Dilma perde seu mais fiel escudeiro no PMDB e, junto, o controle efetivo dos seus representantes no Congresso. Destino de ministérios prometidos a Picciani também é incerto
Principal interlocutor de Dilma Rousseff no PMDB, o deputado Leonardo Picciani (RJ) deixará de ser o líder da bancada do partido na Câmara. Ele será destituído por meio de um abaixo-assinado subscrito pela maioria dos deputados que imaginava liderar. O documento será protocolado na Mesa Diretora da Câmara nesta quarta-feira. Assumirá a liderança, também por vontade expressa da bancada, o deputado Leonardo Quintão (MG).
“Queremos na liderança um representante da nossa bancada, não um preposto do governo”, disse o deputado Osmar Terra (RS), um dos peemedebistas que coletaram assinaturas para apear Picciani da liderança. “O resultado da votação desta terça-feira deixou claro que o Picciani foi desastroso na condução da bancada”,
Picciani havia negociado com o Planalto a seleção de nomes 100% fechados com Dilma. Com o resultado que deu a vitória do grupo oposicionista na formação da comissão, os desafetos de Picciani não tiveram dificuldades para reunir as assinaturas necessárias à destituição do líder.
A destituição de Picciani ocorre menos de 48 horas depois de o vice-presidente Michel Temer ter mencionado o nome dele na carta-desabafo que enviou a Dilma. “Sou o presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu vice e presidente do partido”, queixou-se Temer.
Picciani, com seu novo posicionamento pró-Dilma, já havia indicado os ministros da Saúde, Marcelo Castro e da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera. O destino desses ministérios e de outros prometidos por Dilma, agora, só Deus sabe.
DELAÇÃO DE DELCÍDIO PREOCUPA
Enquanto isso, as notícias de Curitiba não são nada boas para as pretensões do Planalto em manter o poder. O senador Delcídio do Amaral além de fechar acordo de delação premiada, contratou a mesma banca de advogados que defende o doleiro Alberto Youssef e ao seu primeiro depoimento podem se seguir fatos assustadores para todos os petistas e membros de outros partidos que tiveram alguma proximidade com a Petrobras nos últimos cinco anos.
Delcídio do Amaral é a próxima bomba a explodir no colo de Dilma Rousseff.
Quem viver verá!