Agência Estado e Redação
Se contar mesmo o que sabe, o ex-diretor da Petrobras complicará a vida do PT na investigação.
Após Justiça Federal aceitar as denúncias contra Renato Duque e mais duas pessoas, uma nova denúncia contra o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque foi aceita nessa sexta-feira (31/7) pela 13ª Vara Federal de Curitiba. O executivo é acusado de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
Em seu despacho, o juiz federal Sergio Moro afirma haver "provas documentais significativas da materialidade e autoria dos crimes, não sendo possível afirmar que a denúncia sustenta-se apenas na declaração de criminosos colaboradores". A decisão compreende a 14ª fase da operação "lava jato".
Duque é acusado pelo MPF de favorecer empresas em licitações da Petrobras
Além de Duque, também foram acusados João Antônio Bernardi Filho e Julio Gerin de Almeida Camargo. Os três réus foram denunciados por pagamentos de propinas envolvendo as empresas Odebrecht, Andrade Gutierrez e Petrobras.
MORO HOMOLOGA ACORDO DE DELAÇÃO DE MÁRIO GÓES
O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, homologou a delação premiada do lobista Mário Góes, apontado como operador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras. Preso desde fevereiro deste ano, Góes decidiu contar o que sabe sobre o esquema de propinas na estatal em troca de benefícios, como redução de pena.
O novo delator da Lava Jato já prestou 13 depoimentos nesta semana. Em sua colaboração ele deu mais detalhes sobre os caminhos do dinheiro ilícito na diretoria, já revelados em parte pelo ex-gerente Pedro Barusco que também fez delação revelando novos nomes de executivos que teriam pago propina e novas obras da Petrobras em que teriam ocorrido os pagamentos ilícitos. Góes é um dos cinco novos delatores da Lava Jato cujo nome vinha sendo mantido em sigilo pelos força-tarefa do Ministério Público Federal.
Agora em prisão domiciliar e com tornozeleira eletrônica, Góes vai pagar multa de R$ 38 milhões por seu envolvimento em crimes financeiros, lavagem de dinheiro, corrupção e evasão de divisas no esquema Petrobras. A multa está prevista na cláusula 14 do acordo de colaboração que firmou com o MP.
Os nomes dos delatores citados na lista do MPF são:
-Paulo Roberto Costa
-Shanni Azevedo Costa Bachmann
-Marici da Silva Azevedo Costa
-Marcio Lewkowicz
-Humberto Sampaio de Mesquita
-Arianna Azevedo Costa Bachmann
-Luccas Pace Júnior
-Alberto Youssef
-Julio Camargo
-Augusto Ribeiro
-Pedro Barusco
-Rafael Angulo Lopez
-Shinko Nakandakari
-Eduardo Leite
-Dalton dos Santos Avancini
-João Procópio
Outros nomes que fizeram delação mas não estão na lista do MPF são os do presidente da construtora UTC, Ricardo Pessoa, o lobista Milton Pascowitch e o empresário Júlio Faermann. Pessoa fechou acordo diretamente com a Procuradoria-Geral da República, em Brasília e, por isso, não consta na lista do MPF.