"Kalil tem dito que é pré-candidato a governador no ano que vem porque tem números nas pesquisas e que estaria fora da polarização política"
Por Orion Teixeira
Enquanto o senador Rodrigo Pacheco demonstra pouco interesse na disputa eleitoral, o presidente Lula (PT) ensaia reaproximação com Kalil para 2026. O petista já deu sinais explícitos dessa intenção no mesmo dia, quarta (15), da filiação do ex-prefeito ao PDT, partido centro-esquerda aliado dele.
Após a filiação, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, participou de jantar em homenagem a Kalil. Foi um primeiro gesto do presidente Lula de recuperação de um relacionamento abalado após as eleições de 2022, quando o ex-prefeito foi candidato a governador coligado ao campo petista.
Após a feia derrota, Kalil foi abandonado pelo presidente e aliados. Em seguida, o ex-prefeito chegou a ensaiar aliança e filiação à direita por meio do apoio à fracassada candidatura a prefeito de BH de Mauro Tramonte (Republicanos).
De lá para cá, Kalil tem dito que é pré-candidato a governador no ano que vem porque tem números nas pesquisas e que estaria fora da polarização política. No campo próximo a Lula, ele é o mais bem avaliado, figurando em 2º lugar no placar geral, atrás do senador Cleitinho (Republicanos).
Para que a dobradinha funcione desta vez, Lula terá que afagar a reaproximação e afastar os ressentimentos; da parte de Kalil, a expectativa é que faça uma campanha mais profissionalizada. Tudo somado, os movimentos do petista demonstram que ele está preocupado com Minas e que não irá brincar em serviço.
Risco eleitoral
Os deputados estaduais governistas abrem esta semana dispostos a acelerar a aprovação de projetos que facilitem e autorizem a venda da Copasa. Ainda que o novo decreto do presidente Lula tenha flexibilizado algumas exigências, os parlamentares não querem adiar a decisão para 2026, receosos do ano eleitoral. Todos temem desgastes, especialmente aqueles que pretendem a disputa em chapas majoritárias. Antes da privatização, será necessária a aprovação da retirada do referendo constitucional que impõe consulta popular nesse caso. Junto desse tema, o assunto sigilo de 15 anos de documentos de outra estatal, a Codemig, deverá movimentar a Assembleia.