KÁTIA ABREU PODE ESTAR COM OS DIAS CONTADOS NO PMDB

Posted On Quinta, 17 Setembro 2015 06:32
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Olhando para um passado recente, pode-se dizer que a senadora e ministra Kátia Abreu foi empurrada “goela abaixo” do PMDB tocantinense, tendo em vista que o presidente da legenda, ex-deputado federal Jr. Coimbra, era radicalmente contra o ingresso da senadora no partido para ser candidata a reeleição ao Senado. Para ingressar nas fileiras peemedebistas, a senadora precisou contar com o total aval do vice-presidente da república e presidente nacional do PMDB, Michel Temer.

 

Por: Edson Rodrigues

Pode-se dizer que Kátia aproveitou-se dos apuros do então pré-candidato da legenda, Marcelo Miranda, que estava prestes a ser engolido pelas articulações de Eduardo Siqueira Campos, que arquitetava a formação de um “chapão”, com vários partidos na coligação, dentre eles o próprio PMDB de Jr. Coimbra, que tinha 75% do partido sobre o seu controle. O plano era que o ex-governador Siqueira Campos renunciaria um ano antes para viabilizar a legalidade da candidatura de Eduardo ao governo do Estado.

Só que a senadora Kátia, querendo ficar com a amiga Dilma Rousseff, entrou no jogo, pactuou com o então pré-candidato Marcelo Miranda, com a então presidente do PMDB Mulher, deputada Josi Nunes, com o vice-prefeito Derval de Paiva, e foi ao amigo Michel Temer e sentenciou a intervenção no partido, que a tornou presidente da comissão provisória do PMDB- TO. O plano da formação do blocão foi para o ralo, Coimbra perdeu força e palanque, e acabou ficando com a primeira suplência, enquanto que Eduardo teve que se contentar com a condição de deputado estadual.

Kátia foi reeleita senadora, e Marcelo governador do Tocantins pelo 3° mandato.  O problema é que, mesmo antes de tomarem posse, Kátia e Marcelo se desentenderam na formação da equipe de governo, e, dessa forma, racharam o PMDB, que enfrentou uma sangria lenta e dolorosa no Estado nos últimos anos.

 

NOSSO PONTO DE VISTA

Mas, eis que podem estar contados os dias da permanência de Kátia Abreu no PMDB, caso não aconteça, muito em breve, um entendimento entre a presidente Dilma Rousseff e a cúpula do PMDB nacional que, dizem, arquiteta planos de apoiar a oposição em um possível pedido de impeachment de Dilma.

Esse entendimento, talvez aconteça no próximo dia 15 de novembro, data em que o PMDB nacional fará uma convenção para discutir uma pauta que traz como destaque justamente a decisão de ficar ou não no governo.  Se a convenção fosse hoje, a tese do rompimento com Dilma ganharia com mais de 80% dos votos, levando-se em conta o desgaste do governo provocado pelo “pacote de maldades” anunciado no início da semana, com a criação de novos impostos (CPMF e Cia.) e o aumento nas alíquotas de tributos já existentes, que contribuiu para a manutenção da popularidade da presidente abaixo da casa dos 8%.  Se depender do PMDB, na Câmara, leia-se Eduardo Cunha, o “pacote de maldades” nem vai à votação no plenário este ano.

 

KÁTIA NA BERLINDA

A senadora e ministra Kátia Abreu estava na comitiva do vice-presidente Michel Temer em uma viagem oficial à Rússia, porém segundo a mídia nacional, Kátia suspendeu repentinamente sua presença na comitiva. Apesar dos sinais, a ministra nega tal ruptura com Temer e com o PMDB nacional, mas, a se observar bem os fatos, o clima para Kátia no PMDB nacional começa a azedar, principalmente com o presidente Eduardo Cunha.

 

São três as situações mais prováveis que impediriam Kátia de ficar no PMDB:

 

1-    Caso o partido decida romper com o governo Dilma Rousseff na convenção nacional, marcada para novembro.

2-    Se o PMDB votar pelo impeachment da presidente Dilma.

3-    Caso o PMDB derrote a presidente Dilma na votação do  “pacote de maldades” que ressuscita a CPMF.

 

 

Esses três fatores seriam impedimentos à continuidade de Kátia no PMDB pelo simples motivo de que a senadora e ministra é amiga pessoal da presidente Dilma Rousseff, e sabe como ninguém que Dilma enfrentou o ex-presidente Lula, o PT nacional e outros aliados deles do PMDB, todos contrários à sua indicação para o ministério da Agricultura.

A convivência das duas não é só institucional, é de amizade, de ombro a ombro e por ser leal a presidenta Dilma Rousseff, com o PMDB rompido com o governo Dilma, caso a senadora fique no partido, corre o risco de ser expulsa da legenda. 

Lembramos que O mandato de presidente da república, senador e prefeito, pertence ao titular e, não, à legenda pela qual foi eleito. Assim sendo, a senadora não corre o risco da perda do mandato.

 

TOCANTINS

Com esse clima político em Brasília, quando a senadora e ministra é principal atração, aqui no Tocantins o quadro político está prestes a explodir, tal qual

panela de pressão. Como ficará o PMDB dos Abreu, caso a cúpula nacional do partido decida ser oposição à presidente Dilma Rousseff?

E se for votado e aprovado o impeachment da presidente Dilma, Kátia, por ser uma pessoa de personalidade forte, uma mulher de posição, leal e amiga de Dilma, se verá obrigada a mudar de legenda, sem correr risco da perda do mandato?

E o PMDB no Estado? Volta 100% ao comando do Palácio Araguaia, com um prazo curtíssimo para a saída e filiações dos correligionários de Kátia para que possam ser candidatos a um mandato eletivo em 2016, nas eleições municipais?

Os seguidores dos Abreu vão seguir a ministra ou ficar no PMDB?

“Só quem conhece o segredo da noite, tem o direito ao milagre do amanhecer”. Golbery do Couto e Silva.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Como política não é matemática e nada é exato, tudo pode mudar de uma hora para outra, por maior que seja o número de fatores que possam levar a essa mudança.  Logo, caso Dilma consiga contornar a atual situação e, em nome da governabilidade do País, trazer, de uma forma ou de outra, o PMDB, novamente, para junto de sua base aliada e, consequentemente, aprovar no Congresso e no Senado o seu “pacote de maldades” – com CPMF e tudo, mostrando um realinhamento com a cúpula do PMDB nacional – leia-se Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros –, e Kátia Abreu for para a Casa Civil, indo Mercadante para a Educação, não temos dúvida que a senadora tocantinense irá se tornar o personagem mais forte em toda essa história e potencial candidata à reeleição de Dilma Rousseff em 2018.

Como dissemos, tudo isso depende, primeiramente, do PMDB, do Congresso e do Senado aprovarem o “pacote de maldades”.

Quem viver, verá!