“HGP: O “VÍRUS” DE SETE CABEÇAS E A INTERFERÊNCIA POLÍTICA”

Posted On Segunda, 22 Junho 2015 11:29
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EDITORIAL

SAÚDE

 

Por: Edson Rodrigues

 

O Paralelo 13 vem acompanhando de perto o trabalho desenvolvido pela Defensoria Pública, pelo Ministério Público, Poder Legislativo, pelas entidades que representam os profissionais da Saúde, do Governo e, especialmente da Secretaria da Saúde, na pessoa do Secretário Samuel Bonilha e de sua equipe, nos esforços para colocar em ordem o principal componente do sistema de Saúde do Estado, que é o Hospital Geral de Palmas.

Olhando no retrovisor da vida, lembro-me do saudoso Dr. Gismar Gomes, ex-secretário da Saúde, que fez o que pôde – e, ao que parece, o que não pôde, na opinião dos mais poderosos – para oxigenar o setor, mas sofreu claro boicote por parte de pessoas que exerciam algum tipo de influência no HGP, que não ficam bem, se as coisas estão bem, naquela unidade de saúde.

AS VÍTIMAS DO “VÍRUS”

Assim como Dr. Gismar sofreu boicotes, outros também tiveram o mesmo tratamento, independentemente de quem quer que fosse o Governador.

Foi assim desde o Dr. Raimundo Boi, passando por  Arnaldo Nunes, Gastão Neder (interino), Nicolau Carvalho Esteves, Luiz Fernando Freesz, Vanda Gonçalves Paiva, Luiz Antônio da Silva Ferreira, Marcio Carvalho da Silva Correia e, agora, vem sendo com o atual secretário Samuel Bonilha. Esse mesmo grupelho percebeu que Bonilha estava conseguindo desatar os nós da unidade de saúde e tratou de sabotar as ações bem-intencionadas de todas as formas, para que a situação de caos e desgoverno perdure no HGP.

Todos os secretários e suas respectivas equipes tiveram sua importante parcela de contribuição para a Saúde do Tocantins, mas, aos olhos do povo, o que salta são as mazelas causadas pelo “vírus”, inoculado nas veias do HGP por uma minoria formada por 10, 12 pessoas.

AUTONOMIA MAIS QUE NECESSÁRIA

Pelo histórico, os únicos caminhos para que se possa fugir desse “grupo do mal”, seriam uma maior autonomia para o secretário Samuel Bonilha, para que ele possa nomear, escolher e colocar para trabalhar sob sua batuta, pessoas capazes, especializadas em Saúde e com o compromisso de atuar como o setor exige, com rapidez, apartidarismo e comprometimento com a Saúde Pública.  Ou isso ou um modelo exemplar de terceirização da saúde no HGP. Modelo este que poderia ser inspirado no mesmo adotado pelo Governo de Marconi Perillo, chancelado pelo Ministro da Saúde, e que despertou interesse dos governos de Alagoas, Bahia e Paraná, que já visitaram com comitivas da área da saúde para replicar em seus estados.

Esta forma de terceirização é uma forma que está dando certo. Ela é transparente, tem o acompanhamento dos Ministérios Público Federal, Estadual, da Defensoria Pública e do Ministério da Saúde. Existe uma auditoria mensal que faz com que se economize de 28 a 32% dos gastos, gerando um salto de eficiência na casa dos 88%. Não há, até agora, nenhum outro modelo de gestão tão eficaz quanto esse em nenhum outro estado brasileiro.

 

COMO O HGP SE TORNOU UM PROBLEMA CRÔNICO DE SAÚDE

 

O HGP representa o coração e o cérebro da Saúde Pública tocantinense. Quando um dos dois órgãos vai mal – ou os dois, em alguns casos – compromete todo o resto do corpo.

E, desde há muito, o coração e o cérebro da saúde do Estado não vão bem. E por quê?

Como já falamos e mencionamos, existe no HGP um “vírus” de sete cabeças, que não tem sintomas, não deixa rastros, mas produz efeitos colaterais que afetam diretamente o DNA da boa administração e destroem qualquer pessoa que esteja sentada na cadeira de Secretário da Saúde, que se disponha a fazer um diagnóstico para tentar resolver o problema da saúde do HGP.

Por isso, apelidamos esse vírus de “puxador de cadeiras”.

Foi assim com todos os secretários da saúde que passaram nos últimos 12 anos, quando o vírus se instalou no HGP.

E esse “mal” vem ganhando força, na medida que dezenas de ambulâncias chegam, todos os dias, com pacientes vindos dos demais 138 municípios tocantinenses, além das ambulâncias e aviões do sul do Pará e do Maranhão, transportando pacientes para serem atendidos pela saúde tocantinense.

 

Os nossos municípios estão falidos, sem recursos, à exceção de Palmas, que já deveria ter um hospital municipal bem equipado material e humanamente, já que o município recebe milhões por mês, repassados pelo Ministério da Saúde.

Enquanto isso, o “vírus” de sete cabeças segue triturando os secretários estaduais da Saúde que demonstraram, realmente, vontade de resolver os problemas do HGP.

 

Diante do exposto, nós do Jornal O Paralelo 13 temos o nosso ponto de vista.

 

PONTO DE VISTA

Alguém sabe a quantidade de esforços que já foram desprendidos, de Janeiro de 2015 até hoje, pelo governo de Marcelo Miranda e pelo Secretário da Saúde Samuel Bonilha?  Com certeza já foram muitos e significativos nesse pouco tempo de gestão.

Mas nenhum esforço será suficiente, se não vencer o “vírus” de sete cabeças que reside no HGP, presente em todas as repartições da instituição. Nenhum governo, nenhum secretário, nenhum diretor, terá forças para por o HGP em sua plenitude de funcionalidade enquanto esse “vírus” não for debelado. O único caminho para resolver o problema da saúde é curar o coração e o cérebro da Saúde tocantinense, dando autonomia para a contratação de pessoas que conheçam e convivam com a realidade da Saúde Pública e que sejam colocadas nos cargos-chave para que a engrenagem funcione sem solavancos.  Com autonomia para dizer o que comprar e quando comprar, sem o retardamento causado pela burocracia, para que os materiais que faltam possam ser repostos sem demora.

 

A última saída seria a terceirização do HGP com o aval do Ministério da Saúde e do governo do Estado.  A intenção, com esse passo, é dar autonomia para o secretário da Saúde indicar os diretores dos demais Hospitais Públicos Regionais, sem interferências político-partidárias.  Afinal, a Saúde não poder ser contaminada por estas politiquinhas. Saúde é vida, é a maior riqueza que o ser humano possui.

O governador Marcelo Miranda, neste momento de muitas turbulências, tem que tomar decisões enérgicas e acertadas e não ceder ao “vírus” de sete cabeças e acabar “desenganando” mais um secretário, e entregar aos nossos competentes Ministérios Públicos Federal e Estadual, e à nossa competente Defensoria Pública, o poder para diagnosticar e prescrever o “remédio” eficaz para esse “vírus”.

A seguir, como “curandeiros” ou “benzedeiros” tradicionais, sugerimos uma reflexão sobre esse “vírus” de sete cabeças.

AO GOVERNO DO ESTADO

Acabamos de tomar conhecimento do corte de 100 milhões de reais da pasta da Saúde, imposto pela Secretaria de Planejamento, alegando queda na arrecadação estadual e queda no repasse do Governo Federal.

Sugerimos, pois, que se façam esses cortes nas viagens internacionais, na demissão dos muitos “gafanhotos” que corroem a folha de pagamento do Estado, que se cortem cargos comissionados, gastos com o serviço aéreo, que vem consumindo milhões por ano, com o aluguel de carros e outras “firulas”.

A única coisa que não se pode fazer é cortar recursos da Saúde e da Educação, que são recursos que são recursos carimbados, assegurados por nossa Constituição Brasileira.

A interferência política na indicação de diretores das unidades hospitalares pode, sem medo de errar, ser chamada de “câncer”. A partir dessa atitude, fica fácil dizer que o culpado é o secretário da Saúde.  Ora?  Como gerir uma pasta sem pessoas da confiança plena do gestor e com capacidade técnica para os cargos principais?

Nesse caso, como já dissemos, o que falta é autonomia e, não, capacidade para resolver. Se não lhe for dada essa autonomia, Samuel Bonilha será apenas mais um secretário letalmente infectado pelo famigerado “vírus”.

Quem viver verá.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O que nos levou a escrever este artigo em O Paralelo 13 foi o diagnóstico detectado e nos revelado por especialistas, de que o “vírus” já está agindo contra a gestão de Samuel Bonilha  e que há uma previsão de que o secretário será “desenganado” até o fim de março, sem possibilidade de cura.

Como dirigente de um veículo de comunicação que circula há 28 anos, com o mesmo endereço, com a mesma linha editorial, com o mesmo objetivo de veicular matérias jornalísticas de interesse público para a comunidade tocantinense, especialmente a de Porto Nacional, e sempre com respeito às instituições e seus dirigentes, mas fazendo valer a liberdade de expressão assegurada pela nossa Constituição, destemido e comprometido em combater a corrupção e a injustiça, tomamos a iniciativa de divulgar esse diagnóstico também em nossa próxima edição impressa, de uma forma mais completa e com mais detalhes.

Quem viver, verá!

 

HGP realiza quase mil cirurgias em apenas um mês

O maior hospital público do Estado, o Hospital Geral de Palmas (HGP), realizou, somente no mês de maio deste ano, 919 cirurgias das mais variadas especialidades, sendo 197 de alta complexidade, o que representa um crescimento de mais de 25% em relação a maio de 2014 quando foram realizadas 858 cirurgias.

Segundo dados da Estatística do Hospital, o crescimento no número de procedimentos tem sido registrado em todos os meses de 2015: em janeiro foram realizadas 677 cirurgias, em fevereiro 754, em março 775 e no mês de abril 826. Somente na área da ortopedia, especialidade que tem demanda crescente, foram realizadas, no mês de maio, 319 cirurgias, enquanto que em maio do ano passado foram 310 procedimentos realizados.

Conforme a diretora geral do HGP, Renata Duran, os números positivos motivam o trabalho de toda equipe, que faz o melhor para atender à população: “temos uma equipe de mais de 2.500 servidores, que têm total dedicação ao atendimento à comunidade, seja no atendimento na recepção, com uma informação a dar, ou dentro do centro cirúrgico, na realização de intervenções de alta complexidade", destacou.

Para chefe do centro cirúrgico, Itágores Hoffman I, os resultados são uma soma de fatores. "Todo este trabalho resulta das ações feitas pela gestão do hospital, que otimiza nosso trabalho, e principalmente à dedicação das equipes de enfermagem, médicos e de toda equipe cirúrgica", enfatizou.

 

O lavrador Valdemar Bezerra de Souza, se regozija por ser um dos 919 pacientes que passaram por cirurgias no HGP no mês de maio. “Não tenho o que reclamar. A forma como me atenderam foi muito boa, a equipe toda me tratou muito bem, em todos os setores que já passei, desde o centro cirúrgico até a UTI e na internação”.

 

Após o segundo ataque de tontura seguido de desmaio prolongado, o lavrador foi atendido no HGP e foi diagnosticado com um tumor na cabeça. “Na verdade, eu nem sabia o que tinha e, graças a Deus e à equipe HGP, já estou me recuperando. Foram mais de seis horas no centro cirúrgico e daqui uns dias posso voltar para casa e tocar minha vida” contou.

 

Valdemar também fez no HGP uma cirurgia para corrigir um desvio de septo, e está tendo acompanhamento odontológico na unidade. “Nos quatro dias que passei na UTI após a cirurgia, senti dores nos dentes e extraíram alguns. Hoje mesmo conversei com as técnicas e os dentistas virão me avaliar. Pelo jeito, vou sair daqui renovado”, disse, contente.

No mesmo quarto que Valdemar, o agricultor, Antônio Pinheiro Botelho, de Cariri do Tocantins, se recupera de uma cirurgia neurológica e se diz satisfeito com o tratamento: “agora entendi porque a gente espera para realizar uma cirurgia aqui. É porque o hospital é excelente e todo mundo vem para cá. Esperei, mas valeu à pena. Fiz minha cirurgia e, agora, é só me recuperar e voltar para casa”, disse.

 

Pronto Socorro é referência

O Hospital Geral de Palmas conta com leitos de internação e o pronto socorro da unidade é referência para atendimentos de urgência e emergência não só para Palmas, como também para todo o Tocantins e estados vizinhos, com uma média de 3.500 atendimentos por mês.

A unidade oferece atendimentos nas especialidades de Psiquiatria, Cardiologia, Clínica Cirúrgica, Clínica Médica, Dermatologia, Odontologia, Endocrinologia, Endoscopia, Ginecologia, Hematologia, Infectologia, Nefrologia, Neurocirurgia, Neurologia, Clínica Geral, Oftalmologia, Mastologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Cirurgia plástica, Pneumologia, Ultrassonografia, Radiologia, Tomografia, Urologia, Cirurgia Vascular, Nutrição, Anestesia, Reumatologia e Oncologia. 

 

Última modificação em Segunda, 22 Junho 2015 11:50