Definições são enquadramentos dentro dos quais algumas percepções de mundo não se deixam. Quando queremos definir o tempo, talvez estejamos excessivamente ambiciosos, posto que, o próprio tempo busca se definir num devir constante. “Medida do movimento entre anterioridade e posterioridade”? Aristóteles que o diga!
Por Pe. Paulo Sérgio Maya Barbosa
Entretanto, graças ao senso comum, que não deixa de ser um ambiente de conforto às inquietações da inteligência, o tempo é inerente ao ser humano uma vez que, a princípio, somos capazes de reconhecer e ordenar a ocorrência dos eventos percebidos pelos nossos falhos e limitados sentidos.
Ao completar 25 anos, desde a promulgação constitucional que permitiu a mensuração de um novo tempo, os tocantinenses contemplam a obra à qual se puseram com coragem, força, perspicácia, habilidades e paixões. São as bodas de argentum, densas de significados que, no transcurso da nova história do Estado do Tocantins, purificou-nos como prata no cadinho.
O tempo da inocência passou. Não podemos mais nos dar ao luxo de colocar um véu sobre os nossos pecados a guissa dos que ainda não tem suficiente amadurecimento para enfrentar as consequências do crescer. A maturidade nos chama com suas exigências sempre maiores.
Andamos muito, construímos o que pode ser visto por estes vastos sertões e, o mais importante, aquilo que também edificamos no interior de nossos corações e em nosso espírito. Uma alma tocantinense nos toma por completo.
No hoje de nossa existência, alguns se conformam inertes, apenas saboreando os bons feitos realizados. Outros, entretanto, os mais sábios, se debatem em autocrícia buscando respostas às perguntas, pesadamente elaboradas pelas experiências de fracasso.
Não é sem propósito que o hoje se chama presente. O “agora” que abre espaço para os sonhos e as utopias, exige, com mesma ênfase, planejamento e elaborações com refino. Foi-se o tempo dos experimentos intermináveis, dos titubeios e das imprecisões que desgastaram tesouros e corroeram parte de nossas energias.
O momento é de tomar os destinos do acaso, assumindo-os. Temos urgência em acompanhar o desenvolvimento que o mundo pós-moderno impõe. Urgências estas, potencializadas pela percepção de que os índices de desenvolvimento humano de que dispomos ainda não permitem livrar todos os nossos conterrâneos das carências mais básicas.
Cada um de nós tem sua missão a cumprir. Ela pode ser traduzida pelas tarefas que nos são reservadas, grandes ou pequenas, não importa. Todas devem ser desempenhadas com amor e inteligência. A construção não pode parar, pois estamos construindo o mundo!
E o futuro? Tempos que virão..... O amanhã nos importa porque é lá que viveremos o resto de nossos dias. Como o queremos e o que dele queremos? É justo e lícito empenhar forças em sua construção.
Como seres dotados de inteligência, temos o privilégio de poder recomeçar sempre de maneira evolutiva. O método consiste no uso das boas sínteses alcançadas, interligando-as com os novos elementos ditados pelos desafios humanos em progredir. Poderíamos, assim, planejar com critérios sistemáticos e com rigor lógico o próximo quarto de século? Penso que sim. Basta um querer comprometido, não com tesouros que a traça corroe, mas com a melhor parte: a vida.
Graças a Deus, ainda há tempo.
Pe. Paulo Sérgio Maya Barbosa
Vigário Episcopal