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COP30 começa nesta segunda, e pauta ambiental divide espaço com gargalos organizacionais

Posted On Segunda, 10 Novembro 2025 06:30
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Canteiros de obras pela cidade e falta de estrutura básica dentro do pavilhão onde será o evento marcaram véspera da abertura

 

 

 

Com Portal R7

 

 

A COP30 começa nesta segunda-feira (10) em Belém (PA) com o desafio de equilibrar a pauta ambiental e os problemas de organização que marcam os preparativos do evento.

 

A conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas coloca o Brasil no centro das discussões globais sobre a transição energética e a preservação ambiental — mas também mostra atrasos e improvisos na infraestrutura da cidade-sede.

A cúpula de líderes, que ocorreu entre quinta (6) e sexta (7) e antecipou os debates da COP30, expôs parte das dificuldades enfrentadas pela organização. A “pré-COP30″ reuniu delegações de mais de 140 países, com participação de chefes de Estado e de governo.

 

 

A poucos dias da abertura oficial do evento, trabalhadores do lado de fora tentavam contornar atrasos nas obras. Na área de passagem usada por delegações e jornalistas, o cenário incluía marteladas, odor de madeira recém-cortada, banheiros sem água e pontos de alimentação fechados.

Fora do pavilhão onde ocorrerá a COP30, o cenário se repetia. Mesmo com investimentos e obras emergenciais, Belém ainda enfrenta gargalos logísticos. Intervenções em mobilidade, drenagem e revitalização urbana foram aceleradas nas últimas semanas, com canteiros de obras ainda em andamento às vésperas da abertura oficial.

A capital paraense precisou correr contra o tempo para entregar estruturas básicas e garantir o funcionamento de espaços que receberão autoridades, delegações estrangeiras e visitantes.

Durante a cúpula de líderes, o secretário da COP-30, Valter Correia, afirmou que as intervenções em andamento na Zona Azul, local das discussões, não são obras “estruturais” e fazem parte de ajustes “previstos”.

 

Correia admitiu intercorrências no cronograma, mas garantiu que os trabalhos estariam concluídos até a abertura oficial.

“Sempre há um pequeno atraso, mas, para a cúpula dos líderes, está tudo funcionando”, afirmou. “Temos bastante prazo até lá e vamos entregar tudo dentro do previsto”, completou.

 

Contradições

Enquanto a cidade se prepara, o debate político e diplomático sobre o papel do Brasil na agenda climática ganha força. Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o apelo por uma transição energética mais justa e inclusiva e pediu que os países ricos cumpram compromissos de financiamento climático.

 

O discurso veio dias depois de o próprio presidente defender a exploração de petróleo na Margem Equatorial, o que gerou críticas e acusações de contradição entre a prática e o discurso ambiental do governo.

 

A transição energética é o movimento que compreende a substituição gradual de combustíveis fósseis, como o petróleo, para matrizes renováveis e sustentáveis, como a solar, eólica e hídrica.

 

 

Lula argumenta que é possível conciliar exploração e sustentabilidade e defende que o Brasil “não tem medo de discutir a transição energética”.

 

Para ele, países em desenvolvimento precisam ter o direito de aproveitar os recursos naturais enquanto constroem alternativas limpas de energia. O petista também relaciona o debate climático a questões geopolíticas, ao citar as emissões resultantes de conflitos armados, como a guerra na Ucrânia, e cobrar ações mais firmes dos países desenvolvidos.

 

 

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