sede do Ministério Público Federal, para arranjar alguma forma de contribuir para as investigações, uma vez que não fazem nada, mesmo, já que o dinheiro do Igeprev pertence aos servidores públicos tocantinenses, que esses dirigentes dizem representar, mas que nunca fizeram nada para apurar.
Pelo menos parte dos servidores já perceberam que embarcaram em uma cano furada sob o comando dos seus “líderes”. Oito cidades decidiram, hoje, encerrar a greve, que já dura 87 dias. Os funcionários devem voltar ao trabalho a partir da próxima segunda-feira (7) em Gurupi, Tocantinópolis, Augustinópolis, Araguatins, Dianópolis, Guaraí, Pedro Afonso e Taguatinga. As assembleias gerais foram realizadas nesta quinta-feira (3).
Mesmo assim, as lideranças continuam recolhendo assinaturas para um abaixo-assinado que pede o impeachment do governador Marcelo Miranda.
Em vez de recolher assinaturas para um ato inócuo, esses “líderes” deveriam juntar palavras para justificar por que foi preciso o Ministério Público Federal do Distrito Federal agir para que o dinheiro dos funcionários públicos tocantinenses fosse rastreado após a ação de improbidade cometida pelo então gestor do Igeprev.
Se a função dos sindicatos é zelar pelos direitos dos servidores que representam, qual terá sido a motivação que os levaram à total letargia quem o escândalo foi denunciado, em 2015?
Acho bom esses sindicalistas começarem a coletar fundos, também, mas para pagar advogados....