Basta uma “Pessôa” para podridão do governo do PT vir à tona e abrir caminho para impeachment

Posted On Segunda, 29 Junho 2015 07:59
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Enquanto todos esperavam que presidente da Odebrecht  fosse o grande astro das investigações, Rodrigo Pessôa complica a vida do PT e da presidente Dilma e coloca em cheque idoneidade do TCU

 

Por Edson Rodrigues

O dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessôa colocou fogo na lama de petróleo que vem brotando dia após dia nas cercanias do poder, em Brasília.

Em seu último depoimento, envolveu ninguém menos que o ministro da Casa Civil, Aluizio Mercadante, ao apresentar documentos sobre um repasse de 250 mil reais à campanha do atual ministro ao governo de São Paulo.  Com seu nome revelado, Mercadante desistiu de acompanhar a presidente em viagem aos EUA.

Mas não foi essa a revelação mais contundente do último depoimento do empreiteiro.  Segundo ele, também através de documentos, houve pagamento de 1 milhão de reais em propina (pasmem!) para o TCU, Tribunal de Contas da União, para a obtenção da homologação da licitação da construção da Usina de Angra 3, vencida por um consórcio em que a UTC fazia parte.  O pior, foi a revelação de que Tiago Cedraz, filho do ministro do TCU, Aroldo Cedraz, recebe uma “mesada” de 50 mil reais para repassar informações sobre os processos da empreiteira que correm no TCU.

Juntando-se isso às denúncias que envolvem o repasse de 7,5 milhões de reais para a campanha da presidente Dilma Rousseff, Ricardo Pessôa torna-se o principal algoz do PT no processo de exumação pelo qual o partido vem passando, revelando uma podridão sem igual presente em suas entranhas.

 

Tentativa de blindagem

Numa tentativa de defender-se do indefensável, o PT elegeu o secretário de Comunicação Social Edinho Silva como “para-choque”, uma vez que era ele o tesoureiro da campanha de Dilma.  Ele veio a público afirmar a sua total (i)responsabilidade pelas contas da campanha e já deu até entrevista coletiva para afirmar que Dilma não controlava a arrecadação em sua campanha.

Ou seja, ao mesmo estilo de Lula, Dilma não sabia das irregularidades e assume um papel de mistura de administradora ingênua com candidata distraída. Na presidência do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma não viu a ação dos assaltantes. No palanque eleitoral, usufruiu do produto do roubo.

Essa é uma defesa frágil e sem baseamento legal e que não terá peso nenhum caso a oposição finalmente resolva prestar atenção às denúncias e abra um processo de impeachment contra Dilma.  Provas e motivações há, mas não se sabe se a oposição prefere tirar Dilma do poder ou mantê-la como uma “presidente de desenho animado”, em que sua presença no cargo não lhe confere nenhum poder.

As irregularidades estão aí.  A corrupção andou e anda solta no governo do PT (lembrem-se que de quem se esperava muito – no caso Marcelo Odebrecht, que poderia confirmar as denúncias e sair como mártir da situação em que se encontra, com sua honra resguardada – recebeu-se apenas um bilhete “destruir e-mails sondas”, numa clara demonstração de que não quer revelar nada e continuar tendo Lula como lobista para obras no exterior).  Cabe, agora, à oposição, assumir seu papel e partir para uma definição sobre o impeachment,  ou esconder as mãos, demonstrando também ter a temer (sem trocadilhos) com as delações premiadas em curso.