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A Região Metropolitana de Palmas como projeto de futuro

Posted On Terça, 22 Abril 2025 07:46
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O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), deu um passo importante rumo à construção de políticas públicas integradas para os municípios que compõem a Região Metropolitana de Palmas. A nomeação de André Gomes (PL) como secretário extraordinário de Desenvolvimento da Região Metropolitana sinaliza uma tentativa de transformar um conceito ainda embrionário em política de Estado com visão territorial, cooperação federativa e foco na qualidade de vida da população.

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

A publicação no Diário Oficial do Estado, no último dia 14, oficializa uma decisão estratégica de reunir esforços do governo estadual e dos municípios vizinhos à capital para planejar e executar ações conjuntas em áreas como transporte, infraestrutura, saneamento, segurança, saúde e educação. É, antes de tudo, o reconhecimento de que Palmas não é uma ilha e que o seu crescimento passa, necessariamente, por uma governança compartilhada com os municípios do entorno.

 

A missão de André Gomes

A escolha de André Gomes para a pasta não é trivial. Ex-vice-prefeito de Palmas na gestão de Cinthia Ribeiro, servidor efetivo da Polícia Civil e irmão do senador e vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL), André Gomes chega à função com o peso da expectativa e o desafio de estruturar uma secretaria ainda sem orçamento próprio.

 

A ele caberá a missão de articular recursos federais, buscar em Brasília recursos a serem investidos nesta Região, estabelecer parcerias com os prefeitos da região metropolitana e desenhar políticas que transcendam os limites burocráticos. Em outras palavras, será preciso fazer muito com pouco e para isso, será decisiva a atuação política de seu irmão em Brasília.

 

Mais que uma nomeação administrativa, a chegada de André Gomes representa um teste de fogo onde terá que mostrar que é capaz de transformar protagonismo político em entregas concretas, com gestão técnica e sensibilidade social.

 

Desafios e oportunidades

A criação da Secretaria Extraordinária é, por si só, um reconhecimento de que a urbanização acelerada e o crescimento desigual da capital e seu entorno exigem soluções coordenadas. Municípios como Luzimangues (Porto Nacional), Aparecida do Rio Negro, Lajeado, Miracema, Monte do Carmo e outros, que orbitam economicamente em torno de Palmas, enfrentam desafios comuns mobilidade urbana precária, falta de serviços públicos integrados, crescimento habitacional desordenado e carência de infraestrutura básica.

 

Nesse contexto, surgem possibilidades concretas como a criação dos consórcios intermunicipais de saúde e transporte, programas de habitação de interesse social voltados para a classe média e baixa renda, estímulo ao turismo integrado e uso racional do território metropolitano. A Região Metropolitana de Palmas pode se tornar um laboratório de políticas públicas desde que haja articulação e método.

 

Um novo pacto federativo no Tocantins

 

A lógica da governança metropolitana exige uma nova mentalidade: menos disputa entre esferas de poder e mais colaboração. E é justamente nesse ponto que a presença de André Gomes pode ser decisiva. Se conseguir consolidar uma atuação integrada com o secretário municipal da Região Metropolitana de Palmas, Raimundo Nonato que representa a gestão do prefeito Eduardo Siqueira Campos o Estado poderá dar um exemplo de maturidade institucional.

 

A construção de uma governança regional não pode ser vista apenas como projeto técnico ela é também uma costura política que envolve vontades, concessões e pactos de longo prazo. O sucesso dessa empreitada exigirá, portanto, que o núcleo técnico da nova secretaria seja altamente qualificado mas, sobretudo, que as lideranças políticas envolvidas falem a mesma linguagem.

 

Hora de mostrar serviço

 

O destino abre agora uma nova porta para André Gomes, que, como vice-prefeito de Palmas, não teve espaço para protagonizar. Agora, à frente de uma secretaria estratégica, poderá deixar sua marca se conseguir transformar boas intenções em ações coordenadas, investimentos federais em obras concretas e discursos em políticas que melhorem, de fato, a vida dos moradores da região metropolitana.

 

É cedo para saber se a secretaria será bem-sucedida, mas já é possível afirmar que a responsabilidade é grande e o potencial também. Cabe agora acompanhar cada passo dessa construção, esperando que a política se alinhe com o planejamento, e que a visão de futuro não se perca nos obstáculos do presente.

 

A Região Metropolitana de Palmas pode deixar de ser uma ideia solta no papel e se tornar um território de experimentação democrática, inclusão social e desenvolvimento integrado. Mas, para isso, será preciso mais que boas intenções, será preciso trabalho, diálogo e coragem de inovar.

 

 

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