A Capital do Estado do Tocantins e sua população, enfim, tiveram restabelecidas suas seguranças política, institucional e social na última quinta-feira, 17, quando o ministro do STF Cristiano Zanin, devolveu a liberdade, ainda que com restrições, e determinou que Eduardo Siqueira Campos reassumisse o Executivo Municipal, respeitando a vontade da maioria dos eleitores que o outorgou o cargo de prefeito.
TESTEMUNHAS
Com nossa primeira edição impressa tendo circulado há mais de 39 anos, iniciada pouco mais de um ano antes da Constituição de 1988 realizar o sonho e coroar a luta do povo do Norte de Goiás, criando o Estado do Tocantins, somos testemunhas oculares e documentais das cassações dos mandatos de Fernando Collor de Mello, do impeachment de Dilma Rousseff e da condenação e prisão de Lula, enquanto empresários, trabalhadores , profissionais liberais e o povo em geral comemorava os atos políticos nas ruas, enquanto os seguidores e correligionários dos punidos se remoíam em tentativas de recorrer ou reverter as punições.
TOCANTINS:
Aqui no Tocantins registramos as prisões dos ex-governadores Marcelo Miranda, Sandoval Cardos e Mauro Carlesse, sem que os méritos das questões fossem discutidos. Assim como nos casos do ex-presidentes, muita gente no Tocantins comemorou as punições aos ex-governadores. Políticos e autoridades chegaram a dar entrevistas parabenizando as ações punitivas. Já outros, entre populares, empresários, e políticos, se manifestavam contrários, cada um dentro da sua realidade, nas ruas e até nos plenários dos Legislativos Estadual e Municipais, para demonstrar publicamente suas posições.
REAÇÕES DIFERENTES
Mas, no caso do prefeito eleito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, as reações à sua prisão por um vazamento de informações ocorrido dentro do Superior Tribunal de Justiça – STJ - podem ser classificadas como uma verdadeira comoção social. Nas ruas, casas e rodas de conversa não de Palmas, mas de todo o Tocantins, o sentimento quase unânime – nem todos são aliados da família Siqueira Campos, mas até dentre os adversários políticos houve muitas manifestações de apoio ao prefeito de Palmas – era de indignação com a motivação e com a própria prisão.
Nunca na história política do Tocantins e de Palmas o Observatório Político de O Paralelo 13 testemunhou tanta união, solidariedade e engajamento à causa de um político. Mais impressionante ainda, que a causa tenha sido a prisão desse agente público, justamente no momento em que a palavra de ordem entre os eleitores é a faxina eleitoral contra qualquer pessoa que tenha envolvimento comprovado em atos não republicanos.
Mas esse não é e nunca foi o caso de Eduardo Siqueira Campos.
Filho e herdeiro político de José Wilson Siqueira Campos, o homem que simboliza a união de milhares pela criação do Estado do Tocantins, Eduardo já tinha sido prefeito da Capital. Passou pelos cargos de senador da República e deputado estadual, cargo em que anunciou a sua aposentadoria política para cuidar da saúde e da família.
Na sua vida pessoal, Eduardo Siqueira Campos passou por sofrimentos profundos, como a perda de um filho ainda criança, enfrentou sequelas de doenças neurológicas e embates familiares.
Após anunciar a sua aposentadoria política, um apelo feito por seu pai, dias antes da sua morte, para que Eduardo honrasse a sua herança política e que cuidasse do povo do Tocantins e de Palmas, e que de onde estivesse, seria sempre um eleitor e entusiasta da carreira política do filho, falou alto em seu coração.
Mesmo quase sem apoio político e sem a participação de nenhum nome de peso ou de detentores der mandatos, Eduardo Siqueira Campos candidatou-se à prefeitura de Palmas e protagonizou a maior virada da história política do Tocantins, vencendo a favorita, Janad Valcari, que liderou todas as pesquisas, tinha apoio dos maiores partidos políticos da atualidade e do governo do Estado, e que havia vencido o primeiro turno.
Eduardo foi eleito pelas mãos do povo palmense. Pelos votos daqueles que ajudaram José Wilson Siqueira Campos a erguer a Capital do Tocantins e que esperavam pelo seu herdeiro político para administrar Palmas com o entusiasmo, carinho e dedicação com que a cidade começou a dar os seus primeiros passos rumo ao desenvolvimento e à realização de tudo o que foi sonhado e planejado pra ela.
E foi nas mãos desse mesmo povo que Eduardo foi recebido após a revogação da sua prisão.
O retorno de Eduardo à prefeitura de Palmas, após os 20 dias de uma quase intervenção perpetrada por quem se fez de amigo do prefeito eleito para, na primeira chance, revelarem-se verdadeiros Judas, autênticos lobos em pele de cordeiro, pode ser, tranquilamente, descrito como o retorno da liberdade, da tranquilidade e do equilíbrio na condução dos destinos da Capital do Tocantins e do seu povo.
Tanto Eduardo quanto seu pai, têm “José” em seus nomes. Não é à toa que São José é o padroeiro da nossa Capital.
Que São José cubra Eduardo e sua equipe de muita luz, sabedoria, humildade e bênçãos, e devolva ao povo palmense e tocantinense a tranquilidade de saber que tem pessoas sérias a conduzir os seus destinos e tomar as decisões que beneficiam a todos, não apenas aos seus grupos políticos.
E que esse pedregulho em que você tropeçou, sirva para que você volte o seu olhar para o entorno, e veja tantos outros detritos que ameaçavam o seu caminho.
Nenhuma folha cai de uma árvore sem que Deus permita.
Saudações da Família O Paralelo 13
Edson Rodrigues
Edivaldo Rodrigues