O recém-empossado presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, afirmou nesta quarta-feira, em sua primeira entrevista coletiva, que "ofensas injustificadas" à Justiça Eleitoral serão respondidas para defender a lisura do processo eleitoral. A resposta foi dada ao ser questionado especificamente sobre os embates do TSE com o presidente Jair Bolsonaro, que tem feito ataques frequentes às urnas eletrônicas. Da Redação — Se houver ofensas injustificadas à Justiça Eleitoral, nós vamos responder e seremos mesmo implacáveis. Estamos defendendo apenas um tribunal? Não. Agredir a instituição da Justiça Eleitoral significa hoje colocar em discussão a realização das próprias eleições. Propagar dúvidas afirmando-se que há provas, quando provas não foram apresentadas ou registradas, isso significa ter mais efeitos do que uma crítica exclusivamente política — afirmou Fachin. O ministro disse que críticas são inerentes ao ambiente da democracia, mas que a imputação de acusações falsas buscam tumultuar o ambiente eleitoral e gerar crises. — A crítica é inerente à democracia. Quem faz uma crítica, por exemplo, ao sistema da urna eletrônica, quer concordemos ou não, faz parte do universo das percepções que se tem. Agora, imputar à urna eletrônica uma fraude não ocorrida, isso desborda da ambiência da crítica política, afeta uma instituição e é por assim dizer um argumento à busca de um pretexto e da entronização de um pivô de crise. E isto não vai ocorrer — afirmou Fachin. Para o presidente do TSE, é necessário o respeito às regras das eleições, que estarão a cargo do TSE. Fachin afirmou ainda que a Corte poderá impor limites a aplicativos de comunicação que afetem as eleições. — Nenhum mecanismo de comunicação está imune ao estado de direito e me refiro ao estado democrático. Essa “transterritorialização comunicacional” em relação a países de governos ditatoriais tem um outro contexto e compreensão nos quais a existência do limite significa existência de limite e controle que afeta o conteúdo da própria liberdade. No Brasil, vivemos sob a égide da Constituição — afirmou.