A inflação de julho, divulgada na manhã desta sexta-feira (9), preocupa o mercado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acelerou 0,38%, mostrou uma deterioração das medidas mais sensíveis à política monetária ainda restritiva Com Informoney “Chama a atenção a reaceleração da inflação de serviços, especialmente em meio ao mercado de trabalho aquecido, o que pode se mostrar um empecilho para o processo de desinflação e eventual retomada de cortes de juros”, diz o economista sênior do Inter, André Valério. A inflação de serviços teve alta de 0,75% no mês, acima dos 0,04% registrados em junho. “Tivemos um mau desempenho da inflação de serviços, com a inflação de serviços subjacentes acelerando de 0,36% para 0,63%”, afirma Valério. O economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, ressalta ainda que o melhor momento qualitativo do IPCA parece ter ficado para trás. “Esperamos que o componente de serviços siga pressionado, refletindo o mercado de trabalho apertado, assim como os preços industriais, refletindo o câmbio mais depreciado”, diz. Ainda assim, os economistas avaliam que a melhora no cenário internacional e consequente impacto no câmbio pode contribuir para evitar um cenário pior. A inflação de julho A alta da inflação de julho foi puxada pelos preços da gasolina, que subiram 3,15%, e também pelas passagens aéreas, 19,39%. Outra contribuição veio das tarifas de energia elétrica residencial, que avançaram 1,93%. Em julho, houve alta de preços em sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA. A maior variação e também o maior impacto veio do grupo dos transportes (1,82% e 0,37 p.p.) e habitação (0,77% e 0,12 p.p.). Por outro lado, os preços de alimentação e bebidas recuaram 1% e foram responsáveis pelo impacto negativo mais intenso sobre o índice (-0,22 p.p.). Nesse grupo, a alimentação no domicílio caiu 1,51%. As principais quedas foram do tomate (-31,24%), da cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%).