AUSÊNCIA DO PREFEITO CRIA “CRISTOS” EM SEU SECRETARIADO QUE PENAM PARA ACALMAR SITUAÇÃO

Posted On Sábado, 17 Outubro 2015 08:40
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Enquanto o prefeito da Capital curte os ares de Dubai, secretários se desdobram para resolver problemas.  Câmara tem chance de mostrar serviço, mas titubeia entre a servidão e a autonomia

 

Por Edson Rodrigues

 

O secretário municipal da Educação, Danilo Mello e a secretária municipal do Desenvolvimento Social, Eliane Campos são os novos “Cristos” do Executivo Municipal de Palmas.  Sem autonomia para decidir, mas com muita vontade de resolver os problemas da população palmense, eles foram enfrentar as causas de frente, deram a cara á tapa e acabaram crucificados por questões sobre as quais não têm poder de decisão, apenas de argumentação.

Comecemos pela secretária Elaine Campos, que foi massacrada pelos vereadores – principalmente os que apóiam o prefeito que ela representa – em uma sabatina cruel na Câmara Municipal de Palmas, em que a diversão foi colocá-la na parede sobre questões às quais ela não teve nenhum poder de decisão, foram iniciativas do prefeito-turista Carlos “bipolar” Amastha.

Os vereadores esqueceram dois pontos fundamentais: primeiro, que não foi a secretária quem contratou shows sem licitação.  Segundo, não partiu dela a decisão de aumentar os preços das refeições nos Restaurantes Comunitários de 2 para 7 reais.  Ela apenas cumpriu determinações do seu chefe, o prefeito colombiano de Palmas, que, inclusive, a maioria dos vereadores apóia.

Por que os vereadores não convocam o prefeito para dar explicações?  Por que não exigem a contratação de uma auditoria independente para analisar as contas da prefeitura no caso dos shows sem licitação?  Por que não exigem que o prefeito para de fazer turismo enquanto a situação da população da capital se deteriora frente aos aumentos dos impostos municipais?

Não podemos negar que a Câmara Municipal de Palmas já prestou uma gama de serviços pelo bem da população da Capital, inclusive a atual legislatura.  Mas o que vem acontecendo é omissão, inversão de valores e “envio de correspondência para o endereço errado”, pois as cobranças devem ser feitas ao prefeito, ao ordenador, ao executor e, não aos comandados.

Esperamos que a convocação da secretária, mesmo que mal conduzida, seja o início – ainda que tardio – de uma reação dos vereadores da Capital à relação de subserviência da maioria ao prefeito colombiano, pois ainda há tempo para recuperar a credibilidade perdida.  Mas, se for apenas uma “birrinha” por causa do gritante descaso de alguns secretários “importados” para com o Legislativo Municipal, fica claro que escolheram a forma e a pessoa erradas.

 

ARBITRARIEDADE IGUALITÁRIA

Dois outros casos absurdos aconteceram enquanto Carlos Bipolar Amastha desfruta a hospitalidade de Dubai.  O primeiro com o secretário municipal da Educação, Danilo Mello, que teve uma reunião com cerca de 150 pais de alunos em uma escola municipal interrompida por um grupo de baderneiros – não há outra palavra para definir a situação – que invadiram o local com truculência, fazendo balbúrdia e confusão.

O mesmo contexto que garante constitucionalmente a greve dos professores, movimento que respeitamos e entendemos, garante que o secretário da Educação tente amenizar a situação provocada por essa mesma greve, mostrando os argumentos e as alternativas que podem ser adotados para mitigar a situação.

O fato de o secretário ter que se retirar às pressas do local sob ameaça de agressões físicas por parte dos manifestantes é uma prova do desequilíbrio dos invasores e pode por à perder todo o respeito que a população tem pelo movimento grevista.

O segundo absurdo foi o pedido de prisão do presidente do Sintet, José Roque Santiago, por parte do Procurador-geral do Município, Públio Borges. 

O que vemos nessa atitude é um despreparo total do representante da prefeitura, ao desconsiderar totalmente a legalidade dos movimentos grevistas na Constituição Federal, relembrando os atos espúrios da ditadura, que passava sobre a Lei para fazer valer suas vontades e necessidades.

Além disso, esse pedido de prisão soa, também, como uma forma de intimidar representantes de outras categorias profissionais – que são muitas – que ameaçam entrar em greve.  Uma espécie de aviso de que “comigo ninguém pode”.

O que se conclui disso tudo é que a atual administração não anda muito bem das pernas, muito menos da cabeça.  Enquanto o mandatário faz turismo, seus subordinados se oferecem ao sacrifício de ser seus “pára-choques”.

Enquanto isso, a Câmara Municipal tem ante de si uma oportunidade única de mostrar que tem autonomia e personalidade e, finalmente, mostrar seu valor.  Passar da posição de joelhos para uma posição de “ombro a ombro” com o Executivo, participando com voz ativa nas decisões que vão definir o futuro dos cidadãos palmenses.

Estamos de olho.

Quem viver verá!