Por Rafael Moraes Moura
O PT tem uma difícil equação para resolver os próximos meses. Nas contas do partido, é preciso manter os votos da última eleição presidencial e conquistar 6 milhões de eleitores arrependidos que votaram em Jair Bolsonaro em 2018 para vencer o pleito de 2022.
A legenda considera que vai ser difícil, senão impossível, vencer na região Sul, a mais bolsonarista do país. Por outro lado, o PT aposta na vitória no Nordeste e em parte do Sudeste.
Já as regiões Centro-Oeste e Norte são locais onde a legenda pretende investir para reduzir a diferença de votos por meio de alianças com políticos regionais. A fusão entre DEM e PSL, partidos fortes nessas áreas, não será um problema para a formação de palanques, dizem petistas. A última pesquisa Datafolha mostrou a queda no apoio e aumento à rejeição a Bolsonaro nessas regiões. O presidente também perdeu força entre evangélicos, importante massa de seu eleitorado.
Segundo uma liderança petista, “não tem como 2022 ser pior que 2018”. Naquele ano, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, estava preso e condenado, não conseguiu concorrer e, ainda assim, transferiu 45 milhões de votos para Fernando Haddad. Agora, com Lula na urna e Bolsonaro derretendo nas pesquisas eleitorais, as chances aumentam, dizem petistas. Diferentemente de 2018, Bolsonaro não será um candidato “novato” e ambos terão dados de governos anteriores para apresentar.
Aliados do petista apostam que o combate à corrupção não será tema central na próxima eleição, como foi na última, e que Lula firmará o discurso na melhora da qualidade de vida da população durante seus oito anos de governo. Essa é uma variável que o PT, por conveniência, desconsidera.
Cético quanto ao arrefecimento da pauta de corrupção, o cientista político Paulo Kramer diz que a debacle da Lava Jato é uma boa notícia para a classe política, mas que o tema seguirá como questão importante para setores grandes da opinião pública. "Lula está irremediavelmente marcado pela corrupção do período do lulopetismo. O antipetismo ainda é muito forte. Acredito que o Lula é página virada da história política do Brasil, por isso até que não excluo a possibilidade de, na hora H, colocar outro ‘boi de piranha’ para concorrer pelo PT. Poderia ser Haddad, nome mais palatável para os petistas. Como o PT tem organização interna forte, é preciso que seja alguém capaz de articular com o aparelho partidário”, diz ele.
De acordo com uma pesquisa encomendada pelo Podemos e divulgada por VEJA , os brasileiros não querem um presidente corrupto, desosnesto ou ignorante. Até outubro de 2022 tudo pode mudar, mas dificilmente o PT conseguirá se livrar do selo da corrupção que marcou o partido nos últimos anos.
Governador recebeu apoio neste sábado de mais de 4 mil mulheres em evento comandado pela presidente do PSDB Mulher, a gaúcha Yeda Crusius
Por Adriana Ferraz
O governador João Doria participou neste sábado (19) de encontro partidário com mais de 4 mil mulheres na capital paulista e prometeu escolher uma mulher como vice, caso vença as prévias organizadas pelo partido para definir seu candidato à Presidência da República em 2022. No evento, organizado em parceria com o 'PSDB Mulher', Doria recebeu o apoio da presidente nacional do grupo, a gaúcha Yeda Crusius, que governou o Rio Grande do Sul entre 2007 e 2010.
Com faixas de "Doria presidente" e "Doria, pai da vacina", milhares de mulheres das cinco regiões do País se eglomeraram em um espaço completamente lotado do WTC, local de eventos na zona sul de São Paulo. Apesar de todas usarem máscaras e de o local contar com álcool em gel para higiene das mãos, o distanciamento social não foi respeitado, apesar de esta ser a condição imposta pelo próprio governo para a liberação de eventos sem limite de público. O clima, além de eleitoral, era de fim de pandemia.
No palco, Doria assinou uma carta-compromisso na qual assegura a intenção de trabalhar para ampliar os direitos da mulher e as políticas públicas destinadas a elas. Citou ações desenvolvidas por ele e sua equipe no governo do Estado, como o prograna 'Dignidade Íntima' - que distribui absorventes femininos a mulheres matriculadas na rede estadual de ensino -, e mencionou os últimos programas sociais que as beneficiam, como o 'Vale Gás'.
"Lugar de mulher é onde ela quiser estar. Aqui no Estado de São Paulo se respeita a mulher. E quem não quiser respeitar, tem a lei. Aqui temos 138 Delegacias da Mulher. E vamos a 150. Criamos o SOS Mulher também, para as polícias protegerem todas", afirmou Doria. O tucano também destacou que 64% dos cargos diretivos, com força de comando no governo, são comandados por mulheres.
A promessa de escolher uma vice na chapa não ganhou destaque no palco, mas em coletiva de imprensa realizada antes do evento. "Vencendo as prévias do PSDB e, iniciando a disputa presidencial, nós teremos uma candidata à vice-presidente da República. Esse é um compromisso meu", afirmou Doria ao lado de Yeda, que imediamente reagiu. "O PSDB é conhecido como um partido do muro, mas é porque a gente gosta de subir e olhar os dois lados. Tenho 30 anos de relação com Doria, de política vivida. Eu, pessoalmente, sou João Doria", declarou a ex-governadora.
O apoio de Yeda é comemorado por aliados de Doria por se tratar de uma liderança importante do partido no Rio Grande do Sul, atualmente comandado por Eduardo Leite, principal adversário de Doria na disputa interna do partido. De acordo com as regras estipuladas pela executiva nacional do PSDB, ambos farão a inscrição para particpação nas prévias nesta segunda (20). Também devem se apresentar para a disputa o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Em seguida, os concorrentes terão dois meses de campanha até a data da votação, marcada para 20 de novembro.
Com informações de Estadão
Contrato foi assinado no início do mês, com previsão de as obras em Guarulhos começarem em janeiro
Por Amanda Pupo
O ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU), afirmou que houve "falta de transparência" no termo aditivo que viabilizaria uma conexão ferroviária entre o Aeroporto de Guarulhos (SP) e a estação Linha 13-Jade, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Ao suspender o contrato assinado entre o governo de Jair Bolsonaro e concessionária que administra o aeroporto, o ministro disse que houve "pressa" à revelia de qualquer consideração por parte do TCU e que, apesar de o projeto ser relevante e prioritário, nada justificaria o "atropelo".
O aditivo foi assinado no início de setembro entre a concessionária do aeroporto e o Ministério da Infraestrutura, com previsão de as obras começarem em janeiro. Pelo acordo, a responsabilidade pela construção e operação do chamado 'Automated People Mover (APM)' seria do GRU Airport, que opera o terminal aéreo.
Vital do Rêgo reclamou do fato de o tribunal não ter tido a oportunidade de se manifestar previamente sobre o aditivo, antes de o governo e a concessionária seguirem com a assinatura. Segundo ele, quando o TCU foi informado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre a aprovação do termo, foi enfatizado à Corte que a assinatura entre o governo e a empresa só prosseguiria após manifestação do tribunal.
"Em nenhum momento recebemos qualquer convite para uma reunião ou pedido de urgência na análise de uma documentação que, a todo instante, se informava que seria complementada", disse o ministro, segundo quem não havia necessidade de tal impasse ser criado uma vez que seu gabinete esteve "aberto para o diálogo".
"Na certeza de que tudo isso possa ser explicado, prefiro acreditar que há por certo uma desinformação do rito das análises deste TCU por parte de quem tomou inadvertidamente essa decisão. Caso contrário, tratar-se-ia mesmo de um caso de evidente má-fé", continuou Vital do Rêgo.
A decisão do ministro vale até que o TCU se manifeste sobre o mérito do processo. Para Vital do Rêgo, que se baseou em manifestação da área técnica da Corte, não ficou demonstrado o efetivo alcance do interesse público para justificar a escolha do sistema APM no projeto.
"Ainda persistem desencontros de informações, ausência de posicionamento conclusivo e muitos pontos não respondidos pelos atores envolvidos", disse. Compreendo que os gestores apresentarão de forma direta a este TCU a análise da viabilidade global do APM, em comparação a alternativas, sem jogar a responsabilidade de um para o outro a todo instante, como assim procede a Anac e a SAC", cobrou o ministro.
Em outra oportunidade, Vital do Rêgo já havia afirmado que a implantação do projeto carecia de estudos comparativos que trouxessem a "melhor solução para o gasto federal", o que poderia ser feito mediante estudo prévio de viabilidade ou avaliação formal.
O ministro também quer mais esclarecimentos sobre a definição da empresa que será contratada pela concessionária do aeroporto para executar o projeto. Ele deu 15 dias também para que o Ministério da Infraestrutura e a Anac se manifestem sobre a ausência de estudos comparativos no projeto.
"Informações dissonantes, acusações recíprocas e o eterno jogo de atribuir a responsabilidade de uma ação para o outro ente só alimentam o descontrole e as incertezas sobre se o que foi efetivamente entregue nestes autos é a posição final de quem decide", afirmou o ministro na decisão.
Em nota, o Ministério da Infraestrutura afirmou que atua em "total colaboração com os órgãos de controle e prestará todos os esclarecimentos e informações" requeridos pelo TCU. "O ministério entende que o maior aeroporto da América do Sul merece o projeto do people mover, que trará maior comodidade e segurança aos passageiros", afirmou.
Um grupo de 15 médicos que diz ter trabalhado na Prevent Senior encaminhou para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado um dossiê no qual informa que integrantes do chamado “gabinete paralelo” do governo de Jair Bolsonaro usaram a operadora de saúde como uma espécie de laboratório para comprovar a tese de que o chamado kit covid (hidroxicloroquina e azitromicina) era eficiente contra a doença e revelaram que pacientes não foram informados do tratamento experimental, o que é ilegal. O documento, assinado pelos profissionais, foi revelado pela GloboNews. O Estadão também teve acesso.
Por Julia Affonso
Em entrevista à emissora de TV, médicos acrescentaram que a operadora de saúde omitiu mortes pela doença num estudo na qual pretendia comprovar a eficácia do kit covid. Segundo os profissionais, nove pacientes vieram a óbito, mas o estudo relata que foram apenas dois casos. Esse estudo foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro como prova da sua falsa tese de que as pessoas não precisavam fazer quarentena ou usar máscara porque a combinação de cloroquina e azitromicina cura a doença, o que contraria a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O documento sob análise da CPI não é apócrifo. Dele constam os nomes dos 15 médicos e uma série de mensagens de WhatsApp apresentadas como prova. Uma delas é do diretor da Prevent, Fernando Oikawa. “Iremos iniciar o protocolo de HIDROXICLOROQUINA + AZITROMICINA. Por favor, NÃO INFORMAR O PACIENTE ou FAMILIAR, (sic) sobre a medicação e nem sobre o programa”, orientou o executivo no grupo de médicos, segundo revelou a GloboNews.
O dossiê apresentado aos senadores alerta que o estudo foi feito com mais de 700 pacientes – e não os 200 declarados no projeto inicial. Informa ainda que a média de idade das pessoas que foram submetidas à pesquisa é superior a 60 anos, o que sugere a inclusão de grande número de pessoas idosas “e, portanto, grupo considerado de maior risco da covid-19”.
A denúncia levada pelos médicos à CPI afirma ainda que, no ano passado, após críticas do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta a subnotificações de mortes de pacientes e ao atendimento da Prevent Senior a idosos, a diretoria da operadora “fez um pacto com o gabinete paralelo para livrar a empresa das críticas”. Segundo o dossiê, Nise Yamaguchi, que é oncologista, “frequentava a Prevent Senior para alinhar os tratamentos precoces”. Os médicos afirmam que ela “assessorava pacientes internados na Prevent Senior que eram considerados ‘especiais’ pelo governo”.
O “gabinete paralelo” é um grupo extraoficial que aconselhou Bolsonaro sobre ações a serem tomadas pelo governo no combate à covid-19. A existência de uma equipe fora da estrutura do Ministério da Saúde que era ouvida para definir políticas públicas foi revelada por Mandetta, que demitido do cargo após se negar a assinar protocolos que recomendavam o uso de medicamentos com ineficácia comprovada, como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, contra a doença.
A Prevent Senior anunciou, em março do ano passado, que faria o estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina associada ao antibiótico azitromicina contra a covid-19. A pesquisa foi suspensa logo em seguida, em 20 de abril, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). O órgão descobriu que os testes com pacientes haviam começado antes de a operadora receber o aval para a realização da pesquisa, o que é proibido no País.
Em 5 de abril do ano passado, Bolsonaro divulgou em seu Twitter uma ‘live’ sobre hidroxicloroquina em que participaram Pedro Batista Junior, diretor executivo da Prevent Senior, e o médico virologista Paolo Zanotto, suspeito de fazer parte do gabinete paralelo. “Esclarecedores dados e pró-atividade contra o covid-19”, escreveu o presidente.
Na transmissão ao vivo, Zanotto e Batista Jr. são questionados sobre o motivo de o governo Bolsonaro não ter adotado, até então, um protocolo para medicar hospitalizados com hidroxicloroquina.
Zanotto diz que, naquele momento, Yamaguchi e o médico Luciano Dias Azevedo – também apontado como integrante do gabinete paralelo – estavam com o “high brass” (alto escalão) do governo, em Brasília, discutindo a questão “muito mais perto do que vocês imaginam”.
"De quem a gente ouviu resposta, foi das pessoas de outro nível da administração pública. E essas pessoas imediatamente começaram a trabalhar com o nosso grupo e estão trocando informação e estão aprimorando todos esses dados que foram passados pelo Pedro. Existe um entendimento muito interessante entre a Prevent Senior e o governo federal brasileiro", disse Zanotto.
O grupo de médicos que apresentou a denúncia contra a operadora relatou à CPI que, no ano passado, a Prevent Senior comprou mais de 3 milhões de comprimidos de medicamentos do tratamento precoce, como cloroquina e ivermectina. “Quantidade suficiente para medicar cerca de 500 mil clientes da operadora”, dizem no documento.
Em 18 de abril, Bolsonaro publicou em uma rede social que a Prevent Senior havia lhe informado sobre alguns resultados do estudo. Segundo o presidente, 412 pacientes haviam optado por tomar hidroxicloroquina, 8 foram internados e nenhum intubado. “O número de óbitos foi zero. O estudo completo será compartilhado em breve”, registrou Bolsonaro.
O grupo que denuncia a Prevent afirma que o médico Rodrigo Ésper, da operadora, sugeriu, em um áudio no WhatsApp, revisar os números do estudo citado por Bolsonaro. Ésper, em 19 de abril, enviou um áudio ao grupo de pesquisadores do estudo. A GloboNews revelou a mensagem, que foi obtido também pelo Estadão (ouça abaixo).
“A gente precisa revisar esses dados no máximo até amanhã de todos os pacientes”, afirma. “A gente está revisando todos os 636 pacientes do estudo. Já tem mais ou menos uns 140 revisados, mas a gente precisa acabar isso até amanhã.”
Ésper diz ainda que os dados precisam ser “assertivos e perfeitos porque o mundo está olhando para a gente”. “A gente precisa ser perfeito”, afirma. “Até o presidente da República citou a gente. Esse áudio tem que ficar aqui, não pode sair.”
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), divulgou um vídeo em que Bolsonaro diz que quem toma cloroquina no início dos sintomas tem "100% de chance de cura". "A Prevent Senior fugiu da CPI.A operadora de plano de saúde ocultou mortes em estudo sobre cloroquina, prescreveu “kit Covid”,assediou clientes pelo uso de remédios ineficazes. Isso com apoio de postagens e propaganda de um presidente da República irresponsável e aliado do vírus", escreveu o senador.
A Prevent Senior fugiu da CPI.A operadora de plano de saúde ocultou mortes em estudo sobre cloroquina, prescreveu “kit Covid”,assediou clientes pelo uso de remédios ineficazes. Isso com apoio de postagens e propaganda de um presidente da República irresponsável e aliado do vírus. pic.twitter.com/cl2IXDUMpY — Renan Calheiros (@renancalheiros) September 16, 2021
Prevent Senior diz que vai processar médicos por 'denunciação caluniosa'
Procurada, a Prevent Senior divulgou nota em que “nega e repudia denúncias sistemáticas, mentirosas e reiteradas que têm sido feitas por supostos médicos que, anonimamente, têm procurado desgastar a imagem da empresa”. “Em decorrência disso, está tomando as medidas judiciais cabíveis para investigar todos os responsáveis por denunciação caluniosa (e outros crimes) sejam investigados e punidos. Os médicos da empresa sempre tiveram a autonomia respeitada e atuam com afinco para salvar milhares de vidas.”, afirma a operadora.
“Importante lembrar que números à disposição da CPI demonstram que a taxa de mortalidade entre pacientes de covid-19 atendidos pelos nossos profissionais de saúde é 50% inferior às taxas registradas em São Paulo”, continua.
A Prevent Senior informou, na nota, que vai pedir investigações ao Ministério Público para apurar “as denúncias infundadas e anônimas levadas à CPI por um suposto grupo de médicos”. “Estranhamente, antes de as acusações serem levadas à comissão do Senado, uma advogada que representa esse grupo de médicos insinuou que as denúncias não seriam encaminhadas se um acordo não fosse celebrado. Devido à estranheza da abordagem, a Prevent Senior tomará todas as medidas judiciais cabíveis”, afirmou a operadora.
O diretor executivo da operadora, Pedro Benedito Batista Júnior, tinha depoimento marcado para esta quinta-feira, 16, na CPI, mas ele não compareceu. A Prevent Senior justificou a ausência pela falta de “tempo hábil”, já que “o prazo mínimo para atender a uma convocação desta natureza é de 48 horas”.
A CPI também aprovou um requerimento e vai pedir informações ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo relacionadas ao processo de sindicância que apura a conduta de profissionais da Prevent Senior.
O médico Paulo Zanotto afirmou à reportagem que “ninguém disseminou o tratamento” precoce. “Foi perguntando para nós o que estava acontecendo em termos de tratamento precoce. Foi perguntado pelo Arthur Weintraub (irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub). Eles tinham perguntado o que estava acontecendo nessa área”, disse. “O tratamento precoce não foi implementado como política de Estado, não houve essa realização. O que aconteceu no Brasil foi a disponibilização de fármacos em alguns lugares do Brasil”, afirmou.
Procurada, Nise Yamaguchi disse ao Estadão desconhecer que a Prevent Senior fosse validar protocolos do governo. A médica afirmou ainda que não tem nenhum vínculo científico com a operadora e nem interferência nos protocolos de pesquisa que eles realizam.
O Palácio do Planalto não se manifestou.
A 10ª Vara Cível de Brasília determinou o cumprimento da condenação de Joesley Batista. Segundo decisões judiciais, ele deve indenizar Temer
Por Isadora Teixeira
A 10ª Vara Cível de Brasília determinou que o empresário Joesley Batista pague R$ 300 mil ao ex-presidente Michel Temer (MDB). Joesley foi condenado a indenizar Temer após dizer, em entrevista à Revista Época, que o emedebista era chefe de uma organização criminosa.
Caso o pagamento não seja feito de forma voluntária, a juíza Monike de Araújo Cardoso Machado autorizou a penhora de ativos financeiros em nome de Joesley. Se a penhora não puder ser feita, também estão liberadas a pesquisa de veículos do empresário e a quebra do sigilo fiscal dele.
Em novembro de 2020, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação de Joesley nessa ação. Desde agosto de 2021, o processo de cumprimento provisório de sentença tramita no Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT).
Em decisão publicada em 30 de agosto deste ano, a juíza da 10ª Vara Cível de Brasília mandou o empresário fazer o pagamento do débito de forma voluntária, em até 15 dias, sob pena de multa de 10% e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da dívida. Somente em caso de não pagamento é que a penhora deve ser executada.
O advogado de Temer nesse processo, Renato Ramos, disse à coluna que a expectativa da defesa é que o pagamento seja feito no prazo fixado pela Justiça.