As principais construtoras do país estão envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato
A sétima fase da Operação Lava Jato causou estrago no setor de construção civil brasileiro. Cinco presidentes das principais empreiteiras do país tiveram a prisão preventiva ou temporária decretada nesta sexta-feira (14/11): Dalton dos Santos Avancini (Camargo Corrêa), Ildefonso Colares Filho (Queiroz Galvão), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS), Ricardo Ribeiro Pessoa (UTC) e Valdir Lima Carreiro (Iesa). Carreiro e Pessoa já estão presos.
Entre os suspeitos de participação no esquema criminoso de superfaturamento de contratos, 20 são das maiores construtoras no país. Até o momento, foram presas 17 pessoas, entre elas, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Foram cumpridos nove mandatos de condução coercitiva e os investigados não localizados tiveram os nomes incluídos no sistema de procurados da PF.
A Justiça bloqueou R$ 720 milhões em bens de 36 investigados. Receberam mandatos de busca e apreensão nove empresas - que pertencem a sete grande grupos brasileiros: Camargo e Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa.
Os agentes apreenderam registros e livros contábeis, recibos, agendas, ordens de pagamento e documentos relacionamentos à manutenção e movimentação de contas no Brasil e no exterior. Foram apreendidos também HDs, laptops, pen drives, smartphones; agendas manuscritas e eletrônicas dos investigados.
Estão sob guarda a polícia arquivos eletrônicos com a contabilidade em meio digital das empreiteiras e documentos relacionados com a contratação das empresas de fachada investigadas, especialmente MO Consultoria, GDF Investimentos, RCI Software, Empreiteira Rigidez.
Veja a lista de pessoas contra as quais há mandados de prisão:
Prisão preventiva
- Eduardo Hermelino Leite, diretor-vice-presidente da Camargo Corrêa S.A.;
- José Ricardo Nogueira Breghiroll, funcionário da Construtora OAS;
- Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da Construtora OAS S.A;
- Sérgio Cunha Mendes, diretor-vice-presidente executivo da Mendes Júnior Trading Engenharia S/A;
- Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia S.A.;
- Erton Medeiros Fonseca; diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia S.A..
Mandado de prisão temporária (5 dias)
- João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A.;
- Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS;
- Alexandre Portel Barbosa, advogado da OAS;
- Ednaldo Alves da Silva, funcionário da UTC Participações S.A;
- Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico da Engevix Engenharia S.A.;
- Newton Prado Júnior, diretor técnico da Engevix Engenharia S.A.;
- Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações S.A.;
- Otto Garrido Sparenberg, diretor de Operações da IESA Óleo & Gás S.A.;
- Valdir Lima Carreiro, diretor-presidente da IESA Óleo & Gás S.A.;
- Jayme Alves de Oliveira Filho, ligado a Alberto Youssef;
- Adarico Negromonte Filho, ligado a Alberto Youssef;
- José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS;
- Ricardo Ribeiro Pessoa, UTC Participações S.A.;
- Walmir Pinheiro Santana, UTC Participações S.A.;
- Carlos Alberto da Costa Silva, ligado a empreiteiras
- Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor-geral de Desenvolvimento Comercial da Vital Engenharia, Grupo Queiroz Galvão;
- Ildefonso Colares Filho, diretor-presidente da Construtora Queiroz Galvão S.A;
- Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobras;
- Fernando Antônio Falcão Soares, citado nas investigações como agente do PMDB no esquema criminoso.
Empreiteiras dizem que irão colaborar com investigações
As empreiteiras que são alvo da operação deflagrada nesta sexta-feira pela Polícia Federal (PF) para busca e apreensão de documentos, além de prisões temporárias e preventivas, informaram por meio de notas distribuídas à imprensa que estão colaborando com as investigações. A ação da PF busca identificar supostos desvios em contratos das companhias com a Petrobras.
Em comunicado, a Odebrecht afirmou que a PF esteve hoje no escritório do Rio de Janeiro e que a equipe obteve auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada. "A Odebrecht reafirma que está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário", ressaltou.
A OAS disse que foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela PF durante a ida à sua sede em São Paulo. A Construtora Camargo Corrêa ressaltou que repudia as ações coercitivas, justificando que a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades.
Na mesma linha, a Mendes Júnior explicou que está colaborando com as investigações da PF e contribuindo para o acesso às informações solicitadas. Além disso, a empresa destacou que nenhum de seus executivos foi preso. A Queiroz Galvão informou que suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e que a empresa está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.
A Engevix afirmou que prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados por meio dos seus advogados e executivos. A Galvão Engenharia mencionou que tem colaborado com todas as investigações e está permanentemente à disposição das autoridades. A UTC disse que colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias. Procurada pela reportagem, a Iesa não se posicionou sobre o assunto.
Com Agências de Noticias e Redação