Depoimento de Marcelo Odebrecht enfraquece Eliseu Padilha

Posted On Sexta, 03 Março 2017 13:03
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O depoimento do empresário Marcelo Odebrecht na ação contra a chapa Dilma-Temer movida pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ameaça a estabilidade do ministro licenciado da Casa Civil, Eliseu Padilha. Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, interlocutores do presidente Michel Temer avaliam que as declarações do empreiteiro sobre doação à campanha presidencial de 2014 complicam a vida do ministro. Segundo o depoimento, prestado na última quarta-feira, foi Padilha quem negociou diretamente com o ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho o valor de R$ 10 milhões em doação para o PMDB em 2014. Na semana passada, o ministro já foi alvejado por José Yunes, ex-assessor de Temer, que disse ter agido, inconscientemente, como “mula” de Padilha ao receber um envelope entregue pelo doleiro Lúcio Funaro. “Complica Padilha porque ele negociou com Claudio Melo os R$ 10 milhões e deu ok para o repasse a (Paulo) Skaf (então candidato ao governo de São Paulo)”, disse um dos principais interlocutores de Michel Temer ao blog. Padilha está licenciado do governo desde a semana passada para tratar uma questão de saúde. A doação da Odebrecht, segundo Marcelo, foi ratificada posteriormente em jantar com o então vice-presidente Michel Temer em reunião no Palácio do Jaburu, embora, na ocasião, os dois não tivessem falado em valores. Oficialmente, o governo Temer minimiza as declarações de Marcelo Odebrecht. Em nota divulgada ontem, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirma que o depoimento confirmou “aquilo que o presidente vem dizendo há meses”. “Houve o jantar (entre Temer e o empresário), mas não falaram de valores durante o encontro, e a empresa deu auxílio financeiro a campanhas do PMDB”, diz o texto. O comunicado ressalta ainda que o PMDB registrou o recebimento de R$ 11,3 milhões em doações da empreiteira para campanhas de candidatos do partido e que o montante foi declarado regularmente à Justiça Eleitoral. Ao TSE, Marcelo Odebrecht afirmou que quatro quintos das doações para a chapa Dilma-Temer na eleição de 2014 foram feitos por meio de caixa 2. Ontem, o Palácio do Planalto não se pronunciou sobre esta declaração.