Políticos estão sob tensão para saber se o relator da Lava Jato no STF autorizará 83 inquéritos e derrubará o sigilo das delações de executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht.
Segundo matéria veiculda no G1, a palavra é:Apreensão. Isto resume a atmosfera no mundo político de Brasília desde quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) 83 pedidos para investigar políticos citados nas delações premiadas da Odebrecht.
A expectativa de que a chamada “lista de Janot” – que ainda está sob segredo de Justiça – atinja parlamentares, ministros de Estado e governadores de partidos das mais distintas matizes deixou expoentes da República na defensiva.
As caixas com documentos e pedidos para investigar políticos citados nas delações da Odebrecht ainda não foram entregues no gabinete do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a quem cabe analisar as solicitações do Ministério Público. A previsão é que o material seja encaminhado ao magistrado no início da próxima semana.
Governo adia fiscalização de 21 frigoríficos para a segunda-feira Os consumidores estão desprotegidos. Embora o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) garanta que os produtos produzidos por três plantas frigoríficas estão sendo recolhidos dos supermercados, outros com potencial risco de terem sido adulterados continuarão nos mercados pelo menos até segunda-feira, de acordo com matéria veiculada no Correio Braziliense.
Esse é o dia que a pasta promoverá uma força-tarefa para fiscalizar e auditar as outras 21 plantas frigoríficas investigadas e suspeitas de colocarem nos supermercados carnes bovinas suspeitas de maquiagem com produtos químicos, como ácido sórbico.
Só a partir de então, com a fiscalização em vigência, o Mapa vai informar quais lotes devem ter o consumo evitado e, portanto, deverão ser retirados dos supermercados. “Nossa equipe está conectada com a Polícia Federal e o Ministério Público buscando mais informações. As informações estão sob sigilo. Só depois que as operações vêm à tona, conseguimos levantar dados para agir”, justificou o secretário-executivo do ministério, Eumar Novacki, sobre as ações que ocorrerão só na próxima semana. O secretário minimizou a falta de celeridade nas ações do ministério e assegurou que continuará comprando os produtos nos supermercados. Para Novacki, o escândalo foi um “fato isolado” e, portanto, a população pode ficar “absolutamente tranquila”. “Eu vou comprar carne. E vou ver se tem alguma irregularidade”, afirmou. Na avaliação dele, os consumidores devem sempre estar atentos a quaisquer “irregularidades anormais” presentes em qualquer “produto comestível”.
Auditor denuncia vendas de carnes estragadas em frigorífico e dá início a operação que prende funcionários do governo
Denúncias do auditor fiscal federal agropecuário Daniel Gouvêa Teixeira de que carnes estragadas e fora de padrão eram vendidas por frigoríficos da região de Curitiba foram a origem da Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira,17, na qual funcionários do governo e de grandes empresas do ramo foram presos.
O auditor afirma que só conseguiu investigar as fraudes, em 2014, porque foi afastado de atribuições pelos chefes da Superintendência Federal da Agricultura no Paraná. Ele diz que essa era uma prática comum com profissionais que fiscalizaram as empresas corretamente e incomodavam o esquema.
"A minha ex-chefe [Maria do Rocio Nascimento] tinha me tirado atribuições. Então, eu tive mais tempo para fiscalizar melhor os frigoríficos. A gente tem, geralmente, cinco, seis ou sete frigoríficos para cuidar. É impossível fazer um bom trabalho com esse número. Como sou mais criterioso e as empresas reclamavam de mim, eu fiquei só com dois, por retaliação. Foi aí que me debrucei em toda a pesquisa da fraude", segundo matéria publicada no G1.
Outras operações semelhantes à Carne Fraca podem surgir. Até mesmo outras fases da mesma operação não podem ser descartadas. Essa é a avaliação do secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki. “Estamos instaurando procedimentos administrativos em todas as irregularidades que tomamos conhecimento. E estamos compartilhando todas as informações apuradas com o Ministério Público e a Polícia Federal. Então, essa parceria vai existir e continuaremos trabalhando muito firmemente para evitar que isso (corrupção) se repita no futuro”, afirmou. O desbaratamento da Operação Carne Fraca, por exemplo, provocou o afastamento de 33 servidores públicos. Desse total, quatro eram trabalhadores que ocupavam cargos de confiança na pasta e já foram exonerados. “Quanto aos outros, instauramos procedimentos administrativos que podem levar até mesmo à demissão”, afirmou Novacki. Alguns procedimentos, por sinal, foram abertos no passado e continuam em fase de investigação.
Lava-Jato completa três anos!Especialistas avaliam que o fim está longe
Uma cena que se tornou comum desde 2014: agentes da Polícia Federal nas ruas em uma das 56 fases da Lava-Jato deflagradas
A maior investigação de atos de corrupção da história do país completa hoje três anos e ninguém consegue estimar quando ela chegará ao fim. Na semana em que chegaram ao Supremo Tribunal Federal mais 83 pedidos de inquérito contra políticos com foro privilegiado e outras 211 ações de distribuição de processos para demais instâncias, fica patente que a Lava-Jato ainda terá muita lenha para queimar. “A sangria política ainda deve durar, no mínimo, duas eleições presidenciais”, acredita o advogado criminalista Fernando Parente.
Fachin pede redistribuição de investigação contra Rodrigo Maia no STF
Segundo a Agência Estado O inquérito sigiloso que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para apurar supostos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro em supostas doações da construtora OAS, deve mudar de relator.