O ex-presidente petista repetiu o bordão que costuma usar e afirmou que "um complexo de vira-lata" permeou o País no século 20
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu, ao discursar ontem, em São Paulo, que o PT continuará no comando do país até 2022. Lula fez a declaração quando destacava realizações do governo dele e de sua sucessora, Dilma Rousseff, em cerimônia na qual recebeu da Universidade Federal do ABC o título de “doutor honoris causa”. “Eu já estou pensando no Brasil de 2022, quando a gente completar 200 anos de Independência e fizer uma comparação do que era este Brasil. Aí vai ser duro, Dilminha. Vai ser duro quando a gente falar do Brasil que nós deixamos em 2022 e o que pegamos em 2002, para que a gente faça uma comparação do que aconteceu neste país”, afirmou Lula.
Para as previsões de Lula se confirmarem, o PT precisa reeleger Dilma em 2014 e vencer a eleição seguinte, em 2018. Dilma viajou a São Bernardo do Campo, no ABC paulista, especialmente para prestigiar o ex-presidente na cerimônia. Trata-se do 26º título que ele recebe desde 2010. Embora Dilma não tenha discursado, Lula interagiu com ela todo o tempo em seu pronunciamento. Em um desses momentos, o ex-presidente brincou com as manifestações nas ruas deste ano.
“O maior legado que um pobre quer deixar para o filho é que ele tenha escolaridade e uma profissão. E, se essa profissão for de doutor, minha presidenta, você não sabe o que é uma família feliz. Depois que ele se forma doutor, não espere que ele ficará agradecido. Ele vai para a rua fazer manifestação contra você. Nós precisamos continuar nos matando para garantir que ele tenha o emprego do sonho. Aí ele não vai mais sair para passeata”, disse o ex-presidente.
Cabral
O PT do Rio vai dizer ao ex-presidente Lula que só fica no governo Sérgio Cabral até março dos próximo ano se houver uma declaração do governador, ainda que internamente, sobre o apoio futuro à candidatura do senador petista Lindbergh Farias. Lula e Lindbergh marcaram para a próxima quinta-feira, em São Paulo, nova conversa sobre a eleição no Rio.