Em cinco anos de administração não há muito o que mostrar, e por mais que tente ainda não conseguiu emplacar-se no cenário tocantinense Por Edson Rodrigues Já em seu segundo mandato como prefeito de Palmas, Carlos Amastha, pode até parecer aos olhos de um leigo um gestor responsável, que tem um trabalho voltado para a população palmense, mas caso façamos uma análise mais detalhada sobre sua campanha, propostas, e de fato trabalho prestado é possível que nos espantemos com os resultados. Eles não são tão visíveis e na verdade são meramente pontuais. Não é precipitado dizer que o gestor da Capital tocantinense está mais perdido do que cego em tiroteio, ou freira em bordel. Sem nenhum conhecimento sobre a população, suas reais necessidades, e até mesmo cultura do povo em quase cinco anos de administração não há muito o que mostrar, e por mais que tente ainda não conseguiu emplacar-se no cenário tocantinense. Durante suas duas campanhas eleitorais houveram inúmeras promessas, dentre elas construção de hospital municipal, habitação, regularização fundiária, escolas em tempo integral, maternidade, patrulha mecanizada, mas as obras ainda não foram iniciadas. Amastha tem uma grande qualidade que não podemos deixar de ressaltar, sua gestão é marcada pelo paisagismo, organizou a cidade, fez asfalto, calçamento, notificou os donos de lotes, protestou os Imposto Predial, Territorial Urbano (IPTUs), que estavam atrasados, obrigou muitos moradores a murar seus terrenos. Palmas hoje de fato está linda, mas falta o básico, saúde, segurança, assistência social. As mulheres ainda aguardam a maternidade prometida, os doentes esperam pelo tão sonhado hospital, assim como tantas outras obras que até então, não passaram de promessas de campanha. Em contrapartida, com o apoio de sua bancada na câmara, na calada da noite, conseguiu aprovar reajustes dos impostos como taxa de iluminação pública, IPTU, assim como o Imposto Municipal Sobre Qualquer Natureza (ISSQN), e o Imposto Estadual relativo a Circulação de Mercadoria e sobre Prestação de Serviço de Transporte (ICMS). Algum morador de Palmas já esqueceu o aumento de 25% divulgado em janeiro deste ano, após a posse do prefeito sob a justificativa de que o reajusto era porque o valor estava defasado há três anos? Ou do reajuste do valor do transporte público que após vários adiamentos ele conseguiu emplacar em junho deste ano? A passagem que custava R$3,00 passou para R$ 3,50. Parece pouco, mas são R$2,00 por dia a mais. O usuário ou empresário que pagava R$ 12,00 passou a gastar R$14,00 por dia. Depois de todos esses reajustes, sem mencionarmos as centenas de radares espalhados pela Capital que contribuíram para a arrecadação do município, o atual prefeito tem o descaramento de chamar alguns políticos do Tocantins de “vagabundos”. Mais do que ofensas, essa é sem dúvida uma falta de respeito com os representantes do povo. Assim como ele, escolhidos após um exercício de cidadania exercido pela população. Independente de serem honrosos ou não, é leviano generalizar, pois existem bons políticos, assim como maus, e Amastha infelizmente conseguiu provar que não foge à regra. Não devemos condenar, ninguém foi posto no banco dos réus, e mesmo que a opinião pública vá ao encontro do xingamento do prefeito, existem duas formas de decidir o futuro de qualquer gestor ou legislador no Estado. Por meio da justiça, que tem autonomia e idoneidade para tal julgamento e sentença, ou nas urnas, quando a população por meio do voto aprova ou desaprova determinado político. Denegrir a imagem de uma pessoa respinga em toda uma sociedade. A falta de respeito do prefeito de Palmas não é só para com a classe política, mas com familiares, filhos, esposas, destes, que geralmente nada tem haver com a decisão de determinada pessoa, mas sofre na pele as consequências de comentários levianos, nem sempre verídicos e de cunho claramente estratégico e pretensioso. Nada mais é do que o desejo do atual prefeito em tornar-se o gestor do Palácio Araguaia. Diante de uma ação impensada, com inúmeros resultados negativos, hoje Carlos Amastha sobre uma grande rejeição da sociedade, diante de tantas ações desnecessárias, que visaram apenas o aumento da arrecadação municipal, em que a população tem sido a maior penalizada de todos estes reajustes de taxas. O povo gosta de discurso, mas que ele esteja em harmonia com o que é executado, pois promessas que não são cumpridas, não passam de promessas. Olé! Não poderíamos deixar de reconhecer ou citar o drible que o senador Ataídes Oliveira deu no preito de Palmas. Com testemunha nacional da cúpula do PSB, o prefeito da maior cidade do Brasil, João Dória. Ataídes deu um show ao vivo e a cores em Amastha com plateia vip. Claramente humilhou o prefeito que se viu obrigado a submeter-se a pegar uma carona em Ataídes para subir no gabinete de Dória, correligionário do senador. A situação foi tão constrangedora e desagradável que de uma hora para outra os representantes do PSB esvaziaram a embarcação. Aliados estes que também são políticos e se encaixam nos xingamentos do prefeito no qual rotula a classe de vagabunda e se menciona como o novo. Apoio Todos sabemos que ninguém vive sozinho. E este termo se adéqua em qualquer circunstância social, familiar, pessoal, profissional. A convivência faz-se necessária, pois vivemos em sociedade. A regra também se aplica à política. Um prefeito precisa de um candidato a vice-prefeito para compor sua chapa, candidatos a vereadores. Assim como o deputado federal precisa estar coligado a um grupo no Estado no qual disputa. O candidato a deputado estadual, o governador, o senador, que ainda precisa dos suplentes. A postura de Amastha intriga e nos traz inúmeros questionamentos. Como um suposto candidato a governador chama os demais políticos de vagabundos? Estes vagabundos farão parte do elenco que o apoiará a governo do Estado? O discurso do prefeito diante dos seus aliados vai mudar tendo em vista que o processo eleitoral já acontece nos bastidores. E estes esquecerão dos xingamentos? Pode até ser que sim, mas os reajustes continuam vivos na memória e no bolso da população.