MPF vai denunciar 11 executivos da operação Lava Jato

Posted On Domingo, 07 Dezembro 2014 06:16
Avalie este item
(0 votos)

Janot diz que MPF está apurando nove crimes da Operação Lava Jato

O Ministério Público Federal vai receber, na próxima terça-feira (9), os depoimentos que o doleiro Alberto Youssef prestou ao Ministério Público Federal, no Paraná. Em entrevista ao Jornal Nacional, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, revelou que onze executivos de seis empreiteiras serão denunciados à Justiça Federal por pelo menos cinco crimes.

Segundo informações obtidas pelo Jornal Nacional, na delação premiada o doleiro Alberto Youssef acrescentou novos nomes de políticos envolvidos no esquema de propina da Petrobras. Até agora, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que também fez acordo, mencionou cerca de 30 políticos, entre senadores, deputados e líderes de partidos.

Em entrevista ao Jornal Nacional, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, disse que vai verificar se Youssef deu informações suficientes para obtenção de provas dos crimes praticados pelos envolvidos. Depois disso, vai pedir a homologação, a aprovação, do acordo de delação de Youssef, ao ministro do Supremo Teori Zavascki.

Até agora, só a delação premiada de Paulo Roberto Costa foi homologada. Além dessas duas delações, outras cinco - de lobistas e servidores da empresa - estão sendo analisadas pelo Ministério Público Federal no Paraná.

Na semana que vem, o Ministério Público vai oferecer denúncia à Justiça Federal contra onze executivos de seis empreiteiras, presos há 22 dias na Polícia Federal em Curitiba. Eles devem ser acusados pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação e formação de cartel. Os procuradores ainda analisam se vão denunciá-los por organização criminosa.

O procurador-geral da República explicou que advogados dos executivos das empreiteiras o procuraram para verificar a possibilidade de um acordo. Foram três reuniões. Mas a defesa não concordou com o primeiro passo a ser dado nessa situação: os executivos teriam que reconhecer que praticaram crimes.

"Os crimes praticados por agentes econômicos e políticos estão sendo investigados e vão ser levados à Justiça. Essa investigação, no que se refere à parte penal, ela irá até o fundo e até as últimas consequências. Nós estamos seguindo o dinheiro e nós vamos alcançar a todos esses infratores. Que são delinquentes”, afirmou o procurador-geral da República.

Crimes da Operação Lava Jato

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse hoje (6), em nota, que o Ministério Público Federal (MPF) está apurando a existência de nove crimes relacionados à Operação Lava Jato. Janot também citou que as investigações mostraram a ocorrência de “graves ilícitos envolvendo a Petrobras, empreiteiras e outros agentes que concorreram para os delitos”.

Os crimes citados pelo procurador-geral são de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude à licitação, formação de cartel, associação criminosa, além de atos de improbidade administrativa. Janot reiterou que o MPF prioriza o combate à corrupção e “cumprirá seu dever constitucional e conduzirá a apuração nos termos da lei, com o rigor necessário”.

A nota diz ainda que o procurador-geral da República “não permitirá que prosperem tentativas de desacreditar as investigações e os membros desta instituição”, sem citar, no entanto, que tentativas teriam motivado tal manifestação.

O procurador lembra que os depoimentos coletados em acordo de delação premiada têm auxiliado as investigações do esquema criminoso envolvendo a estatal. Janot encerra a nota reiterando que o trabalho do MPF e da Justiça no caso vai prosseguir. “Medidas judiciais continuarão a ser tomadas como consequência dessa investigação técnica, independente e minuciosa. O Ministério Público Federal reafirma seu dever de garantir o cumprimento da lei”.

Jornal Nacional- Rede Globo/redação OP13