A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, senadora Kátia Abreu, esteve em missão à China entre os dias 07 e 14 de novembro, com objetivo de estreitar relações e ampliar o comércio do país com o Brasil.
A senadora participou de encontros com os chefes de Estado chineses, promoveu o seminário Agroinvest e trouxe como resultado, a assinatura de um protocolo para a compra de milho brasileiro no valor de R$ 4 bilhões, o agendamento de uma visita técnica para suspensão do embargo à carne brasileira e o compromisso de trabalhar pela revisão tarifária dos produtos exportados.
O primeiro compromisso da viagem foi um encontro com o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, acompanhada do vice-presidente do Brasil, Michel Temer, onde foi assinado o protocolo para a compra de milho brasileiro por parte dos chineses no valor de US$ 4 bilhões. O líder chinês também solicitou maior abertura comercial maior união nas questões internacionais contra o protecionismo dos países desenvolvidos e a construção conjunta de regras de comércio.
A senadora Kátia Abreu considerou a recepção chinesa um sinal de prestígio e se comprometeu a trabalhar pela revisão tarifária para estimular a cooperação econômica entre os países, o que beneficiará a economia tocantinense, já que a China é o principal comprador dos produtos agropecuários do Estado. No ano passado, os chineses compraram do Tocantins o equivalente a US$ 94,5 milhões (de um total de US$ 406, 3 milhões das exportações do Tocantins) e até agosto de 2013, a China importou do Tocantins R$ 147 milhões e 576 mil (30,21% das exportações tocantinenses).
Entre os dias 12 a 14 de novembro, a senadora promoveu o Seminário AgroInvest, para apresentação de oportunidades de comércio de produtos agropecuários e projetos de investimentos a empresários chineses. No evento, a CNA apresentou uma nova plataforma digital trilíngue (português, inglês e mandarim) para cadastramento de projetos de parceria comercial entre os países.
Durante o evento, a senadora Kátia Abreu cobrou do diretor do ministério do Comércio da China, Wu Guo Liang, e do vice-diretor da AQSIQ - a agência chinesa de vigilância sanitária que tem status de ministério, a suspensão do embargo chinês à carne brasileira e recebeu como resposta o compromisso de que até o dia 15 de dezembro, técnicos da AQISQ visitarão o Brasil para habilitação de novos frigoríficos. A mudança vai beneficiar a indústria da carne tocantinense. Números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior revelam que, de janeiro a setembro deste ano, o Tocantins exportou o equivalente a US$ 136,5 milhões de carne bovina desossada congelada, fresca e congelada, um índice de crescimento de 19% superior aos US$ 111 milhões exportados no mesmo período do ano passado. Inferior apenas aos US$ 400 milhões de exportações da soja no mesmo período deste ano, para uma balança comercial de janeiro a setembro de US$ 570 milhões em exportações.
Cerca de 300 pessoas participaram do evento, entre elas, executivos de bancos brasileiros, como o HSBC, o Santander e o Banco do Brasil, representantes dos cinco maiores fundos de investimento da China, compradores diretos, distribuidores, atacadistas e redes de supermercado, e a estatal chinesa de alimentos, Bright Food Group, que tem uma pesada estratégia para investir no exterior. Para dar a dimensão exata do tamanho e da diversidade da agropecuária brasileira e das potencialidades de investimento no Brasil, a missão da CNA reuniu presidentes de sete Federações da Agricultura nos estados (MS, MG, CE, ES, MA, RR, AP) e dirigentes de entidades setoriais – como soja, algodão, celulose e frigoríficos. Também participaram da série de painéis sobre as cadeias do agronegócio a cúpula do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) nacional e dos estados, além de expoentes do quadro técnico da CNA.