A INCRÍVEL HISTÓRIA DE UM PARTIDO QUE DESAPARECEU DE PORTO NACIONAL

Posted On Sexta, 20 Novembro 2015 12:09
Avalie este item
(0 votos)

Sem Comissão, diretório, sede, telefone nem líderes o PMDB deixa órfãos milhares de militantes que apoiavam o partido e votavam em seus candidatos

 

Edson Rodrigues

Um partido que estava presente em Porto Nacional desde o início da era democrática, quando, então, MDB, e arregimentou para si a maioria das melhores cabeças pensantes da cidade, a maioria dos líderes políticos e a simpatia imediata da população, hoje já não existe mais.

Nem a maior ferramenta de buscas da história da humanidade, que é o Google, é capaz, hoje, de responder onde está a sede do PMDB em Porto Nacional. 

Pior que isso, onde estão os peemedebistas da cidade?

A verdade é que o PMDB de Porto Nacional não existe, legalmente, para o TRE.  Um fim melancólico de uma história de lutas e de engajamento que começou com João Pires, Rego Barros, Jurimar Macedo, Pioca, Osmar Medrado e tantos outros, que rendeu grandes frutos para a política tocantinense e seduziu as melhores mentes da cidade durante anos.  Que, ainda em Goiás, elegeu prefeito  o saudoso  Jaime Farias, Totó Cavalcante, Portinha e tinha o seu porta-voz na Assembleia legislativa de Goiás.  Depois de criado o Tocantins, esteve sempre presente na Assembleia legislativa com Baylon Pedreira, Merval Pimenta – que depois se elegeu deputado federal – ,Dr. Condim, vários secretários de estado, presidentes de autarquias e cargos do 1º ao 4º escalão do governo.  Hoje, seus membros migram para outros partidos, legendas que tenham mais atitude ou que, pelo menos, existam legalmente.  Estamos falando de Messias Aires, Cleusa Aires, Edgar Mascarenhas e tantos outros.

A parte do PMDB portuense que ainda existe, na verdade são “as partes”, pois o partido está dividido em facções, então existe o “PMDB do A”, o do B, o do C, o do D, e assim por diante, quase chegando ao fim do alfabeto.

O mais incrível, é que com tantas vertentes, tantas alas, nenhuma se preocupa com a indicação de um líder, alguém que responda pelo partido, alguém que resolva as pendengas jurídicas que impedem a legenda de existir na cidade, de ter uma sede, um número de telefone, um sonho, um futuro político e, o crucial, de ter um candidato a prefeito, a vice ou a vereador, que seja, nas próximas eleições municipais...

Enquanto isso, é um peemedebista que comanda o Estado, mas que nada pode fazer para ajudar na recomposição do partido em Porto, sob pena de, ao privilegiar um ou duas alas, desagradar ao resto e arrumar uma confusão para si próprio.

O que o PMDB de Porto Nacional ainda pode tentar fazer, é se regularizar junto à Justiça Eleitoral como Comissão provisória e tentar alguma coligação, para negociar tempo de TV e rádio, pois, voto, voto, mesmo, hoje, infelizmente o PMDB não tem em Porto Nacional.  Uma pena para a democracia, uma pena para Porto Nacional, uma pena para a nossa história política e, principalmente, uma pena para peemedebistas históricos jogados na sarjeta.

 

VEIA POLÍTICA E DESGASTE

Por ter uma veia política latente, todo portuense tem orgulho da sua história e das contribuições da cidade na luta separatista.  O PMDB de Porto Nacional marcou presença forte como referência política desde os anos 70 e esse processo de divisão de alas, vertentes ou facções, veio enfraquecendo e empobrecendo sua importância política.  Mesmo assim, ainda há alguns oportunistas que se apresentam ao Palácio Araguaia se dizendo “líderes do PMDB de Porto Nacional” a procura de benefícios, cargos para apadrinhados e indicações de empregos para familiares.  Uma vergonha.

Todo esse desgaste das lideranças políticas portuenses, no nosso ponto de vista, deveu-se ao abandono, à falta de um representante da cidade no quadro de auxiliares do governador Marcelo Miranda, o que formaria, por si só, um ponto de convergência, uma pessoa a quem todos os demais peemedebistas da cidade procurariam e que serviria de porta-voz junto ao governo.

Mas, hoje, nem isso nossa cidade tem, e os cidadãos, os eleitores, têm que se contentar com as lembranças de um passado que contou com Dr. Antônio Coelho, Euvaldo Thomás de Souza, Jurimar Macedo, Jaime Farias, com uma cidade tão grandiosa em seus domínios, que é “mãe” de municípios como Ipueiras, Oliveira de Fátima, Santa Rosa, Silvanópolis.....

Uma grande pena, e uma grande vergonha!