Jornalista Carlos Gomes*
O Brasil viu nos dias, uma sucessão de tragedias: primeiro na BR 116 em Minas Gerais, onde 41 pessoas morreram tragicamente no maior acidente rodoviário dos últimos 30 anos. Depois, o avião que caiu em Gramado, RS, matando 10 pessoas da mesma família. E por aqui, o desabamento da ponte JK na BR 226, que ligava o Maranhão ao Tocantins.
Uma tragédia anunciada. Obra da década de 60 que nunca passou por uma manutenção. Só podia acontecer isso. Quando passava por lá sempre questionava as condições precárias da ponte. A população sempre alertou as autoridades principalmente por causa trânsito intenso de carretas, bitrens e rodotrens, ônibus.Cada um desses veículos com no mínimo 40 toneladas, mas sempre fizeram vistas grossas.. Para se ter uma ideia, quando essa ponte foi construída, a Belém-Brasília não era nem asfaltada. Sobrou irresponsabilidade e faltou visão dos políticos que acharam que essa região nunca iria evoluir e que o trânsito seria o mesmo da década 60.
Infelizmente duas pessoas morreram, e ao menos dez estão desaparecidas, ou seja, mortas e submersas. Fruto da irresponsabilidade do poder público, dos gestores que passaram pelo poder ao longo desses anos. Essa conta tem que ser debitada para os governos estaduais do Maranhão, Goiás e agora, Tocantins, e principalmente do governo federal. E a outra conta mais cara ainda, sobrou prá quem? De novo para o povo. Vem aí custo de vida mais alto. Gasolina, diesel, alimentação transporte, enfim, tudo vai subir. Isso sem falar na dificuldade de acesso. Balsa ninguém merece. Estamos voltando ao tempo arcaico.
O que mais me deixa indignado, é que as autoridades agora estão todas lá no local." Vamos tomar todas as providências o mais rápido possível e apontar as causas do acidente". Parece brincadeira, é fazer o povo de bobo (como sempre fizeram). Todo mundo sabe que os culpados por essa tragédia são os políticos que se dizem representar a população local. Todos sabiam dessa situação. Nem precisa apontar as causas.
Em Porto Nacional só não aconteceu a mesma coisa, porque a população se mobilizou de uma forma tão unida que chegou a fechar as TO 255 e TO 050. Felizmente construíram a nova ponte, que ficou muito bonita, diga se de passagem, mas não foi porque o governo é bonzinho não, a obra foi construída na base da pressão, no tranco.
Não querendo ser pessimista, mas se não tomarem providências, a ponte da Integração Nacional entre Palmas e Luzimangues vai acontecer a mesma coisa. Há pouco tempo , fiz uma reportagem e naveguei por debaixo da ponte acompanhado do engenheiro civil, Daniel Iglesias, hoje Presidente do CREA-TO. Na época, vimos desgastes nos pilares e a estrutura de ferros expostas.
Tem mais as pontes entre Miracema e Lajeado, de Pedro Afonso, a do Peixe e por aí vai. Fica o alerta.
Como dizia o meu amigo e saudoso jornalista Salomão Venceslau:
É...Pois é....
*Carlos Gomes é jornalista tocantinense com mais de 40 anos de estrada e passagens por veículos de comunicação de Goiás e Tocantins