Imprimir esta página

Aliados estudam manobra para tirar de cena vice de Tarcísio e deixar governo com presidente da Alesp

Posted On Quinta, 22 Mai 2025 13:37
Avalie este item
(0 votos)

Aliados do presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), André do Prado (PL), traçam planos para convencer o vice-governador, Felício Ramuth (PSD), a também renunciar caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) deixe o governo no ano que vem para disputar a Presidência

 

 

Por Bruno Ribeiro

 

 

A medida tornaria André governador e, no cálculo desses aliados, ficaria fortalecido em uma eleição para o governo do estado, uma vez que teria controle da máquina pública a partir de abril.

 

A estratégia seria similar à adotada por Cláudio Castro (PL) no Rio de Janeiro, que articulou para emplacar seu vice, Thiago Pampolha (MDB), em um assento no TCE (Tribunal de Contas do Estado), de forma a abrir caminho para que o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), assuma o governo fluminense no ano que vem. Pampolha teve a indicação ao TCE aprovada pela Assembleia nesta quarta (21).

 

Um homem está em pé em um palco, segurando um microfone e falando. Ele usa um terno escuro e uma camisa branca. Ao fundo, há bandeiras do Brasil e do estado de São Paulo, com um fundo em tons de roxo. O homem parece estar em um evento oficial, possivelmente fazendo um discurso.

 

O presidente da Alesp, deputado André do Prado (PL), em evento no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo - Pablo Jacob - 20.mai.25/Divulgação/Governo de SP

Pela linha sucessória, o presidente do Legislativo é quem assume o governo no caso de ausência tanto do governador quanto do vice. No caso de São Paulo, André do Prado, à frente da Alesp, ficaria na cadeira de governador durante as eleições.

 

O plano, contudo, não teria a participação de Tarcísio, que vem se mostrando avesso a qualquer conversa com aliados que envolva sua eventual candidatura presidencial.

 

O governador, aliado de Jair Bolsonaro (PL), aguarda uma sinalização do ex-presidente sobre quem será o candidato do grupo. Oficialmente, ele se coloca como pré-candidato à reeleição em São Paulo.

 

Ramuth disse à Folha que não foi procurado por ninguém com propostas para que dispute uma cadeira na Alesp ou na Câmara dos Deputados e reforçou não ter interesse em concorrer a cargos no Legislativo.

 

"Já estão arrumando lugar para o Tarcísio e já estão arrumando lugar para mim. Acho esse tipo de conversa bastante precoce", disse o vice-governador.

 

André do Prado disse, por meio de sua assessoria, que desconhece qualquer conversa a respeito e que acha o tema "sem nenhum sentido, porque o vice-governador tem feito um grande trabalho ao lado do governador Tarcísio".

 

O presidente da Alesp tem tentado se viabilizar como candidato a vice de Tarcísio no próximo ano ou mesmo a governador, caso o chefe do Executivo paulista queira se candidatar ao Palácio do Planalto. No entanto, nesse segundo cenário, o deputado, que tem a região do Alto Tietê como reduto eleitoral, precisará de maior reconhecimento no restante do estado.

 

O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, que se filia ao PP nesta quinta-feira (22), também disputam a indicação de candidato de Tarcísio ao governo caso ele concorra à Presidência.

 

Segundo o entorno do presidente da Alesp, o posto de governador durante o período eleitoral o deixaria em evidência e ampliaria as chances de vitória. O grupo admite, no entanto, que será difícil convencer Ramuth. Por isso, eles têm debatido se vale a pena oferecer ao vice um acordo para que ele seja o presidente da Alesp na próxima legislatura, caso aceite disputar uma vaga de deputado estadual.

 

Na hipótese de Tarcísio concorrer à Presidência, Ramuth permaneceria como governador por cerca de oito meses, mas sem acordos que viabilizem sua eleição ao governo estadual, segundo deputados ouvidos pela Folha.

 

André do Prado tem apoio da base de Tarcísio na Alesp na disputa pela indicação ao cargo de governador.

 

O grupo interpretou como um desconforto de Ramuth o fato de o vice-governador ter saído do evento de lançamento do programa de erradicação da pobreza pelo governo Tarcísio, no Palácio dos Bandeirantes, na terça (20), antes do discurso do deputado.

 

Ramuth negou veementemente o desconforto e disse que só saiu mais cedo porque tinha um voo para São José do Rio Preto (a mais de 400 km da capital paulista). "Se o evento tivesse começado no horário, eu teria ficado até o fim", disse ele à reportagem.

 

 

 

{loadposition compartilhar} {loadmoduleid 252}
O Paralelo 13

Mais recentes de O Paralelo 13

Itens relacionados (por tag)