O governador Marcelo Miranda conseguiu seu atual mandato como espóloi de sua atuação junto ao funcionalismo público em todos os segmentos, quando resolveu problemas antigos das categorias, principalmente Polícia Militar, Saúde e Educação, e que continuaram durante o governo de Carlos Gaguim.
Por Edson Rodrigues
Mas em seu atual mandato, Marcelo parece que perdeu a habilidade de dialogar com o funcionalismo e vem perdendo chance atrás de chance para dar as respostas certas às demanda atuais. Ou seja, seu “prazo de validade” junto aos servidores públicos estaduais parece ter vencido.
Os servidores da Educação, por exemplo, já decidiram entrar em greve no próximo dia 5 de junho. Enquanto isso, sindicatos de outras categorias do funcionalismo público emitem sinais de que a paciência com o governo do estado já se esgotou em relação à definição da data base – a revisão salarial dos servidores deverias ser de 8.3407%, conforme regulado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mas o governo quer concedê-lo em três vezes: 1% em junho; 3,34% em janeiro de 2016 e os 4% em junho do próximo ano – e as manifestações também podem redundar em greves.
DIAS PIORES VIRÃO
Enquanto isso, especialistas econômicos prevêem dias cada vez piores para governadores e prefeitos cujas unidades federativas dependam majoritariamente dos repasses do FPE e do FPM por não serem devidamente industrializados.
A inflação, a inadimplência dos consumidores e, principalmente, a falta de movimentação de capital em grandes empreendimentos, indicam claramente um quadro recessivo – e de longo prazo.
Esse quadro é enfrentado pelo governo federal que, além de reduzir os repasses de impostos, já acena com um “fechar de torneira” em relação às emendas parlamentares o que compromete não só os investimentos em infraestrutura, diminuição de créditos federais para a agricultura, obras de grande porte e até mesmo para a construção de moradias populares, como pode gerar atrasos no pagamento do funcionalismo. E se isso realmente acontecer, como ficarão o governo Marcelo Miranda e os prefeitos tocantinenses?
Afinal, o Tocantins, apesar de ainda estar em fase de consolidação da sua economia, apesar de ser considerado o grande “celeiro do Brasil”, vai ficar sem recursos justamente para essas duas áreas.
Segundo os economistas, os sinais discretos de melhora desse quadro, a nível de País, só devem aparecer lá pelo fim de 2016, início de 2017.
Enquanto isso, segundo esses mesmos economistas, o que vem a curto prazo serão aumentos na energia, nos combustíveis e nos tributos em geral, já que a tão difundida “reforma tributária” vem mostrando resultados pífios em termos de base para a recuperação da economia nacional.
INCOERÊNCIA
O que não conseguimos entender é como, com um cenário tão devastador, o governo do Estado do Tocantins continua a sua saga de contratações de comissionados, como se não enxergasse a periculosidade da situação. Como se não tivesse a mínima noção – ou não quisesse ter – da atual conjuntura econômica.
É certo que os cofres públicos estaduais estão vazios, gerando noites de novenas e orações para que o pagamento do funcionalismo saia em dia.
As obras pretendidas – e prometidas – pelo atual governo encontram-se em estado desesperador, já que o governo federal suspendeu o repasse de recursos e a liberação de verbas fica só no blá-blá-blá.
Desse jeito, não há projeto eleitoral que resista.
Quem viver, verá!