Neste dia 1º de outubro de 2015, tomamos conhecimento, por meio do respeitado blog do nosso amigo Cléber Toledo, de uma declaração do deputado estadual Paulo Mourão, “líder” do governo na Assembleia Legislativa, na qual ele alega que a imprensa tocantinense é responsável pelo desgaste e pela desaprovação do governo do Estado. Uma declaração, no mínimo, infeliz, que reflete bem o por quê do governo do nosso Estado estar tão perdido e sem rumo, a ponto de precisar aprovar – às pressas – um pacote de aumentos de impostos para tentar sanear a economia, quando, o que se esperava era que, primeiro, o governo desse o exemplo, cortando seus gastos, enxugando a máquina administrativa e acabando com algumas “farras” públicas e notórias com o dinheiro público, como vemos na questão dos carros oficiais que circulam nos fins de semana pelos rincões turísticos do Tocantins. Primeiro, vamos à declaração de Paulo Sardinha Mourão: “A imprensa só usa as mazelas, envereda pelas críticas, colaborando para o agravamento da crise no Brasil e no Estado.” Mourão disse, ainda, que há uma “exacerbação da crítica fundamentada” em relação ao pacote de medidas de “revisão tributária”, encaminhado pelo Executivo e aprovado pelo Legislativo em tempo recorde, para a quantidade de matérias aprovadas. NOSSO PONTO DE VISTA Ora, se há mazelas no governo, á a imprensa a responsável por elas? Foi a imprensa quem criou as dívidas, o excesso de funcionários contratados, os altos gastos com combustível, com as reuniões do PPA e outras situações em que o governo do Estado poderia estar economizando – e muito – o dinheiro que tira do bolso dos cidadãos? É a imprensa que vem protelando os repasses para nossos projetos agrícolas, que estão paralisados ou caminhando a passos de quelônio, quando deveriam ser eles as molas propulsoras da nossa economia? Num campo mais abrangente, é a imprensa quem negocia cargos e indicações no governo federal em troca de apoio para a aprovação de medidas impopulares? É a imprensa a responsável pela péssima avaliação que os cidadãos, os contribuintes, fazem do governo de Dilma Rousseff, a comandante- em-chefe do governo do PT, partido do qual Paulo Sardinha Mourão faz parte? Queremos lembrar ao caro deputado estadual, homem probo, de uma vida ilibada e repleta de bons serviços prestados ao Tocantins, nos diversos cargos que ocupou, desde prefeito da minha Porto Nacional, passando por deputado federal e secretário de governo, que esse seu rompante de infelicidade verborrágica não vale tanto quanto seu histórico, mas, certamente, será uma mácula indelével em seu currículo. Acusar a imprensa pelos problemas que o próprio governo criou para si, além de ser desonesto, leviano e não condizer com a verdade, imputa a Paulo Mourão, além da característica da irresponsabilidade, quase que a pecha de criminoso, pois afronta a própria Constituição Brasileira, em seu artigo 5, inciso IX, que garante a liberdade de expressão. A irresponsabilidade de Paulo Sardinha Mourão foi tamanha, que contrariou até o histórico do chefe do governo do qual ele tenta ser o “líder” na assembléia Legislativa, pois o governador Marcelo Miranda sempre se pautou pelo respeito á imprensa e aos jornalistas e jamais proferiria tal leviandade. Paulo Mourão esqueceu – ou preferiu apagar de sua memória – as vezes em que a imprensa tocantinense tomou suas dores, exaltou seus feitos, seu trabalho, e apostou nele, mesmo com sua pitoresca rabugice, como um político sério e que valia à pena ser levado a sério. Essa mesma imprensa que Paulo Mourão afronta, é a que lutou lado a lado com a classe política do Norte Goiano por sua emancipação. É a mesma imprensa que lutou para dar notoriedade ao Tocantins, divulgando aos quatro cantos do Brasil as qualidades do povo e as potencialidades do Estado. É a mesma imprensa que imprimiu respeito e admiração à saga histórica da criação do Tocantins e atraiu para cá muitos dos principais empresários que ajudaram a dar o tom de progresso á nossa economia. A imprensa que Paulo Mourão culpa pela incompetência que nasceu no seio do governo do qual faz parte, é mesma que tenta, hoje, convencer o povo de que os aumentos de tarifas aprovados pela Assembleia serão sucedidos por dias melhores para a nossa economia e que a contrapartida do governo, do qual ele faz parte, realmente sairá do papel. Como dirigente de um veículo de comunicação que nasceu um ano antes do Tocantins e que permanece, até hoje, no mesmo endereço e com a mesma credibilidade junto aos cidadãos de bem, não poderia me calar ante esse momento infeliz de um homem que se tem como honrado. Prefiro acreditar que foi um momento de fraqueza, cansaço mental, estresse ou descontrole do caríssimo deputado estadual, que deve estar de cabeça-quente com os problemas e acusações de corrupção que pairam sobre a teto do seu partido, o PT, e enchem de vergonha os brasileiros. Finalizo afirmando que a imprensa tocantinense não teme nenhuma afronta, nenhuma rasteira, nenhum grito de desespero, seja de onde vier, pois é uma imprensa digna, de credibilidade, fundamentada na ética e na moral, e que exerce fielmente seu papel na busca pelo desenvolvimento do nosso Estado. E ai daqueles que tentarem intimidá-la! Quem viver verá! Edson Rodrigues Diretor-presidente O Paralelo 13