O deputado federal André Vargas (PT-PR), primeiro-vice-presidente da Câmara, pediu hoje (7) licença da Casa pelo prazo de 60 dias para tratamento de assuntos de interesse particular. Nesse período, ele ficará afastado tanto do cargo de deputado quanto do de vice-presidente da Câmara. O parlamentar é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que apura esquema de lavagem de dinheiro.
No ofício encaminhado à Mesa Diretora, o parlamentar diz que, mesmo afastado, está à disposição da Casa para quaisquer esclarecimentos.
De acordo com reportagem da revista Veja desta semana, em mensagens interceptadas pela Polícia Federal, Vargas promete ajudar Youssef em contratos que o doleiro pretendia fechar com o governo federal. As suspeitas são de que Youssef e Vargas sejam sócios do laboratório Labogen. O doleiro está preso desde o dia 17 de março, em decorrência das investigações da Operação Lava Jato, que apura um esquema de lavagem de dinheiro. Para o líder do PPS, o discurso de pedido de desculpas, feito por Vargas na semana passada, já não basta.
Outra reportagem publicada pelo jornal O Globo apontou que o patrimônio do vice-presidente da Câmara cresceu 50 vezes em dez anos, desde que ele se elegeu pela primeira vez vereador em Londrina, em 2000, até a última eleição para a Câmara, em 2010. “A evolução patrimonial ocorrida entre os anos de 2000 e 2010 é totalmente compatível com minha renda ao longo desses dez anos”, reagiu Vargas em nota.
PSOL aciona Vargas por denúncias da Lava Jato
Além da ação encaminhada pelos partidos de oposição na Câmara dos Deputados contra o vice-presidente André Vargas (PT-PR), o PSOL protocolou nesta segunda-feira, 07, uma representação na Corregedoria da Casa. A bancada pede a apuração das denúncias envolvendo a relação do petista com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal. A sigla deve entrar nesta terça com uma nova representação, desta vez junto ao Ministério Público.
Na representação, o partido solicita que sejam investigados o empréstimo de um avião ao deputado do PT, o vínculo entre Vargas e Youssef e a conduta do parlamentar junto ao Ministério da Saúde para supostamente favorecer o laboratório Labogen. "A relação mantida não é a da alegada amizade de 20 anos, mas sim envolvem negociatas e possíveis fraudes em processos administrativos, com a utilização da influência do deputado André Vargas", diz a nota do PSOL.
"Há a necessidade, portanto, de apuração dos fatos no âmbito da Corregedoria da Casa, com a contribuição da Polícia Federal, e, uma vez aprovado o parecer pela Mesa Diretora, a instauração de processo por quebra de decoro, no âmbito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar".
Mais cedo, Vargas encaminhou um pedido de licença do mandato parlamentar por 60 dias. Durante o período, o deputado não receberá salário.