O declínio da Petrobras, com sua trajetória descendente, jamais foi ignorado pelo bloco oposicionista. Em 2009, requeremos a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a apurar irregularidades envolvendo a Petrobras e a ANP. Era inaceitável, sob qualquer ângulo republicano, assistir de forma indiferente à maior empresa estatal brasileira frequentando com assiduidade as páginas policias da imprensa. Uma realidade que, obrigatoriamente, deve ser objeto de máxima atenção por parte do Poder Legislativo em sua competência de fiscalização sobre o Poder Executivo. Uma agravante sobrepunha-se: o fato de o braço auxiliar do Poder Legislativo – o Tribunal de Contas da União (TCU) – considerar essa estatal uma das mais fechadas e resistentes ao repasse de informações, havendo, inclusive, registro de casos de fornecimento de dados incorretos e informações desencontradas. Foi nesse contexto, em face de inúmeras denúncias de irregularidades e desvios de recursos feitas por Polícia Federal, Ministério Público Federal e TCU, bem como das dificuldades desses órgãos em obter as informações necessárias para concluir as investigações, que fomos compelidos a investigar os fatos por meio de uma CPI. A partir de sua instalação, o governo encarregou sua base de apoio de preparar as exéquias desse colegiado. Sem condições de impedi-la, já que o STF asseguraria à minoria o direito de instalar a CPI, o governo a dominou de forma absoluta, desrespeitando as mais caras tradições do Senado Federal. Em reação, a oposição anunciou, no dia 10 de novembro de 2009, sua retirada definitiva da comissão, sem, no entanto, abdicar do dever de apurar as denúncias que ensejaram a criação da CPI. Nesse sentido, 18 representações foram encaminhadas ao Ministério Público, enfeixando uma espécie de relatório final paralelo antecipado da oposição, com o intuito de contribuir para o esclarecimento de pontos tão controvertidos da gestão da Petrobras na época. A rumorosa compra da refinaria em Pasadena havia sido objeto de representação de minha autoria em 2012. A declaração da presidente Dilma (então presidente do Conselho da Petrobras), alegando que a decisão da compra da refinaria, em 2006, se deu com base em um relatório falho, irradiou o movimento em torno da instalação imediata de uma CPI. A denúncia anterior, envolvendo o pagamento de propina a diretores da companhia por uma empresa holandesa – US$ 30 milhões para fechar contratos de aluguel de plataformas do pré-sal –, já era um rastilho no paiol da Petrobras. A indignação popular impôs ao parlamento uma postura compatível com os anseios de transparência e, sobretudo, de combate à impunidade da população. A decisão dos partidos de oposição e parlamentares independentes de vários partidos de colher assinaturas para a criação da CPI não foi picuinha ou revanchismo. Agimos em absoluta sintonia com os ditames republicanos. Trata-se de uma investigação política que complementa a investigação judiciária e colabora com ela. A Petrobras já foi a 12.ª empresa no mundo e hoje, em poucos anos, tornou-se a 120.ª empresa no mundo, sendo a petroleira mais endividada internacionalmente. Que a gestão administrativa foi temerária e claudicante é inquestionável. É hora de debater a Petrobras na plataforma que nos cabe: o Congresso Nacional.
Alvaro Dias é Senador

Posted On Terça, 01 Abril 2014 16:40 Escrito por O Paralelo 13

Definições são enquadramentos dentro dos quais algumas percepções de mundo não se deixam. Quando queremos definir o tempo, talvez estejamos excessivamente ambiciosos, posto que, o próprio tempo busca se definir num devir constante. “Medida do movimento entre anterioridade e posterioridade”? Aristóteles que o diga!

Por Pe. Paulo Sérgio Maya Barbosa

Entretanto, graças ao senso comum, que não deixa de ser um ambiente de conforto às inquietações da inteligência, o tempo é inerente ao ser humano uma vez que, a princípio, somos capazes de reconhecer e ordenar a ocorrência dos eventos percebidos pelos nossos falhos e limitados sentidos.

Ao completar 25 anos, desde a promulgação constitucional que permitiu a mensuração de um novo tempo, os tocantinenses contemplam a obra à qual se puseram com coragem, força, perspicácia, habilidades e paixões. São as bodas de argentum, densas de significados que, no transcurso da nova história do Estado do Tocantins, purificou-nos como prata no cadinho.

O tempo da inocência passou. Não podemos mais nos dar ao luxo de colocar um véu sobre os nossos pecados a guissa dos que ainda não tem suficiente amadurecimento para enfrentar as consequências do crescer. A maturidade nos chama com suas exigências sempre maiores.

Andamos muito, construímos o que pode ser visto por estes vastos sertões e, o mais importante, aquilo que também edificamos no interior de nossos corações e em nosso espírito. Uma alma tocantinense nos toma por completo.

No hoje de nossa existência, alguns se conformam inertes, apenas saboreando os bons feitos realizados. Outros, entretanto, os mais sábios, se debatem em autocrícia buscando respostas às perguntas, pesadamente elaboradas pelas experiências de fracasso.

Não é sem propósito que o hoje se chama presente. O “agora” que abre espaço para os sonhos e as utopias, exige, com mesma ênfase, planejamento e elaborações com refino. Foi-se o tempo dos experimentos intermináveis, dos titubeios e das imprecisões que desgastaram tesouros e corroeram parte de nossas energias.

O momento é de tomar os destinos do acaso, assumindo-os. Temos urgência em acompanhar o desenvolvimento que o mundo pós-moderno impõe. Urgências estas, potencializadas pela percepção de que os índices de desenvolvimento humano de que dispomos ainda não permitem livrar todos os nossos conterrâneos das carências mais básicas.

Cada um de nós tem sua missão a cumprir. Ela pode ser traduzida pelas tarefas que nos são reservadas, grandes ou pequenas, não importa. Todas devem ser desempenhadas com amor e inteligência. A construção não pode parar, pois estamos construindo o mundo!

E o futuro? Tempos que virão..... O amanhã nos importa porque é lá que viveremos o resto de nossos dias. Como o queremos e o que dele queremos? É justo e lícito empenhar forças em sua construção.

Como seres dotados de inteligência, temos o privilégio de poder recomeçar sempre de maneira evolutiva. O método consiste no uso das boas sínteses alcançadas, interligando-as com os novos elementos ditados pelos desafios humanos em progredir. Poderíamos, assim, planejar com critérios sistemáticos e com rigor lógico o próximo quarto de século? Penso que sim. Basta um querer comprometido, não com tesouros que a traça corroe, mas com a melhor parte: a vida.

Graças a Deus, ainda há tempo.

Pe. Paulo Sérgio Maya Barbosa
Vigário Episcopal

Posted On Quarta, 09 Outubro 2013 11:07 Escrito por O Paralelo 13

Por Salomão Wenceslau Rodrigues de Carvalho

Anunciar aquilo que todo mundo já sabia, o governador Siqueira Campos (PSDB) foi mais longe: estrategicamente, aproveitou o momento para fazer a sua demarcação de terreno. Lançar a candidatura de seu filho, Eduardo Siqueira (PSDB) para governador em 2014, não teria a menor repercussão se viesse de forma solitária, porque isso já estava na programação normal.
O segredo está exatamente no processo de demarcação de terreno, um mês antes dos partidos e pretensos candidatos montarem o tabuleiro do xadrez. A senadora Kátia Abreu (PSD) é da base do Governo, mas vive namorando com os vizinhos da oposição. O mesmo acontece com o senador Vicentinho Alves (PR), que também é da base do Governo, mas ensaia um voo solo desde o início do ano.
Ao lançar a candidatura de Eduardo ao Governo, Siqueira está dizendo para os dois e os demais "navegantes", o nome do "santo" e indicando o caminho do "altar", ao qual devem rezar. Siqueira, que de bobo não tem nada, faz este lançamento exatamente no momento em que anuncia o controle dos gastos e uma economia de R$ 50 milhões este ano.
Ou seja: vai abrir a "bolsa generosidade", um ano antes da eleição. E faz dando nome e sobrenome do operador do sistema: seu filho José Eduardo Siqueira Campos, atual secretário de Relações Institucionais, carinhosamente tratado nas rodas políticas de "Governador de fato". Siqueira, eleito pelo voto popular, é de direito, mas quem manda é Eduardo.
E não se iludam aqueles que acham que o Governo está desgastado, não fez nada e não dá tempo para fazer. Lembre-se que Carlos Gaguim (PMDB) assumiu o Governo no dia 9 de setembro de 2009. Brigou com Marcelo Miranda, Moisés Avelino, Kátia Abreu e se apaixonou por João Ribeiro (PR). E depois fez outras e mais outras estripulias e perdeu a eleição por apenas sete mil votos de diferença.
Portanto, tempo existe sim. E apesar do desgaste do Governo, Eduardo é hoje um homem público bem diferente de quando perdeu a eleição para Kátia Abreu, em 2006. Na época, na faixa dos 40 anos, Eduardo queria ser jovem de 20, andar de boné com o bico para trás, passear de moto e namorar todas. Diferente daquele "baladeiro", Eduardo hoje é um "cinquentão " moderado, mais caseiro e concentrado nas questões de estado.
Ainda é cedo para fazer previsões, mas da mesma forma que o desgaste do Governo é voz corrente na população, entre os prefeitos, o nome de Eduardo já é pronunciado em tom de agrado. Isso muito se deve ao trabalho que o Governo tem feito em parceria com os municípios, principalmente na recuperação de estradas vicinais e patrulhas mecanizadas.
A senadora Kátia Abreu (PSD) anda de conversa com PMDB, com PR e com o empresário Roberto Pires, presidente da Fieto, na busca de um lugar confortável, onde possa disputar a reeleição para o senado. Ao anunciar o nome de Eduardo para Governador, Siqueira sinalizou para Kátia, que tem uma vaga para pretensos candidatos ao senado. Ao mesmo tempo, disse ao senador Vicentinho Alves que tem espaço para ele no barco. Mas, se quiser voar, que o faça agora.
Na oposição, o ex-governador Marcelo Miranda está de malas prontas para o PT. No Partido dos Trabalhadores, Marcelo terá a proteção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E ainda está alucinado por Paulo Mourão, ex-prefeito de Porto Nacional. Está no PMDB apenas dando tempo para encontrar "motivos" que expliquem a sua saída.
PR e PP também lhe fizeram convites. A dúvida é saber se nessa mudança, vai conseguir levar a história e os votos do PMDB.
É, pois é. É isso aí.

Posted On Segunda, 23 Setembro 2013 17:40 Escrito por O Paralelo 13
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