A senadora e ministra Kátia Abreu vive um dos maiores dilemas de sua vida política: ou apóia incondicionalmente a presidente Dilma Rousseff e aposta em sua permanência na presidência da República ou sucumbe às prerrogativas do PMDB nacional e inicia um afastamento gradual de sua grande amiga.
Por Edson Rodrigues
Kátia já foi taxativa quanto á possibilidade de abertura de um processo de impeachment: “sou contra”. Seu posicionamento pode ser considerado natural a partir do momento em que assumiu uma amizade pessoal com Dilma. Uma amizade que extrapola o campo político e adentra o patamar do relacionamento particular, coisa de comadre com comadre.
A lealdade de Kátia para com Dilma tem mais a ver com a sua escolha para um dos principais ministérios do governo federal – o da Agricultura – e, mais recentemente, com o fortalecimento de sua posição com a aglutinação do ministério da pesca. Isso tem a ver com confiança companheirismo e, principalmente, amizade. Uma espécie de estrada sem volta com obstáculos de nomes bem conhecidos como TCU, TSE, Congresso Nacional, escândalos de corrupção, impopularidade e, principalmente, opinião pública, todos contrários à Dilma ou, trocando em miúdos, á sua amizade.
A se levar em conta o ano que se aproxima, ano eleitoral. Ainda podemos acrescentar como pontos contrários a essa amizade uma economia ainda pior, com aumentos nos combustíveis, eletricidade, água, planos de saúde, tributos federais, estaduais, municipais, taxas para abertura de novas empresas e outros encargos, que só aumentarão o descontentamento da população para com o governo federal.
Logo, teremos uma ministra tocantinense entre a cruz e a espada, tendo que optar por apostar no milagre da recuperação total de Dilma ou na sua derrocada iminente. Entre a manutenção de uma lealdade canina ou um afastamento gradual e salvador para suas pretensões políticas.
Tão sábia quanto foi para cultivar a amizade com a presidente Dilma Rousseff, Kátia Abreu o será para medir e calcular as consequências de seus atos.
Entre a manutenção da fidelidade e o posicionamento neutro, estão verbas, indicações e articulações que incluem o futuro político do seu clã.
Kátia Abreu não chegou aonde chegou por acaso. Cabe a ela medir conseqüências e resultados ou para qual lado vai na estrada do destino.
Você poderá ter acesso a uma análise mais aprofundada na edição impressa da próxima semana.
De resto, quem viver verá!