Ministro da Previdência diz estar com a consciência limpa e afirma que patrimônio dos fraudadores será usado para ressarcir aposentados
Com SBT
Em entrevista ao SBT, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, comentou sobre a possibilidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema suspeito de desviar R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o que tem sido ventilado pela oposição ao governo Lula.
No entanto, Lupi minimizou os potenciais efeitos da iniciativa. Ele disse que não teme a CPI e acredita a investigação parlamentar não vai ser melhor do que a feita pela Polícia Federal.
Questionado sobre uma possível saída do cargo, foi direto: “Pressão a gente sente, sim. Mas quem não está preparado não deve ocupar função pública". Ainda disse que está "com a consciência tranquila" e que ficar ou sair é uma decisão do presidente Lula.
O ministro reconheceu que houve falha, crime e demora na detecção do esquema de fraudes. Ele afirmou que os culpados devem ser responsabilizados com rigor.
“É tudo muito difícil de ser feito. Acho que houve falha. Acho que houve falha, houve crime. Agora, compete a Polícia Federal provar e a gente botar na cadeia”, disse.
Sobre o ressarcimento dos valores desviados, Lupi destacou que o foco inicial será recuperar os bens dos envolvidos no esquema. “As instituições criminosas têm um patrimônio grande”, afirmou.
Ele reforçou que os fraudadores terão seus bens confiscados para devolver os valores à Previdência: “Quem roubou vai ter que restituir esse dinheiro para o aposentado”.
Após o escândalo vir à tona, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi, foi demitido no mesmo dia. Sobre a escolha do sucessor de Stefanutto, o ministro lembrou que a decisão cabe exclusivamente ao presidente Lula.
“Todos os cargos são indicados pelo presidente. Não indiquei ninguém do meu partido, todos os nomes eram de carreira. Achei que isso diminuiria o risco de corrupção, mas foi uma avaliação errada”, reconheceu.