O Tesouro Nacional voltou a captar recursos no mercado internacional em euros após oito anos. De acordo com a instituição, foram captados, por meio da emissão de papéis no mercado externo, € 1 bilhão em títulos com vencimento em 2021. A última operação em euros havia acontecido em 2006.
Segundo o governo brasileiro, a taxa de retorno ao investidor da captação externa, ou seja, quanto os investidores receberão de juros, ficou em 2,96% ao ano - abaixo da remuneração paga há oito anos atrás na última operação em euros (5,44% ao ano). O spread, por sua vez, ficou em 165 pontos base acima do mid-swap de 7 anos.
Rebaixamento da nota brasileira
A operação no mercado externo é a primeira após a agência de classificação de risco Standard&Poors (S&P) ter anunciado o rebaixamento da nota da economia brasileira de "BBB" para "BBB-". Em comunicado, a S&P disse que o rebaixamento do rating reflete a combinação de "derrapagem orçamentária" em meio às perspectivas de "crescimento moderado nos próximos anos", baixo volume de investimentos, "capacidade restrita" a ajustar a política antes das eleições presidenciais de outubro e "algum enfraquecimento das contas externas do país".
Referência para empresas
Nas emissões da dívida externa do país, que não podem ser adquiridas por investidores nacionais, o governo capta recursos no mercado externo, mas tem por objetivo principal proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros.
Com os resultados das captações do Tesouro Nacional, as empresas podem calcular quanto teriam de pagar para fazer captações de recursos no mercado internacional. Ou seja, servem como referência em termos de taxas de juros. As captações também geram aumento da dívida externa brasileira.
Como funciona
Nas emissões de títulos da dívida pública no mercado externo, os investidores estrangeiros "compram" os papéis e pagam em dólar ou em outras moedas, como euro, ienes, ou até mesmo em reais. Na data do resgate, recebem o equivalente ao emitido no momento da captação. No meio termo, ou no fim do contrato, recebem juros.
O processo de lançar bônus no mercado internacional funciona como um leilão. Os investidores fazem sua proposta ao governo brasileiro, informando a taxa de juros e a quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro Nacional as aceita ou não.
Com informações BC