No Planalto, reclamam que a revogação forçará a um novo bloqueio de gastos. O último Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, divulgado em maio, promoveu o congelamento de R$ 31,3 bilhões e propôs a compensação do IOF
Por Lucas Borges Teixeira
Nesta tarde, Gleisi ressaltou os gastos em programas sociais e passou o recado sobre emendas. "Em 2025, o contingenciamento adicional de emendas será de R$ 2,7 bilhões, somando-se aos R$ 7,1 bilhões já contidos, resultando no total de R$ 9,8 bilhões. Em 2026, considerado apenas o efeito dessa medida, a derrubada do decreto resulta em perda de R$ 7,1 bilhões para as emendas parlamentares", publicou a ministra.
Na área social, o contingenciamento aumentaria em R$ 10 bilhões só neste ano. "O bloqueio terá que ser elevado para R$ 41 bilhões, resultando em risco de paralisação de programas como Auxílio Gás, Assistência Social, Minha Casa, Minha Vida, Pé-de-Meia, entre outros", afirmou a ministra.
O objetivo é vincular diretamente a decisão do Congresso a cortes em gastos sociais. Acuados, governistas tentam demover parlamentares de olho em possíveis danos à imagem, mas já viam a batalha na Câmara como perdida.
Após a surpresa, governo decidiu partir para o embate político. "É um estrangulamento do governo Lula. Vai cortar da saúde, da educação, do Minha Casa, Minha Vida", reclamou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), em entrevista à GloboNews nesta tarde.
Gleisi convocou as lideranças da base nesta manhã. Ela reuniu Lindbergh, Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Antônio Brito (PSD-BA), líder do PSD na Câmara, e, depois, Haddad e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.