SUCESSÃO MUNICIPAL SERÁ DECIDIA POR “ELEITOR SEM ROSTO”

Posted On Domingo, 20 Dezembro 2015 06:00
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A cada pesquisa realizada, a insatisfação dos eleitores fica mais evidente, mostrando a vontade de renovação e limpeza geral

 

Por Edson Rodrigues           

 

O eleitorado palmense é formado por uma gama de pessoas das mais diferentes origens.  Há as que vieram de outros estados para a Capital, em busca de oportunidades e de qualidade de vida.  Outros vieram pelo mesmo motivo, só que de outras cidades tocantinenses.  Juntos, serão esses eleitores que decidirão quem irá comandar o Executivo Municipal da Capital, assim como os componentes da Câmara de vereadores.

Infelizmente, a classe política desponta em todas as pesquisas com a categoria de menor credibilidade para o povo brasileiro.  Nunca a palavra corrupção esteve tão atrelada á palavra político.

Apesar disso, nunca devemos generalizar ou deixar de destacar que há, sim, gente séria entre os políticos brasileiros e tocantinenses.  São poucos, mas existem e não podem ser ignorados.

 

OS NOMES

Com base em diversas pesquisas realizadas pelos partidos e por instituição, para consumo interno, podemos apontar como pré-candidatos o ex-prefeito Raul Filho, o atual, Carlos Amastha, o deputado Carlos Gaguim, e o deputado José Roberto.  Podemos colocar, também, o nome de Marcelo Lélis, mas ele dificilmente conseguirá o registro de sua candidatura, embora garanta que irá tentar até o fim.

Marcelo Lélis primeiro perdeu seu posto de defensor do funcionalismo público, ao se calar e se omitir quando no último governo Siqueira Campos.  Muitos falam em encolhimento político, outros falam que não passou de estratégia.  O problema é que pode ser tarde demais quando ele resolver reassumir o posto.  Isso se tiver essa oportunidade, já que foi derrotado nas duas primeiras instâncias no processo por abuso de poder econômico, impetrado pelo Ministério Público.  Para ser candidato, Lélis terá que conseguir uma improvável vitória nas instâncias superiores da Justiça.

RAUL FILHO

O ex-prefeito Raul Filho tem uma vida política de altos e baixos.  Foi prefeito por dois mandatos e tem bons serviços prestados á população da Capital, com um trabalho social de grande alcance, com as escolas de tempo integral, postos de saúde, lavoura comunitária, creches e casas populares.

Contra si, Raul tem o episódio da invasão da sua casa pela Polícia Federal, em plena madrugada, quando foi pego, literalmente, de pijama.  Além disso, os lotes residenciais transformados em comerciais para a construção de postos de combustíveis e o seu envolvimento com o mega-bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O primeiro reflexos disso foi a não reeleição da sua esposa como deputada estadual.

Ou seja, Raul Filho, apesar de vir por um partido em ascensão, o PR, do senador Vicentinho, terá muito que se explicar ao eleitorado.

AMASTHA

Eleito sob o manto de “empresário bem-sucedido” e com o aval das duas maiores lideranças políticas da Capital, na época – Sargento Aragão e Wanderlei Barbosa -, o colombiano Carlos Amastha começou seu governo abandonando as lideranças que o elegeram e importando uma série de assessores de outros estados brasileiros, privilegiando amigos pessoais em detrimento dos talentos tocantinenses.

Amastha, hoje, joga no time da senadora e ministra Kátia Abreu e conta com seu apoio, inclusive incluindo o nome do seu filho, Iratã Abreu como candidato a vice-prefeito em sua chapa e, apesar desse apoio de peso, tem contra si uma série de processos fundamentados pelo Ministério Público e, apesar de ainda não ser réu em nenhum deles, pode enfrentar problemas com a Justiça até as eleições.

Pesam contra Amastha, também, os aumentos de tributos municipais, tarifas de estacionamento, implantação de uma indústria de multas de trânsito.

Apesar disso, se as eleições fossem hoje, dificilmente Amastha seria derrotado.

 

JOSÉ ROBERTO

O deputado José Roberto, do PT, já está na estrada em busca de apoios à sua candidatura.

O principal problema do deputado é exatamente seu partido, cujos principais líderes nacionais estão ou na prisão ou prestes a entrar nela.

Apesar disso, contra José Roberto não há uma linha em nenhum processo.

Consciente do desafio que terá pela frente, o deputado trabalha com uma dedicação maior que o normal, já que precisa saber colocar seu nome e seu trabalho á frente dos problemas enfrentados pelo seu partido.

 

CARLOS GAGUIM

A história política de Carlos Gaguim é quase que folclórica no Tocantins e na Capital.  De funcionário público à presidente da Assembleia, deputado federal e até governador bioônico, Gaguim traz seu nome atrelado ao PMDB, mas precisou mudar de legenda, para o Partido da Mulher Brasileira, para viabilizar sua candidatura.  Tanto aprontou que o PMDB o isolou, deixando para ele apenas a mudança de legenda como solução.

Bem articulado e empresário de sucesso, Gaguim deverá tentar uma frente popular de partidos para manter suas chances de eleição.  Ele só não contará, em hipótese alguma, com o apoio de Marcelo Miranda, com quem rompeu politicamente, preferindo se alinhar à ala peemedebista de Kátia Abreu.

Por ser uma pessoa decidida e sem falsos pudores, Gaguim pode vir a ser um eventual favorito nessa disputa.

 

OS ELEITORES QUE TODOS QUEREM

Deixamos para o fim deste artigo a cereja do bolo. 

Vamos agora, falar dos eleitores que todos os candidatos envolvidos na luta pelo Executivo Municipal de Palmas vão concentrar seus esforços para conquistar.

O primeiro deles são os eleitores indecisos, os que votam em branco e os que votam nulos.  Reunidos, hoje, de acordo com as pesquisas internas dos partidos, somam mais de 51% do eleitorado, ou seja, derrota qualquer um dos pré-candidatos, mesmo que ele se unam em uma só candidatura.

Isso significa que o eleitor palmense está insatisfeito com os nomes colocados à sua disposição para as eleições e que, até agora, o voto de protesto é o voto preferido e conquistá-lo, será muito mais difícil que mudar o voto do eleitor que já simpatiza com algum candidato.

O outro “eleitor” que os candidatos irão buscar, apesar de, num primeiro momento, mostrarem que querem manter distância, é o governador Marcelo Miranda.

Afastado das articulações para as eleições municipais para cuidar de colocar o Tocantins economicamente nos trilhos, Marcelo Miranda deve chegar em março de 2016 já com a máquina estatal azeitada, funcionando sozinha e poderá se dedicar às eleições municipais.

Qualquer que seja o grupo ou candidato que o governador resolver apoiar, este será catapultado para a posição de principal favorito, haja visto que, além do funcionalismo público, Marcelo Miranda terá a seu lado seu pai, José Edmar de Brito Miranda, a lhe orientar e a indicar qual caminho seguir.

Marcelo Miranda traz consigo a experiência de três mandatos de deputado estadual – duas vezes presidente da Assembléia Legislativa – três mandatos de governador e um de senador em que não pôde assumir. Já seu pai, José Edmar de Brito Miranda tem nada menos que 25 anos como deputado estadual por Goiás, diversos cargos de secretário de estado, ale de ter sido o coordenador de três campanhas vitoriosas. 

Se há uma coisa da qual Marcelo Miranda não pode ser acusado é a de ser omisso e apático.  Certamente ele irá se posicionar e colocar toda a sua representatividade e força política direcionados à uma candidatura própria do PMDB, que já surgirá entre as favoritas para a eleição.

 

NOSSO PONTO DE VISTA

AMASTHA

Carlos Amastha já escolheu com que time vai disputar a reeleição à prefeitura da Capital: o Clã dos Abreu.

Ao participar de um manifesto contrário ao processo de impeachment contra a presidente Dilma, Amastha se gabaritou a participar de um evento que levou prefeitos de capitais ao Palácio do Planalto para entregar o documento em mão à presidente Dilma.

O título do documento “Em defesa das instituições Brasileiras”, celebra não só a política, mas preza também a amizade e a lealdade.

Em outras palavras, Amastha lavou as mãos, politicamente falando, em relação ao governador Marcelo Miranda.  Ao assumir seu posicionamento, o prefeito de Palmas sai na frente dos demais por demonstrar já ter sua estratégia montada.

Além disso, volta à cena a possibilidade de Amastha se filiar ao PSD, dependendo do andar da carruagem, e trazendo Iratâ Abreu como seu candidato á vice.  Sabendo que vai se tornar “a vidraça a ser quebrada” a partir de janeiro próximo, por ter contra si vários processos de improbidade administrativa movidos pelo Ministério Público e pelo TCE, apesar de não ser réu em nenhum deles, ainda, Amastha se mostra destemido e dono de uma tranqüilidade inabalável, o que não significa que esteja imune às investigações.

 

A OPOSIÇÃO

Mais perdida que cego em tiroteio, a oposição à Carlos Amastha mostra-se desunida, esfacelada e enfraquecida pela situação jurídica dos principais nomes que poderiam ser adversários do atual prefeito.

Se continuar dividida e partir dessa forma para o embate,com mais de dois candidatos, certamente sofrerá uma derrota nas urnas.

O povo já demonstrou qual candidato quer.  E, ao que parece, não é nenhum dos que aí estão, já que as intenções de voto nulos, em branco e o número de indecisos, ultrapassa a casa dos 50% em todas as pesquisas de consumo interno encomendadas pelos partidos.

Isso é um sinal claro de que o povo quer mudança.  Quer um candidato ficha-limpa, com propostas de governo, que tenha credibilidade e trânsito livre com os empresários e em todas as esferas e instituições, mas que, principalmente, não seja oportunista. 

Nesse golpe, o povo já caiu e parece que não cairá mais.

O povo sonha com um político novo, não só na idade, mas nas ideias e intenções, com propostas de desenvolvimento sustentável que gerem emprego, renda e, principalmente, qualidade de vida.

Até agora, esse candidato ideal não tem rosto nem nome, mas, quem sabe, pode ser um político que todos conhecem, mas que ainda não se colocou à disposição para o pleito.

Aí, sim, a partir de março do ano que vem, poderemos falar em favoritos, cavalos paraguaios e cartas fora do baralho.

Antes disso, tudo é mera especulação.

Quem viver verá!