Eduardo Gomes admite em nota oficial que pediu empréstimo ao acusado estelionato, o doleiro Fayed Antoine Traboulsi, mas nega acusações da Policia Federal.
Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Waldir Maranhão (PP-MA) foram flagrados em conversas com chefe de quadrilha que fraudava fundos de pensão, a Policia Federal enviou o inquérito para ser submetido no STF.
Na Operação Miquéias, deflagrada em 19 de setembro, a PF em escutas telefônicas autorizadas pela justiça flagrou o deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Waldir Maranhão (PP-MA), "dentre outros", com o doleiro Fayed Antoine Traboulsi, acusado de chefiar a quadrilha.
Gomes, que atualmente está licenciado e ocupa o cargo de secretário estadual de Esportes e Lazer de Tocantins, teria recebido "comissão" da organização investigada. De acordo com o inquérito da Operação Miquéias, uma agenda do doleiro registra suposto pagamento ao congressista.
Com base nos indícios de envolvimento de deputados e outras autoridades com foro privilegiado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu remeter os autos da operação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Com efeito, a análise do conteúdo das conversas entre Fayed e os deputados Eduardo Gomes e Waldir Maranhão indica o possível envolvimento desses parlamentares com os objetivos da organização investigada, sem falar no suposto pagamento de comissão por parte daquele investigado ao deputado Eduardo Gomes", afirmou o desembargador Cândido Ribeiro.
Em nota divulgada à imprensa de Tocantins, na semana passada, Eduardo Gomes negou irregularidades e explicou ter conhecido o doleiro há dois anos, quando "não pesavam" suspeitas sobre ele. Nesta quarta, os parlamentares não foram encontrados para comentar as suspeitas.
O desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, remeteu na noite desta quarta-feira, 2, os autos da Operação Miqueias para o Supremo Tribunal Federal. O Estado revelou, no dia 19 de setembro, que deputados federais são citados na operação da Polícia Federal que desbaratou um esquema de desvio de dinheiro de fundos de pensão estadual e municipal, o que justifica a remessa para o Supremo.
Em seu despacho, o desembargador relata que a PF flagrou conversas de Eduardo Gomes e do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), "dentre outros", com o doleiro, além de anotações na agenda que registram pagamentos. "Com efeito, a análise do conteúdo das conversas entre Fayed e os deputados Eduardo Gomes e Waldir Maranhão indica o possível envolvimento desses parlamentares com os objetivos da organização investigada, sem falar no suposto pagamento de comissão por parte daquele investigado ao deputado Eduardo Gomes", afirmou.
A parte da investigação que verifica indícios de envolvimento de deputados e outras autoridades com foro privilegiado é a que será remetida ao STF por determinação da Justiça, que atendeu ao pedido da delegada Andrea Pinho Albuquerque. A delegada quer que o envolvimento de congressistas seja investigado "de forma mais aprofundada".
De acordo com a investigação, integrantes da suposta organização criminosa aliciavam prefeitos e políticos com mandato para que conseguissem investir recursos dos fundos de pensão estadual e municipal em títulos direcionados pelo esquema e que dariam prejuízos aos servidores públicos. Com informações da PF , Folha de São Paulo e Redação