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LUTO NO TOCANTINS

Posted On Sábado, 27 Dezembro 2025 07:54
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Morre o ex-governador Moisés Nogueira Avelino, um exemplo de força política e símbolo da moral e da honestidade. Com muita competência administrativa soube espalhar cidadania e qualidade de vida por todo o Tocantins

 

 

Por Edivaldo Rodrigues e Edson Rodrigues

 

 

A natureza, no seu processo indelével de transformação, acolheu silenciosamente, na eterna sala do infinito, mais um jequitibá gigante. Árvore que representa sabedoria, nesse caso de tronco quase secular, com sua copa frondosa e uma costumeira e farta distribuidora de sombras e frutos, todos em forma de princípios como ética, moral, probidade, respeito e, acima de tudo, indestrutíveis vínculos com a legalidade.

 

Esse simbolismo natural acima descrito é para nós, Família Paralelo 13, uma fotografia emoldurada por verdades que bem retrata o ex-governador do Tocantins, Moisés Nogueira Avelino, que morreu na madrugada de 27 de dezembro, em Palmas, aos 85 anos.

 

 

E para esse instante de profunda dor e consternação, cabem os versos dos cantadores da seca, aqueles de vivência sofrida nas terras ressequidas do Nordeste, onde nasceu Moisés Avelino — (Santa Filomena, Piauí) — que registraram em tempos passados que ele, um filho retirante, era integrante de um conjunto de homens singulares que foram esculpidos em rocha bruta, mas carregava uma alma suave e leve, impregnada de fraternidade e benquerência, ao mesmo tempo em que cultivava um coração dividido em compartimentos para agasalhar ali, nas gavetas da benquerência, sua gente tocantinense.

 

Disseram outrora esses poetas do povo que Moisés Avelino carregava nas suas ações a grandeza de um homem que nunca deve ser medido por sua estatura física, mas sim pela força do seu caráter, pelos valores de suas ações. Vocalizaram também sobre a necessidade do uso correto da métrica que confere uma incontestável influência governamental que consolidou a sua grandiosidade administrativa, que transformou os caminhos do povo tocantinense.

 

Para esses encantadores de palavras, a figura humana de Moisés Avelino era indiscutivelmente a combinação de suas qualidades morais e éticas, afeiçoada ao seu jeito próprio de gostar das pessoas, o que certamente vai transcender o tempo.

 

 

A morte de Moisés Avelino para o povo tocantinense, principalmente para os que o cercavam no mundo desequilibrado da política, é, sobretudo, a perda de uma referência, dada a sua trajetória histórica de fazedor de cidadania, de construtor de qualidade de vida. Com sua passagem para o além do nosso querer, fazendo uso novamente de uma simbologia natural da vida, no caso o tombar de um jequitibá gigante, é certo que perdemos todos nós uma raiz fincada na terra prometida. Com sua morte, rompem-se assim nossos elos com o guia que ele foi para o desenvolvimento qualitativo que transformou o Tocantins.

 

Certamente nos alegra saber que nessa rocha bruta e de alma leve que foi Moisés Avelino ficam gravados, a ferro e fogo, os exemplos maiúsculos que ele foi de dignidade, de força motriz a buscar conquistas, da humildade no tratar a sua gente, no aconchego fraternal ao receber as pessoas entre os braços, em amáveis abraços, e a imorredoura alegria de ser filho, esposo, pai, avô e amigo.

 

 

Sem dúvida um inigualável amigo que muito bem se molda aos escritos da moderna sociologia aplicada. Esses rabiscos das ciências dos homens nos intuem que, na pura essência da vida, a morte de um grande homem como Moisés Avelino trata-se de uma perda profunda que nos desafia a honrar sua vida através das nossas próprias, refletindo no espelho suas verdades e ações, seus exemplos transformadores, e guardando em nome de sua memória a singularidade dos seus feitos.

 

E assim faremos!

 

Quem foi Moisés Nogueira Avelino

 

Moisés Avelino nasceu no município de Santa Filomena, Estado do Piauí, filho de Antônio Luiz Avelino e Zulmira Nogueira Avelino, família de extensa tradição política na cidade, que foi administrada por seu pai, eleito prefeito em 1950, 1962 e 1976.

 

Aos 29 anos foi aprovado em concurso público para perito criminal de Goiás em 1969 e formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Goiás em 1973, estagiando em hospitais e prontos-socorros de Goiânia até se estabelecer em Paraíso do Tocantins, cidade onde foi proprietário de uma empresa agropecuária.

 

 

Iniciou sua carreira política em 1981, ao ingressar no MDB. Em 1982 foi eleito prefeito de Paraíso do Tocantins, cargo que acumulou com os de presidente da AMVAT — Associação dos Municípios do Vale do Araguaia e Tocantins — e da COOPERNORTE — Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale do Norte, entre 1985 e 1988.

 

Após a criação do Tocantins por força da Constituição de 1988, a partir do desmembramento do norte goiano, Moisés Avelino foi eleito deputado federal em 1988 e governador do estado no segundo turno de 1990, após derrotar o senador Moisés Abraão, do PDC, apoiado pelo então governador Siqueira Campos.

 

 

Em 1998 disputou novamente o Palácio Araguaia, mas foi vencido por Siqueira Campos. Naquele mesmo ano, seu filho, Igor Avelino, foi eleito deputado federal.

 

Derrotado na eleição para senador em 2002, Moisés Avelino conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados em 2006, embora não tenha se reelegido em 2010.

 

Em 2012 foi novamente eleito prefeito de Paraíso do Tocantins, sendo reeleito em 2016. Moisés Avelino foi membro do Diretório Regional do PMDB de Tocantins e da executiva nacional, além de ocupar uma diretoria na Fundação Ulysses Guimarães.

 

 

 

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