Por Edson Rodrigues
Na última segunda-feira, chegou ao nosso conhecimento um verdadeiro imbróglio entre o governador Marcelo Miranda e seu líder na Assembleia Legislativa, Paulo Mourão.
A pendenga envolve a nomeação do diretor do Detran de Porto Nacional, um pedido pessoal de Paulo Mourão ao governador e que, na última edição do Diário Oficial do Estado, descobriu-se que não foi concedido.
Paulo Mourão é filho de Porto Nacional, cidade da qual já foi prefeito e que o elegeu deputado federal por quatro vezes. Ou seja, Paulo Mourão é um dos orgulhos da cidade que, mesmo com sua personalidade forte e posicionamentos pouco transigentes, vê tanto no cidadão quanto no homem público, um exemplo de honestidade e obstinação.
A pessoa indicada por Paulo Mourão para o cargo, chegou a mudar sua rotina e até mesmo mobilizar seu grupo de apoiadores, numa preparação para assumir um cargo tão importante e o baque com o nome que viu no Diário Oficial fez estragos que vão além da reputação pessoal.
Para piorar a situação, o nome do agraciado com o cargo foi indicado por outro deputado estadual, também filho de Porto Nacional, mas que está longe de ter o mesmo prestígio e projeção de Paulo Mourão – leia-se Waldemar Júnior.
ULTIMATO
O desconforto e a indignação de Paulo Mourão com o acontecido foi tamanho, que o deputado foi até o Palácio Araguaia e, ante a ausência do governador, despejou toda a sua ira sobre o chefe de gabinete de Marcelo Miranda, conhecido por “Cenourão”, e deu um ultimato simples e claro: “ou ele resolve essa questão da nomeação ou não tem mais líder na Assembleia legislativa”.
NOSSO PONTO DE VISTA
Marcelo Miranda encontra-se, hoje, em posição semelhante à da presidente Dilma Rousseff, refém de lideranças políticas e de joguetes políticos em nome de uma governabilidade inconsistente.
O governador do Tocantins precisa de um articulador político com postura de articulador, com conhecimento, credibilidade e habilidade para lidar com egos e, principalmente saber trabalhar sob pressão em momentos como o atual, de crise generalizada.
Paulo Mourão, enquanto deputado federal, conseguiu carrear somas significativas de recursos para obras importantes no Tocantins, assegurou a vinda para Porto Nacional da maior distribuidora de petróleo do Norte do País, de uma faculdade de medicina e de uma escola técnica. Ou seja, deve ser tratado por todos por “vossa excelência”, ante a folha de serviços prestados ao Tocantins e, não, ser motivo de galhofas e tratado como “bobo da corte” por seus pares na AL, por sua lealdade canina para com Marcelo Miranda.
Pois foi esse mesmo “bobo da corte” que teve a coragem de representar e defender o governo do Estado em audiências públicas com diversos órgãos de fiscalização e mostrar de forma crível, as dificuldades que o Tocantins vem enfrentando, assim como negociou e apaziguou os ânimos de servidores estaduais,. Como médicos e policiais civis quanto ao pagamento de suas progressões.
Isso tudo, em um ambiente em que Paulo Mourão é o único com cacife – e coragem – suficientes para enfrentar o líder da oposição, Eduardo Siqueira Campos que, com sua competente equipe de assessores, monitora em tempo real todas as ações e decisões que envolvem o governo do Tocantins.
Justamente em uma nomeação para a sua cidade, seu berço, onde seu nome é prestigiado e lembrado, ele é tratado dessa forma pelo governador.
Esperamos que Marcelo Miranda, que já perdeu sua grande avalista, a senadora Kátia Abreu, não vacile novamente e perca o apoio de Paulo Mourão, seu maior guerreiro, seu fiel escudeiro nesse governo e, ato contínuo, o apoio de grande parte da população portuense.