O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá decidir nesta quinta-feira,1º, se abre uma ação penal e torna réu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O parlamentar é acusado de prestar informações falsas, usar documentos falsos e desviar verbas públicas.
A denúncia a ser analisada pelos ministros surgiu de um escândalo revelado em 2007, a partir da suspeita de que um lobista da construtora Mendes Júnior pagava a pensão de uma filha de Renan Calheiros com a jornalista Mônica Veloso.
No total, Calheiros é alvo de 12 inquéritos no STF, em diversos casos. O que será analisado nesta quinta não tem relação com a Operação Lava Jato (que apura desvios na Petrobras, na qual o senador é alvo de outros 8 inquéritos) nem com a Operação Zelotes (relacionada à suposta venda de medidas provisórias, em que ele é alvo de uma outra investigação).
Renan Calheiros é acusado de apresentar ao Senado informações falsas sobre sua renda na tentativa de mostrar que pagava do próprio bolso a pensão da filha. Na época, ele também presidia o Senado e chegou a renunciar ao cargo para escapar de um processo de cassação.
A denúncia, apresentada em 2013 pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, é resultado da análise de notas fiscais e outros documentos relativos à venda de gado que o senador apresentou ao Conselho de Ética do Senado para se defender.
Após aprovação de versão desfigurada do pacote anticorrupção, atos de domingo se mantêm
Depois que a Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada dessa quarta-feira (30), uma versão desfigurada do pacote anticorrupção proposto pelo Ministério Público Federal (MPF) e o Senado tentou aprovar requerimento de urgência para a votação que irá acontecer na Casa, o movimento Vem Pra Rua, um dos grupos que ajudaram a organizar os protestos pela queda da ex-presidente Dilma Rousseff, manteve a convocação de protesto marcado para o próximo domingo. Nessa quarta-feira, 30, em protesto contra a aprovação das medidas anticorrupção pela Câmara ocorreram panelaços em São Paulo, Belo Horizonte, Rio, Brasília, Curitiba e Niterói. O panelaço está sendo encarado pelos organizadores como uma preparação para os atos de domingo, que exigirão do presidente Michel Temer que vete a lei, caso ela também seja aprovada pelo Senado.
No Facebook, o grupo afirma que o “Congresso Nacional transformou as dez medidas contra a corrupção em dez medidas a favor da impunidade”. Na página de evento criada para divulgar o protesto, 76 mil confirmaram presença, e outras 93 mil pessoas demonstraram interesse. O evento já foi compartilhado 1 milhão de vezes.
Votação na madrugada desfigurou proposta original e incluiu alterações polêmicas
Apesar de terem desistido de incluir no pacote a anistia à prática do caixa 2, os deputados incluíram medidas polêmicas e retiraram do texto original do Ministério Público Federal (MPF) propostas consideradas essenciais ao combate à corrupção.
Ao todo, os deputados aprovaram no plenário pelo menos 13 mudanças no texto do projeto de medidas de combate à corrupção que tinha sido aprovado na comissão especial, na semana passada. A votação varou a madrugada, e, nessa quarta-feira (30), a repercussão dela gerou uma onda de revolta no país. O projeto está agora no Senado para ser apreciado. Dois temas incluídos na proposta original foram a previsão do crime de abuso de autoridade para juízes, desembargadores e membros do Ministério Público e a punição a policiais, magistrados e integrantes do MP que violarem o direito ou prerrogativa de advogados.
“É campeão!”, gritava a torcida da Chapecoense em homenagem no estádio
Não era preciso ser chapecoense ou torcedor do time da cidade para se emocionar durante as homenagens desta quarta-feira (30) à noite, na Arena Condé, em Chapecó. Jornalistas, profissionais da saúde, policiais, idosos, crianças. Amantes do clube ou não, todos levaram as mãos ao rosto para enxugar lágrimas durante as quase duas horas de cerimônia em Santa Catarina. Foi um dos momentos mais comoventes desde o anúncio da tragédia com o avião do time catarinense. No estádio lotado – com capacidade para 20 mil pessoas –, a dor foi coletiva. O sentimento não tinha espaço para rivalidade.