Subestimaram o TCE, o MPF, o MPE, o CGU, o TCU, as Câmaras Municipais, a Justiça Eleitoral, O TSE, o TJ e o TRE. Mas relação deve ser divulgada até junho
Por Edson Rodrigues
Uma das mais confiáveis fontes de O Paralelo 13, nos revelou o tamanho da lista dos “ficha-sujas” do universo político tocantinense. Muitos deles estão em plena campanha em busca de um mandato eletivo nas próximas eleições municipais em outubro próximo. Ex-prefeitos, ex-presidentes de câmaras, ex-coordenadores e, por incrível que pareça, a maiorias nós os conhecemos, vivendo de migalhas em assessorias de deputados estaduais e federais, no Senado ou no próprio governo.
Outros andam de ônibus (sem nenhum demérito aos trabalhadores que fazem uso do sistema de transporte coletivo) ou pegando carona com mototaxista. A maioria condenada a revelia por não ter condições de constituir um advogado para fazer suas defesas.
Por outro lado, há uns 15% a 20% desses “fichas-sujas” que têm um patrimônio considerável – talvez, justamente por causa dessa “qualidade” de “ficha-suja” – que já estão com o pelo limpo, pele macia, bons advogados, boi no pasto, casas de aluguel e o burro na sombra, e terminam negociando, dividindo em leves parcelas ou a longo prazo suas condenações e, tudo bem arrumado, mesmo inelegíveis, lançaram a esposa, filhos ou pai ou irmãos – ou até todos juntos – com grandes chances de voltar a mamar nas tetas da viúva prefeitura.
Isso aconteceu ontem, acontece hoje e vai acontecer sempre.
Fim da impunidade
Cada centímetro de impunidade, está diminuindo significativamente com a Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF), com o Portal da Transparência, com a Lei da “ficha Limpa” e outras atitudes da Justiça, como o aumento do poder do Ministério Público, da Defensoria Pública, com a aplicação de novas súmulas em que, caso o condenado não tenha bens, os bens dos herdeiros são também bloqueados e os que estiverem em nome dos cônjuges. Isso vem intimidando os mal-intencionados, impedindo que pratiquem certos delitos.
Mas, além das listas do TCE, do TER e TJ, uma outra lista está sendo elaborada, em nível nacional, de crimes cometidos na esfera federal, que será ao TSE, que até meados de junho, quando irá tornara-se pública.
Nosso papel
À impressa cabe a divulgação dos nomes dos “ficha-sujas”, pois, muitos, impedidos de se candidatarem, irão buscar liminares que podem até permitir o registro de suas candidaturas. A divulgação de seus nomes antes disso, vai, certamente, diminuir a intenção de voto do eleitorado mais esclarecido nesses candidatos. Ainda assim, mesmo que consigam ser eleitos, sendo “fichas-sujas”, tomar posse, serem diplomados, será quase impossível.
Uma força tarefa já está se formando no Estado voluntariamente, tendo como organizadora a OAB, que estará junto com MPF, MPE, DPE e a impressa, fazendo o papel de olhos e ouvidos da sociedade tocantinense.
O Paralelo 13 estará 24 horas em ação, de olho na aplicação da minirreforma política, que valerá já nestas eleições municipais de outubro próximo. Uma das novidades é que os candidatos a vereadores não terão participação no horário gratuito eleitoral de rádio e TV. O candidato a vereador terá que ir pessoalmente de encontro com o eleitor, tendo sua participação nos veículos de comunicação restrita a intervalos de programas fora dos horários tradicionais de propaganda gratuita. Ou seja, acabou aquele “meu nome é fulano, meu número é tal”, em que o eleitor mal vê a cara do cidadão.
O quadro não é nada amimador para quem esteja candidatando-se à reeleição como vereador, principalmente os de Palmas, cuja Câmara Municipal tem orçamento anual acima de 30 milhões, com 19 cadeiras e 600 funcionários, para as assessoras.
Mesmo com todo esse aparato de gastos – e custos para os cidadãos - há quase 2 meses a Câmara não consegue ter quórum para votar nem um pequeno requerimento, porque a base de apoio ao prefeito Amastha vem bloqueando a pauta das sessões.
Tanto o eleitor de Palmas quanto dos 139 municípios tocantinense, bem como a maioria dos cidadãos e cidadãs brasileiros, assistem na TV, espantados com tanta cara-de-pau, o bacanal que a maioria dos detentores de mandatos eletivos, de vereadores a presidente da República, vem fazendo com os recursos públicos, enquanto são sobrecarregados de impostos, têm uma segurança pública inexistente, a educação e a saúde pública UTI, as crianças sem o seu direito assegurado pela Constituição à educação e à saúde, para que possa a vir ser o homem e a mulher, os cidadãos conscientes do amanhã.
Tudo falta às nossas crianças e aos nossos adolescentes exatamente porque, em sua maioria, seus pais, tios, avós têm exercido a escolha mal na hora de votar – talvez até mesmo por falta de opções melhores – esquecendo eles que um voto representa um cheque em branco, com validade por 4 anos.
Sozinho, o juiz Sérgio Moro, não conseguirá vencer essa batalha e mudar o Brasil. Nós cidadãos e cidadãs dos 139 municípios tocantinenses, temos que nos juntar ao “justiceiro” Moro e, como eleitores, sentenciarmos os maus políticos não votando em nenhum deles, principalmente naqueles que estão com seus patrimônios robustos, erguidos depois que chegaram ao poder.
Nós temos que ter vergonha na cara e não votar em “ficha-sujas”, em qualquer político que estiver respondendo a processo por suspeita de prática de improbidade administrativa. O momento é de dar uma descarga nos péssimos políticos, é agora o momento de começar a mudança, no próximo mês de outubro, não votando em candidatos “copa do mundo”, aquele que só aparecem de quatro em quatro anos.
Cabe aos eleitores tocantinenses votar consciente, livre, de forma republicana, pensando na coletividade.
Em relação aos candidatos à reeleição, tanto a prefeito como a vereadores, é bom fazer uma análise dos 4 anos que se passaram para, só então, decidir.
Haverá vários debates, reuniões e comícios. O cidadão tem que ouvir o máximo do candidato, conhecer as suas propostas e, principalmente, seu passado. Temos que ser justos e corretos.
A responsabilidade de reescrever a história de um novo Brasil, para que os nossos jovens de hoje e homens do amanhã, tenham uma educação eficaz, uma saúde pública de qualidade, com segurança pública que assegure o direito de ir e vir, um Brasil sem corrupção, está em nossas mãos.
O Brasil que todos nós sonhamos para o amanhã, mora dentro do voto consciente.