EDITORIAL DE O PARALELO 13 É PUBLICADO EM MAIOR PORTAL DE NOTÍCIAS POLÍTICAS ONLINE DO BRASIL

Posted On Quarta, 05 Abril 2017 07:04
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O editorial publicado por O Paralelo 13, de autoria de Edvaldo Rodrigues, falando sobre o pedido de desarquivamento do impeachment contra o governador Marcelo Miranda, por parte do presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, Mauro Carlesse, repercutiu na mídia nacional, e foi publicada na íntegra pelo “Diário do Congresso”, maior site de notícias sobre política do Brasil, de propriedade de José Carlos Leitão, pioneiro tocantinense, parte fundamental da luta pela criação do nosso Estado.  Confira a publicação no endereço: 

 

http://diariodocongresso.com.br/novo/2017/04/presidente-da-alt-articula-golpe-contra-marcelo-miranda-apos-voto-de-ministra-do-tse-inviabilizar-seu-projeto-politico/

 

Confira a matéria:

 

Presidente da ALT articula GOLPE contra Marcelo Miranda após voto de ministra do TSE inviabilizar seu projeto político

 

O desarquivamento do impeachment do governador Marcelo Miranda pelo presidente da ALT,éum ato irresponsável e de consequências desastrosas. Além de não ter embasamento legal, a reabertura desse processo pode impedir que financiamentos, já garantidos para implementar a definitiva consolidação do desenvolvimento do Estado, sejam liberados.

 

O ato do deputado Mauro Carlesse revela sua equivocada postura política. Para quem assumiu a presidência da Assembleia Legislativa dizendo seguiria os rumos da democracia e que assim prezaria pela harmonia com os demais poderes e que, trabalharia “junto com o governador” por um Tocantins melhor, o parlamentar parece ter errado o caminho ao pedir o desarquivamento do pedido de impeachment do governador Marcelo Miranda. Certamente esta iniciativa irresponsável foi a forma encontrada por ele para tentar, por meio de um GOLPE, viabilizar seu transloucado projeto político, que é ocupar a cadeira número um do Palácio Araguaia, mesmo que por vias tortas.

 

Está mais do que claro que ele dava como certo que o governador Marcelo Miranda seria cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral.Prova disso é que já havia até um provável secretariado em formação. Após a divulgação do voto da relatora do processo no TSE, ministra Luciana Lóssio, a frustação invadia suas entranhas e então passou a tramar a tomada do poder através desta artimanha que poderá inviabilizar a retomada do desenvolvimento do Estado.

 

É certo que não houve nenhum fato novo que justifique a reabertura do processo de impeachment do governador Marcelo Miranda. Logo, a sociedade está entendendo este ato como uma afronta a democracia e ao Estado de Direito. Primeiro porque, segundo a própria Procuradoria da AL afirmou, após analisar o pedido, no ano passado, apresentando um parecer favorável ao arquivamento do processo, porque havia “vícios”. Ainda naquela oportunidade, ao arquivar o pedido, o então presidente da Casa de Leis, Osires Damaso, destacou a tramitação incorreta do pedido em entrevista a um dos mais lidos e respeitados veículos de comunicação online, o Portal CT de Notícias, do jornalista Cleber Toledo: “o processo teria que ter passado primeiro pela Justiça, o Ministério Público ter feito uma denúncia, aí sim caberia uma ação da Assembleia Legislativa. Eu acho que a ALT não tem competência para poder julgar juridicamente os atos do governo porque é uma coisa mais complexa, ela tem (legitimidade) politicamente”, avaliou Damaso.

 

Gigante de pés de barro

A verdade verdadeira é que Mauro Carlessedesenhou no seu cérebro um futuro palaciano, o que inundou sua alma de sonhos tardios, libertando assim suas desesperanças represadas. Mas, como os gigantes de pés de barro não avançam por corredeiras que transportam democracia e liberdade, seus desejos segredados no ouvido do vento, massificados em tramas e artimanhas, viraram frustações após o voto da ministra do TSE, Luciana Lóssio, que no inicio da noite do último dia 28 de março, derrubou, item por item, as teses da acusação e rejeitou vários pedidos preliminares, mas atendeu a solicitação para declarar como provas ilícitas a troca de mensagens entre os presos pelo WhatsApp, por serem consideradas devassas de dados sem autorização judicial.

 

A ministra, inclusive, apontou decisões do STF – Supremo Tribunal Federal neste sentido. A relatora ainda ressaltou a mudança de versões entre os presos e até o aconselhamento de advogados para que os acusados dissessem que o dinheiro pertencia à campanha de Marcelo para se livrarem da acusação de tráfico de drogas. Por isso, a ministra não reconheceu “a credibilidade da prova testemunhal”. Outro ponto é que ela disse que não é possível comprovar que o tíquete do abastecimento da aeronave foi realmente, naquela ocasião, paga pelo PMDB, como afirma a acusação. O tíquete era de um mês antes da apreensão do avião, ocorrida no dia 18 de setembro de 2014.

 

Oportunismo e irresponsabilidade

Assim posto, só sobrou para Mauro Carlesse os artifícios do oportunismo, da insensatez e da irresponsabilidade, que são os principais pilares para se consumar um golpe. Seu ato insano contraria a tese de uma magistrada de instância superior que valorizou o voto de cada tocantinense e jogou por terra as acusações da oposição. Mesmo assim, ele achou por bem solicitar o desarquivamento do pedido, jogando assim na vala do desprezo o Estado do Tocantins e sua gente, que novamente passa a viver momentos de suspenses e incertezas, o que com certeza vai gerar consequências que podem ser desastrosas, pois o Governo do Estado já havia assegurado recursos federais, junto ao presidente Michel Temer, além deavançar nas negociações para a viabilização de uma série de financiamentos junto a instituições financeiras nacionais e internacionais, para dar andamento a obras de extrema importância para a população, como listamos a seguir:

 

- Construção da nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional;

 

- Duplicação das rodovias que ligam Porto Nacional à Palmas e Palmas à Paraíso;

 

- Instalação do Projeto Integra SUS – convênio com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) – já em funcionamento;

 

- Entrega da reforma e ampliação do HGP (e retirada da tenda);

 

- Parceira com o Hospital do Coração de São Paulo para capacitar profissionais do Tocantins que irão atuar em serviços de cirurgia cardíaca pediátrica em Palmas.

 

- Já homologado o concurso da Polícia Civil (517 vagas entre delegados, agentes, papiloscopista, escrivães, peritos, dentre outras funções);

 

- Já homologado o concurso da defesa social – cidadania e justiça (1292 vagas entre técnicos e analistas de defesa social e socioeducadores)

 

- Abertura do concurso da Polícia Militar

 

Questionamentos

Além de todos os pontos negativos citados acima, essa atitude pode representar um literal “tiro nos pés de barro” para o deputado Mauro Carlesse, a partir dos seguintes questionamentos que a população tocantinense está se fazendo:

 

Será que Carlesse tomou essa atitude para dar um “susto” no governo do Estado, com o objetivo de obter vantagens, o que configuraria uma chantagem, na essência da palavra? Em sendo uma chantagem, existe a possibilidade de o governo ceder? Se este ato realmente não tiver amparo jurídico, como fica o futuro político do Deputado Mauro Carlesse?

 

Será que há outros deputados dispostos a apoiar Mauro Carlesse, numa tentativa de derrubar o governador Marcelo Miranda, e elegê-lo para um mandato tampão, assim como foi com Carlos Gaguim (por decisão do TSE, não por conspiração), quando houve uma repartição dos cargos do Executivo entre os 23 deputados, resultando na reeleição de mais de 75% deles? Ou será que realmente é uma decisão isolada do presidente da AL Mauro Carlesse? Será que Mauro Carlesse conseguirá segurar, sozinho, essa “bucha de canhão”?

 

Uma última pergunta

- Será que alguém avisou para o nobre deputado que o pedido de impeachment é contra o governador Marcelo Miranda e não contra a chapa pela qual ele se elegeu e, assim como aconteceu com a ex-presidente Dilma Rousseff, quem assumiria, na hipótese improvável dessa insanidade acontecer, seria a vice-governadora, Cláudia Lélis?

 

Como bem disse o poeta,repercutidopelo saudoso Tancredo Neves: “o tempo é o senhor da razão”, e só ele poderá nos trazes essas respostas.

 

Por enquanto, o que se comenta nas esquinas, nos bares, nos gabinetes e nos maiores palacetes de Palmas é que toda esta movimentação política engendrada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, deputado Mauro Carlesse, não passa de uma tentativa de achaque, de extorsão ou chantagem.

 

Vamos aguardar os próximos capítulos!